Ladislau Delong

Lúcia W. Venâncio, Danuta Maria W. Sloma, Cleisi Delong Pabis e Tereza Delong

Ladislau Delong era filho de imigrantes poloneses. Seu pai Andrzey Dyląg, nascido em 1854, era natural da Prússia Oriental, região da Cracóvia. Quando completou 18 anos, veio para o Brasil com alguns parentes em 1872, instalando-se na Colônia Muricy, distrito de São José dos Pinhais, nas terras financiadas pela província paranaense. Derrubaram a mata fechada, construíram suas casas e iniciaram a agricultura.
Andrzey casou com Agneska Lubasz, natural de Lublin, Polônia. Dessa união nasceram alguns filhos, entre eles, Ladislau em 1889. Aos 25 anos, em 1914, Ladislau casou com Maryna Maczuga, filha de imigrantes vindos da Galícia, e foram morar numa região de Araucária, Fundo Campo. Ladislau viajava de carroça até Curitiba para vender seus produtos hortifrutigranjeiros no Lago da Ordem e comprar mercadorias para vender em seu armazém.
Em 1919, já com filhos pequenos, a gripe espanhola dizimou quase todas as pessoas da região, mas sua família sobreviveu. A vida se tornou difícil e ele, preocupado com a educação dos filhos, veio para Irati adquirir terras próximas a Colina Nossa Senhora das Graças, antes denominada Serra dos Nogueiras.


Em 1926, aqui chegou com sua família numa viagem de trem, trazendo até seus animais. A família foi crescendo, todos trabalhavam unidos, desenvolvendo várias atividades como a leiteria, a criação de suínos, horta, pomar, lavoura, armazém e a fabricação de vinho.
Seus 13 filhos estudaram na Escola Polonesa em Iraty. Ladislau com muita fé, força e coragem batalhou para o bem-estar de todos, aumentando o seu círculo de amigos e colaborando com o crescimento da cidade, sempre disposto, auxiliando na construção de escolas e igrejas.
Com seus cinco filhos: André, Pedro, Zegmund, Edmundo e Antônio, realizou seu grande sonho, construindo o Moinho Iratiense de trigo e centeio que já em 1949, produzia de 40 a 60 sacas em 12 horas, possuindo maquinários modernos, ajudando muito no progresso de Irati.
Ao chegar o Cinquentenário de Irati, Ladislau, com muita alegria, abriu a porteira da sua propriedade para que as peças da Santa pudessem ser transportadas e assim com a sua doação iniciou a Rua da Santa, hoje, Rua Padre José Pires.
Em 1964, foram festejadas as Bodas de Ouro de Ladislau e Maryna, com as bênçãos do Frei Irineu de Pádua. Foram 58 anos de vida em Irati. Faleceu em 1984 com muita lucidez aos 95 anos, deixando na época 13 filhos, 65 netos e 65 bisnetos.
Deixou seu exemplo de vida, fé, amor, respeito e honestidade. Trabalhador incansável, atravessou muitas dificuldades, agindo sempre com calma e ponderação, valorizando a dádiva mais importante que recebemos de Deus: a vida.
O Moinho Iratiense é uma pujante Demonstração de Trabalho
(Revista (Princesina – de janeiro – fevereiro de 1950)


“A próspera e adiantada cidade de Irati, possui um importante moinho de trigo e centeio, com produtos em alta escala, possuindo maquinários moderníssimos. Situado em magnífico lugar, o mesmo é movido a força hidráulica e por um locomóvel de 18 H.P, que aciona todas as máquinas. A farinha ali produzida é de melhor qualidade, assim como a farinha de centeio.
A safra de 1949 foi uma das melhores até agora conhecidas, motivo esse de grande regozijo entre os agricultores dessa cidade sulina. O moinho tem capacidade de produção em 12h, para 40 sacos, sendo que no próximo mês será a mesma aumentada para 60 sacos. O trigo que ali é moído, é só do Paraná, cujas sementes rivalizam com as de melhores procedências.
“São associados desta operosa organização os seguintes senhores: Ladislau, André, Pedro, Sigismundo, Edmundo e Antônio, cujo trabalho é exercido dentro de um ritmo de grandes possibilidades, sendo que todos são filhos deste notável industrial”.

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