Hemepar de Irati necessita de doação de plasma hiper imune de recuperados da COVID-19

O plasma é a parte líquida do sangue em que é encontrado anticorpos e, funciona como auxilio na recuperação de pacientes já que o organismo da pessoa que entrou em contato com o vírus, desenvolve anticorpos. Por isso, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) em Irati, faz a coleta e a produção de plasma hiper imune para ajudar no tratamento alternativo de pacientes com COVID-19.

Diferente do doador de sangue, a doação de plasma hiper imune podem ser feitas toda semana. Além disso, pessoas vacinadas contra o coronavírus também podem doar sangue. Quem tem interesse em doar plasma deve preencher os seguintes critérios: ter entre 18 a 59 anos, levar impresso o resultado positivo para COVID-19 com 45 a 180 dias do resultado do exame, não ter se submetido a respiração mecânica/respirador, ausência de gestação/aborto e enquadrar-se nos critérios básicos de doação de sangue total.

Entre os critérios gerais de doação de sangue estão: levar documento oficial com foto, estar descansado, pesar mais de 50kg, não estar em jejum, evitar alimentos gordurosos nas ultimas três horas e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas. Alguns casos são impedidos temporariamente, como é o caso de resfriado com indicação de esperar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas, gravidez e parto (90 dias após parto normal e 180 dias após a cesariana)

As coletas são feitas apenas no município de Irati, diante agendamento e ocorrem de segunda a sexta-feira no período da manhã, as 8h. Além de pessoas de Irati, o local também coleta material de municípios da região. Para fazer o agendamento pode entrar em contato com o (42)3422 3119 ou mandar mensagens pelo WhatsApp (42) 999553539.

Hemepar busca doação de plasma de pacientes que tiveram Covid-19

Desde o ano passado, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) faz a coleta e a produção de plasma hiperimune para repassar a hospitais que usam a terapia como alternativa no tratamento dos pacientes internados.Mais de mil bolsas foram produzidas no período, mas para atender à demanda, que é diária, é necessário que mais pessoas façam a doação ao Hemepar. O paciente recuperado precisa esperar até 45 dias do diagnóstico do RT-PCR ou 30 dias após o fim dos sintomas. Também é necessário agendar a coleta no Hemepar.

Outra técnica é a doação por aférese, uma máquina separa todos os componentes primários do sangue, podendo coletá-los individualmente. Dessa forma, só o plasma é retirado, e em maior quantidade. “Com a aférese conseguimos coletar até 600 ml de plasma, o que corresponde a três doses. Além disso, as pessoas podem doar uma vez por semana, diferente da doação de sangue convencional, que só pode ser feita novamente com um intervalo de 60 a 90 dias”, explica a diretora-geral do Hemepar, Liana Labre de Souza.

TERAPIA – A transfusão de plasma convalescente é experimentada há tempos como terapia para doenças infecciosas. Chegou a ser usada na pandemia de gripe espanhola, no início do século passado, e também em surtos mais recentes, como do sarampo, da influenza e até do ebola. O Hemepar prepara um estudo junto com médicos do Hospital do Rocio, de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, para avaliar a efetividade da terapia.

No caso da doença causada pelo novo coronavírus, a transfusão é feita no início da infecção, nos primeiros cinco dias, em pacientes que não estejam com o pulmão muito comprometido e sempre com autorização dos familiares. “Temos efetivamente bons resultados com o plasma convalescente, e um estudo será publicado com essa avaliação nos pacientes com Covid-19. Mas ainda é tudo muito empírico, é preciso que mais trabalhos científicos sejam publicados”, afirma Liana.

“A Covid-19 é uma doença nova, e os médicos e cientistas ainda buscam por um tratamento eficaz. As terapêuticas que temos hoje, inclusive a transfusão de plasma, ainda não tratam a patologia, mas dão uma boa melhorada. Temos boas respostas em alguns pacientes, e resposta nenhuma em outros”, ressalva. “Mesmo depois de um ano de pandemia ainda não há um tratamento de eleição, somente indicativos de melhora. O que se sabe de concreto é que distanciamento, uso de máscaras e higiene das mãos é o que efetivamente dá certo”, acrescenta.

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