Uct de Irati está com o estoque de sangue em estado crítico

O banco de sangue da Unidade de Coleta e Transfusão (Uct) de Irati está com o estoque em estado crítico, ocasionado pela pandemia da Covid-19. O chefe Uct de Irati, Amauri Kubaski, afirma que as pessoas deixaram de doar, por medo de se contaminarem. Desde o início da pandemia, o sistema de doações do Hemepar fez adaptações para que houvesse a segurança dos doadores.

Por isso, foi necessário agendar os horários para que não formassem aglomerações. Cada doador agenda seu horário pelos telefones (42) 3422 3119 ou (42) 999553539, e tem um tempo reservado dentro de 30 minutos. Neste mês, a Uct fez um horário estendido de coleta a começar pelo dia 11, em que cerca de 50 pessoas já estavam agendadas para fazer a doação.

Amauri explica que horários podem ser adaptados para as pessoas que trabalham e desejam doar. “O doador faz a triagem, a coleta e pode voltar a trabalhar, ou ainda, para os que não conseguem ir em horário comercial, tem o horário estendido que é combinado por telefone. Agora, o horário normal de doação está entre 13h às 16h30, neste período conseguimos atender uma média de 15 doadores por dia”, disse.

O chefe da Uct conta que antes da pandemia, eram feitas campanhas, e as empresas das cidades vizinhas traziam os funcionários que desejavam doar sangue. “Empresas de Rio Azul, Mallet, Irati, Imbituva e Rebouças enviavam seus funcionários de ônibus para a unidade, vinha 30, 40, até 50 pessoas fazer a coleta. Na época não tinha problema de ter aglomerações, demorava um pouco, mas eram muitos doadores. Hoje, na unidade, não há muito espaço, isso diminui os doadores, e automaticamente o estoque”, informa Amauri.

A Uct de Irati atende, aproximadamente, de oito a 10 municípios, sendo Inácio Martins, Rebouças, Rio Azul, Mallet, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Imbituva e Guamiranga, a maioria destes municípios são tratados na Santa Casa de Irati, mas quando há necessidade de atender os hospitais de cada um, também é feito.

O farmacêutico bioquímico da Uct de Irati, Luciano Ferreira Silva, conta que em tempos normais, cerca de 120 a 160 bolsas por mês. “No mês passado teve um número alto de coletas, porém, a saída foi muito grande e não atendeu a demanda. Geralmente, transfundimos mais do que coletamos, e acabamos utilizando bolsas de outros lugares”, disse o farmacêutico.

Ele também conta como é feito o fracionamento de sangue. “O fracionamento do sangue é feito em Curitiba, as bolsas coletadas vão para lá, juntamente com a sorologia que são os tubos coletados e as bolsas que dão resultado negativo serão fracionadas, em um dos quatro hemocomponente, que são, concentrado de hemácias, plasmas, plaquetas ou crioprecipitado”, disse o enfermeiro.

Como é uma hemorrede, quando as coletas acontecem em número satisfatório abastecem, também, Curitiba e outras regiões. “Sempre remanejamos para que não haja falta de um determinado grupo sanguíneo, como por exemplo, os grupos RH negativos, que são a carência maior nos bancos de sangue, pois é uma pequena parcela da população que tem esse tipo de sangue. A grande dificuldade está em manter o estoque regular e fidelizar os doadores, homens podem doar até quatro vezes ao ano, mulheres até três vezes”, esclarece Luciano.

PERFIL DO DOADOR

A partir de 16 anos já pode doar sangue acompanhado pelos pais ou responsáveis; precisa pesar pelo menos 50 quilos; não ter feito nenhum procedimento cirúrgico recentemente; caso tenha feito tatuagens ou colocado piercings deve esperar um ano; não pode possuir nenhuma doença infectocontagiosa; não estar resfriado e caso tenha sintomas da Covid-19 não deve fazer a doação sem se certificar de que está ou não com a doença.

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