Irati e região têm explosão de casos de Covid-19, mas poucos internamentos

Jaqueline Lopes

O que parecia estar controlado no fim do ano passado tomou outra proporção no início de 2022 e os casos de Covid-19 aumentaram em todo o país, assim como na região de Irati. A explosão de casos se dá devido à nova variante que circula, a Ômicron. Até quinta-feira (20), a região tem 2733 casos ativos da doença. Mas com a vacinação em massa e que avança a cada dia, os casos graves da doença são menores. Ao todo, 10 pacientes estão internados, e foram registrados dois óbitos neste mês de janeiro.
De acordo com o coordenador do COEF e enfermeiro, Agostinho Basso, em Irati, neste início de janeiro, em média, são registrados 94 casos por dia no município. Em 19 dias, foram somados mais 1.797 casos novos da doença, um aumento de cerca de 1.500%. E um óbito foi registrado neste mês. As estatísticas mostram que, até o fim de janeiro, o número de infectados deve triplicar.

“É muito importante que as pessoas cumpram as orientações e nos ajudem a combater essa pandemia, e cada um faça a sua parte” – Agostinho Basso

Basso relata que o aumento de casos se dá em função da nova variante Omicrôn que circula no mundo, e já sabiam que chegaria à região devido ao crescimento na Europa e EUA. Esta variante tem uma transmissão rápida, mas não é tão patológica, ou seja, não causa casos graves e o número de óbitos é baixo.
Até quinta-feira (20), cinco pacientes estão internados, em Irati. Agostinho comenta que, destes, apenas um tem o esquema vacinal completo. “As outras não estavam imunizadas ou com o esquema incompleto. Daí a importância de procurar a vacinação, aqueles que estão atrasados. De modo geral, essa variante traz essa diferença, tem um poder grande de contaminar, porém, graças a Deus, a maioria sintomas leves e até assintomáticos”, comenta o coordenador do COEF.

VACINAÇÃO AMENIZA A DOENÇA

A vacinação avança e são poucos casos de internamento e óbitos no Brasil também na região de Irati e mostra como a vacina faz efeito. Nesta semana, iniciou a vacinação em crianças, com comorbidades, de 05 a 11 anos.
A secretária de Saúde de Irati, Jussara Aparecida Kublinski Hassen, destaca que o município tem cinco mil pessoas que não tomaram a segunda dose, e para dose reforço a procura está baixa, assim como das crianças. “A vacinação continua. Vocês estão vendo que é a única coisa que temos hoje, que tem nos protegido, pelos casos que estamos vendo que não têm se agravado. Fazemos um apelo a população: vão tomar a vacina. O nosso sistema de saúde está cansado. É muita gente para atender. Sei que tem muita reclamação, mas há quase três anos são os mesmos funcionários, pedimos a compreensão da população”, observa.
Irati tem, até quinta-feira (20), 49.342 pessoas vacinadas com a primeira dose (80% da população), e 45.162 (73% da população com esquema completo). Já a dose reforço foram 15.331 aplicadas.

MUDANÇAS NO ATENDIMENTO E ISOLAMENTO
Com a nova variante, houve uma mudança para atendimento e isolamento dos pacientes contaminados e contatos em Irati e no Paraná, que seguem as orientações do Ministério da Saúde. A Ômicron carrega o sistema básico de saúde, por isso, é comum ver as unidades sentinelas lotadas.
Para auxiliar nos atendimento, Irati criou mais uma unidade sentinela. Além do Joaquim Zarpelon, o posto do bairro Rio Bonito faz testes e consultas. São entregues senhas para quem procura as unidades. Agora, quando o paciente testa positivo, se não tiver nenhum sintoma, apenas recebe o termo de isolamento. Já para aqueles que têm sintomas há uma consulta com o médico. O kit Covid não é mais entregue para a população.
“As pessoas procuram as unidades sentinelas com sintomas gripais e pode ser Covid ou uma influenza, porque também temos o vírus H3N2 circulando. Todos passarão por uma equipe treinada que faz o primeiro atendimento. Se for sintoma leve ou assintomático, após a realização do exame, receberá o termo. As consultas são deixadas somente para pacientes com sintomas moderados ou graves, porque pode gerar uma receita ou um encaminhamento para Santa Casa ou para a UPA”, relata Agostinho. A prefeitura já analisa abrir uma nova unidade sentinela no Centro do município, caso os números da doença aumentem ainda mais.
Mas o maior desafio para administração, segundo Agostinho e Jussara, é a falta de profissionais, pois estão com credenciamento para médico, técnico em enfermagem e enfermeiros e não conseguiram preencher. Além disso, os que estão na linha de frente já estão há quase três anos no trabalho, muitos sem férias.
Aqueles que positivam para a doença e tem sintomas leves devem ficar 10 dias isolados. Se não tiver sintomas, em sete dias, pode voltar após um teste negativo. Para os contados, se em cinco dias não apresentar nenhum sintoma, pode fazer o teste e se der negativo retornar às atividades.

