Raízes fortes, que impulsionam a busca por um futuro próspero

O município centenário busca em suas raízes o trilho para o desenvolvimento, de olho no futuro, mas sem esquecer da sua sustentação, construída dia após dia pelos rioazulenses. Após 100 anos de emancipação política, Rio Azul preserva a sua cultura, história e características.

Com o passar do tempo, algumas situações já não são mais possíveis, como navegar pelo Rio Potinga, onde era transportada a erva-mate através dos barcos a vapor. Mas, no município traços do passado fazem parte do presente. No centro da cidade, por exemplo, está a antiga estação ferroviária – que deu lugar para a atual rodoviária. Em sua proximidade pode ser notado o crescimento do comércio rioazulense.

De acordo com o último censo do IBGE, Rio Azul possui cerca de 15 mil habitantes. A área rural, formada por pequenas propriedades, tem como potencial algumas atividades agrícolas e a produção de fumo, sendo o segundo maior produtor do Estado e o sétimo em todo o país. Já a cidade tem seu desenvolvimento através de indústrias extrativas de madeira, que geram grande parte dos empregos.

Rio Azul também é formada por várias comunidades e pelos conhecidos faxinais. A cultura ucraniana e polonesa é evidenciada em algumas Igrejas e destaca a formação inicial da população. Um dos olhares, que remetem ao passado do município é o de Antonio Petrek, artista reconhecido por suas belas obras em igrejas de algumas comunidades.

Uma das igrejas que recebe destaque na história do município é a Capela Senhor Bom Jesus, localizada na comunidade da Cachoeira dos Paulistas, que foi fundada em 1958, com a colaboração das famílias dos descendentes de poloneses e ucranianos que moravam na comunidade e doaram madeira, participando da construção. As pinturas internas da capela, realizada por Petrek, mantêm até hoje o brilho e as características do pintor, admirado por muitas pessoas.

O COMEÇO

A história do território de Rio Azul se deu início através da formação das primeiras colônias fundadas, que foram as de Butiazal e Rio Azul dos Soares. Com a chegada da linha férrea São Paulo – Rio Grande, o povoamento cresceu nas regiões próximas por volta de 1902.

Nesse mesmo ano foi inaugurada a estação ferroviária, a qual recebeu a denominação de Estação Roxo Roiz, em homenagem ao engenheiro que cuidava das obras, passando o povoado a ser nomeado também como Roxo Roiz. A linha férrea trouxe o impulso que daria origem a estrutura do município. Casas e alguns comércios começaram a ser construídos no entorno da estação.

Nesse mesmo ano foi inaugurada a estação ferroviária, a qual recebeu a denominação de Estação Roxo Roiz. Foto: Luciano Pavloski

INÍCIO DA POPULAÇÃO

Algumas vertentes históricas citam a população inicialmente por desbravadores portugueses. Mas, o primeiro imigrante a ser registrado como morador desta terra foi Jacob Burko, nascido na Ucrânia em 1882. Ele chegou ao local no ano de 1900 e é tido como um dos principais fundadores da Villa de Roxo Roiz.

Em 1907, é criado o cartório local. Também neste ano, por um decreto, a Vila de Roxo Roiz acabou se tornando Distrito do Rio Cachoeira, pertencente ao município de Irati. Em 1914, o Distrito do Rio Cachoeira voltou a chamar-se Roxo Roiz, agora com subordinação ao município de São João do Triunfo. O nome Rio Azul demorou para ser fixado, sendo que vários decretos estabelecidos mudavam constantemente a nomenclatura. Marumby, uma comunidade conhecida do município também já deu nome ao município.

Na época, países como Uruguai, Argentina e Paraguai, grandes consumidores de erva mate, passavam por uma crise com a falta da matéria prima. Foi registrado neste território um grande volume da venda deste produto, exportados via estrada de ferro e também pelos barcos a vapor que navegavam pelo Rio Potinga, onde havia instalado o Porto Soares. Grande parte da erva-mate, árvore nativa da região, era levada até o município de São Mateus do Sul.

POTENCIAIS DO MUNICÍPIO

Um dos principais potenciais de Rio Azul é o cultivo do tabaco, sendo o segundo maior produtor da cultura no Paraná. O município fica atrás apenas de São João do Triunfo. Mas, levando em consideração o número de famílias produtoras, Rio Azul assume a primeira colocação com mais de 2.600 famílias, que produzem juntas mais de 15 toneladas de fumo por safra, segundo dados do Sinditabaco.

A produção de fumo no município vem crescendo anualmente, tendo em vista que a maioria dos produtores possuem pequenas propriedades, dificultando o investimento em outras culturas como a soja por exemplo.

O primórdio da produção de fumo em Rio Azul se deu por volta de 1959, onde quatro famílias ingressaram nesta cultura, cada uma com sua pequena estufa. O crescimento constante se deu muito pela possibilidade da pequena quantidade plantada e também pelo pequeno espaço utilizado, considerando as outras culturas. Os produtores começaram a receber assistência técnica com a instalação de algumas empresas fumageiras na região. O plantio também recebeu novas técnicas, como os canteiros, diminuindo cada vez mais o uso de defensivos e a mão de obra destas famílias com o passar do tempo.

Atualmente, a produção de tabaco é a grande geradora de renda juntamente com grandes empresas de outros ramos na cidade. O comércio de Rio Azul se torna ainda mais fortalecido com a boa rentabilidade destas famílias produtoras. O fumo possui um dos melhores seguros agrícolas do país e também tem a garantia da maioria do tabaco produzido no país ser direcionado para exportação, em um mercado estável, assegurando ainda mais os produtores de tabaco.

 

 

 

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