Reunião discute uso e consumo de agrotóxico na região

Na tarde de quarta-feira (19), aconteceu na Câmara de Vereadores de Irati, o Fórum Paranaense de Combate aos Agrotóxicos, Transgênicos e Fertilizantes Químicos e Fórum Estadual para o Controle de Tabaco. Em uma conversa e explanação de dados sobre o uso do agrotóxico, foi mostrado que Irati e Teixeira Soares estão entre os 50 municípios que mais consomem o produto no Paraná.

Segundo dados do MP, Teixeira Soares está na posição 39º, e Irati ocupa o 49º lugar. Porém, muitos agricultores se mostraram contra esses dados apresentados, visto que na região são feitas fiscalizações nas plantações, e segundo eles, nada foi encontrado.

O produtor rural, João Eduardo Carachinski, o Édio, participou do fórum e diz que saiu antes de terminar, assim como vários outros produtores, pois não concorda com o que foi apresentado pelos organizadores. “Nós nos sentimos lesados com os organizadores do evento, faltaram com a verdade, porque usamos produtos registrados, temos agrônomos comprometidos que indicam os produtos e as doses certas a serem usadas nas lavouras. Estamos trabalhando dentro da lei. Esses outdoors espalhados pela cidade prejudicam a nossa imagem”, disse.

O Paraná é o segundo estado do Brasil que mais consome agrotóxicos, segundo os dados do MP, por isso a necessidade do Fórum. “Os nossos municípios estão nessa situação, em consumo exagerado, excessivo contaminando solo, água, ar, prejudicando a saúde. O risco não é só de quem está aplicando, mas sim, de toda a população que consome estes produtos contaminados. Estamos em um ponto em que é preciso dizer “chega”, precisamos de outro modelo, porque nós não damos conta de atender tantas pessoas doentes", explica a procuradora regional, Margarete Matos de Carvalho.

Édio enfatiza que “não usamos agrotóxicos porque gostamos deles, usamos porque é necessário. Em nossa região, a ADAPAR tem feito coleta de produtos e mandado para análise, os resultados foram negativos para todos os agrotóxicos pesquisados, temos laudos que comprovam isso. Os agrotóxicos usados de maneira correta e respeitando o intervalo de carência, não oferecem risco nenhum para quem consomem os alimentos. O objetivo do fórum deveria ser, em alertar e instruir o agricultor a importância de usar corretamente os agrotóxicos, e não o condenar por isso”.

Outra questão levantada pelo MP foi sobre a falta de políticas públicas para assistência aos agricultores, que procuram nas próprias lojas, que, muitas vezes, priorizam o lucro e esquecem da saúde, deixando os agricultores sem alternativas.

Ao final da reunião, a procuradora ouviu os agricultores que se manifestaram sobre o assunto debatido e diz que foi positiva. “Tivemos um público significativo, com pessoas que estavam interessadas em debater esse problema, não tivemos nenhuma dificuldade, tirando alguns agricultores que não entenderam a razão dessa discussão, de um modo geral, um público preocupado. A população tem necessidade e está carente de informação”, finaliza a procuradora.

RIOS DA REGIÃO

Na reunião, também foi falado sobre os rios que abastecem os municípios e qual a qualidade da água encontrada neles. A procuradora diz que o problema deve ser resolvido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que é a fornecedora da água no estado, e que a Prefeitura é a responsável por essa fiscalização. “A Sanepar deve adotar medidas e providências para garantir que a água esteja própria para consumo, e quem deve exigir é o município, pois foi ele que assinou o contrato com a empresa”.

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