REGIÃO
Os 10 municípios que fazem parte da Amcespar têm 10 pacientes internados, e 2733 estão com o vírus ativo, em isolamento. A região registra, até quinta-feira (20), 34.660 casos da doença, e totaliza 587 óbitos. O aumento foi grande comprado ao fim do ano passado, que tinha menos de 30 mil confirmações. Mas com a vacinação, que soma, segundo dados da Sesa, 148.834 vacinas aplicadas com a primeiro dose, 107.515 com a segunda dose, esquema completo, os casos crescem, mas a quantidade de internamentos é baixa comparada às demais variantes.
Em Rio Azul também houve aumento nos casos, mas com a vacinação em andamento e a boa adesão, não há internamentos. No dia 18 deste mês, mais de 1.400 pessoas foram vacinadas em 12h no município, com todos os profissionais trabalhando para que a população seja imunizada o quanto antes. “Acredito que a solução para tudo isso é a vacinação, inclusive, parabenizo toda a população que colabora e vem receber a dose da vacina. Quem não pôde vir ainda vai ter dose na próxima semana, mas é importante isso. A equipe da Saúde está se esforçando ao máximo para aplicar as doses. Parabenizo todos por isso. O Governo do Estado está fazendo a sua parte para enviar as vacinas para os municípios. Ficamos felizes com o avanço da vacinação. Torcemos para que, o quanto antes, o vírus vá embora e a gente possa seguir a vida normal”, comenta o prefeito de Rio Azul, Leandro Jasinski.

“Acredito que a solução para tudo isso é a vacinação” – Prefeito Leandro Jasinski

Com o aumento de casos em Teixeira Soares, o secretário de Saúde, Amauri Klossowski, faz um apelo à população para que intensifique os cuidados e tomem a vacina. “O pedido é que as pessoas continuem usando a máscara, álcool gel e distanciamento. Saímos de um período de festas e confraternizações, então, evitem qualquer movimento, principalmente, reuniões e encontros familiares ou outras atividades que tenham aglomeração. Estamos juntos, testando a população e encontramos muitos casos. Pedimos o apoio, que nos ajudem, para que esse vírus não torne descontrolado”, comenta Klossowski, O município começou o ano com dois casos ativos, e até quinta-feira (20) já ultrapassa os 140 infectados ativos.
Fernandes Pinheiro também teve um aumento expressivo já na primeira semana de janeiro. Na virada chegaram a ficar sem nenhum caso ativo, mas já no dia 03 começaram a aparecer novos. O município chegou a atingir 131 casos ativos, nesta quinta (20), houve uma queda, um grande número se recuperou. Mas ainda 80 exames de PCR aguardam resultado do Lacen. A secretária de Saúde do município, Emanuelle de Matos, comenta que há um atraso de oito dias nos resultados devido à alta demanda do Estado, com os novos casos. Segundo ela, muitos casos registrados são da Ômicron, também houve confirmações da Delta, além das influenzas. “Infelizmente, as flexibilizações das medidas restritivas e a população que, infelizmente, pela vacinação ou por não acreditar que teriam sintomas mais graves, se descuidaram muito neste fim de ano. Muitos casos de pessoas que viajaram e retornaram com sintomas”. Fernandes tinha um paciente internado em Telêmaco Borba, mas recebeu alta na quinta-feira (20).

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.