ALBINA SMOLKA VINK

Pe. ANDERSZON SPEGIORIN, SC

Albina foi a quinta filha do casal José e Hedviges Samolka, nascida nesta cidade (Irati), oriunda de uma família católica praticante, fé que professou até o fim da sua vida.

Estudou na Sociedade-escolar “Wolnosc” (Liberdade), ensino básico. Foi aluna do Professor Apoloniusz Zarychta, João Zawora, Maria Ferrario, entre outros.

Seus pais José e Hedviges, recém casados, vieram para Irati nos idos de 1900, oriundos da Colônia Santo Inácio (Curitiba), onde seu pai comprou uma serraria pequena, no centro da cidade, adquirida do Sr. Emílio Gomes.

Mais tarde, com um sócio, montou a serraria à vapor, na localidade de Pedra Petra, na época, movida por uma locomotiva,  o que tinha de tecnologia em serrar madeiras.

Seu pai, José, como sabemos, foi um importante líder polônico nesta época, sendo o fundador e presidente da Sociedade Wolnosc (1921) e da comissão de construção da primeira capela de São Miguel (1925), hoje uma importante paróquia em nossa cidade, que no início agregava os poloneses estabelecidos em nossa cidade, esta capela foi concluída no final de 1927.

Casou-se com Samuel Vink no ano de 1931, tiveram dois filhos, Eduardo (in memoriam) e Hedviges, minha mãe.

Meu avô, Samuel, era natural de Roterdam (Holanda), de família protestante, pertencente a Igreja Reformada Holandesa. 

Vieram para o Brasil em 1908, estabelecendo-se na Colônia Gonçalves Junior (Núcleo-Iraty). Provavelmente, após conhecer minha avó, frequentou a catequese e se tornou católico.

Além dos trabalhos de dona de casa, assim como seu pai, sempre esteve envolvida com a comunidade polonesa local.  Era assídua leitora do Jornal Lud, editado em Curitiba.

Na sua juventude participou ativamente das atividades culturais da Sociedade-escolar Liberdade.  Pertenceu a “União dos amadores do Teatro”, com sede em Curitiba, de onde vinham instrutores para cá, na instrução dos jovens polônicos, formando o espírito patriótico polonês, nas artes cênicas.

Tinha o dom de declamar, de memorizar as peças teatrais e na declamação de versos. O seu poeta preferido era “Juliusz Slowacki”, nesta época fazia parte do grupo de teatro “Ogniwo” (Elo). 

Participavam com programas patrióticos nas datas importantes da História da Polônia, na sede da sociedade escolar, por exemplo: 11 de Novembro, dia da Independência da Polônia e 03 de Maio, dia da Constituição da Polônia.  Sempre seguido da parte religiosa, que acontecia na Capela de São Miguel.

Em 1974 realizou seu grande sonho, foi conhecer a sua amada Polônia, visitando alguns amigos de juventude que moraram em Irati, como o senhor Wladislaw Wojcik, residentes em Varsóvia, e é claro, conhecendo as regiões deste belo país.  Também visitou a Holanda, pátria do seu falecido esposo.

Sabemos que as comunidades polônicas no Brasil e aqui também estavam adormecidas. Houve um ressurgimento após a eleição de Karol Wojtyla, na Sé de São Pedro, em outubro de 1978.

Em Irati os Polo-Iratienses se organizaram, depois de uma reunião que aconteceu nas dependências da Igreja São Miguel, onde muitos descendentes compareceram, e foi fundado o Centro de Tradições Polonesas 3 de Maio, no ano de 1986.

Vale lembrar a importância do programa “Godzina Polska” iniciado pela senhora Genoveva Zavelinski, fazendo um grande sucesso, todos os domingos, das 11 horas ao meio dia.  Programa do qual, além da divulgação da cultura musical polonesa, convocava os descendentes polônicos, daqui e não somente, para as festividades culturais e religiosas. Na época foi uma grande ferramenta, assim como hoje, de apoio cultural para a nossa cidade e região.

Na visita e encontro com a colônia polonesa, em Curitiba, com o Papa João Paulo II, no estádio Couto Pereira, em 05 de Julho de 1980, minha avó estava presente juntamente com um grupo de iratienses.

Graças a Ela aprendi o básico da língua polonesa, o que me ajudou muito para meus estudos na Polônia.  Tanto a fé católica como o amor a Polônia devo muito a minha avó.

Senti muito a sua passagem para a eternidade e por não estar presente no dia da minha Ordenação Sacerdotal em 1994.

A Missa de Ezéquias aconteceu no dia seguinte após a sua morte, celebrada na Igreja de São Miguel, pelos padres: José Wojnar e Eduardo Maciejewski, da minha congregação religiosa  (Sociedade de Cristo).

Além dos amigos, familiares e representantes da comunidade polonesa de Irati, o Apostolado da Oração, do qual ela fazia parte, estava presente para prestar uma linda homenagem.

Saudades e Memórias Eternas!

Seu neto, Anderson Spegiorin

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