Professores de Prudentópolis iniciam greve nesta terça-feira (31)

Amanda Borges com Jaqueline Lopes

A partir de terça-feira (31), parte dos professores da rede municipal de ensino de Prudentópolis está em greve. A categoria reivindica o reajuste salarial de acordo com o tempo de carreira e formação em relação ao piso nacional. A prefeitura argumenta que o pagamento dos educadores está acima do piso e não há recurso financeiro para atender todas as demandas e atender e pleito de classe dos professores.

Alguns professores saíram às ruas nesta terça-feira (31) pedindo o reajuste. E na tarde de segunda-feira (30), houve uma reunião com o vice-prefeito Evaldo Hofmann e equipe e com o APP Sindicato, mas nada foi acordado.

POSIÇÃO DA PREFEITURA

A Prefeitura de Prudenetópolis emitiu uma nota explicando os motivos dos reajustes dos professores, e postou um vídeo com o assunto nas redes sociais. O prefeito Osnei Stadler comenta que em janeiro foi concedido a reposição linear de 14,58% a todos os professores; “bem como assegura o pagamento do piso nacional a quem eventualmente pela carreira, não tivesse atingido este piso. A média dos salários dos aproximadamente 470 professores da rede municipal de ensino de Prudentópolis, para quatro horas de trabalho diário, é de R$ 2.849,37, portanto superior ao piso nacional”.

Além disso, Stadler explica que não há recursos financeiros suficientes para atender todas as demandas e ainda assim atender e pleito de classe dos professores, além disso, a projeção dos gastos, levando em consideração as despesas do ano inteiro, mostram que os recursos da Fundeb são insuficientes para a educação e, inclusive, para o pagamento de salários.

Ainda, é preciso levar em consideração os interesses e custos dos, aproximadamente, cinco mil alunos da rede municipal, além dos 45 mil moradores de Prudentópolis, que serão afetados com “qualquer gasto que não tenha fonte certa para pagamento”.

Assista ao vídeo com a explicação do prefeito.

Em entrevista ao Minuto Notícia, a secretária de Educação de Prudentópolis, Eliane Dal Pisol, informou que nenhuma escola foi autorizada a suspender as aulas. Portanto, no dia 31 de maio as aulas devem ocorrer normalmente, apesar de alguns profissionais terem aderido à greve. Além disso, Eliane informou que a secretaria está à disposição da população para esclarecer qualquer questão relacionada ao assunto.

POSICIÇÃO DO SINDICATO

Em contato com a Tatiana Nanci da Maia, Presidente do Núcleo Sindical da APP-SINDICATO Irati, que atende Prudentópolis, ela explica que os professore aguardam o reajuste de salário desde 2019. Além disso, a sindicalista afirma que a questão envolve mais do que apenas o âmbito financeiro. “Tem uma questão moral que é o direito a valorização, que é o achatamento da carreira. De certa forma, os municípios estão matando as carreiras desses professores, porque todos vão receber ao logo do tempo o mesmo valor”, explicou Tatiana.

Apesar da decisão da justiça com relação à suspensão da greve em Inácio Martins, que ela acredita que possa acontecer em Prudentópolis, ela explica que o ato não pode ser considerado ilegal. De acordo com a sindicalista, para declarara a ilegalidade do movimento, seria necessário que a questão fosse debatida e julgada. “Eles estão reivindicando aquilo que é um direito minimamente moral deles”, disse Tatiana. “A categoria precisa disso, porque é preciso que os governos aprendam a valorizar a educação. Muito se fala em educação, mas pouco se faz, então nós não temos alternativa”, finalizou.

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