Pedreira

Cesário Fortes nasceu na Espanha, filho de mãe nobre, estudou em colégio de padres e, posteriormente, em uma escola de engenharia. Nessa escola aprendeu o ofício da cantaria, os cantareiros são os artífices em talhar pedras brutas, transformam um grande bloco rochoso em peças geométricas regulares. Hoje são poucos os profissionais dessa área.

No ano de 1932, Cesário Fortes veio da Espanha para o Brasil. Trabalhou no Porto de Santos e em Curitiba com a família Greca, família tradicional no ramo da cantaria. Depois disto, a convite do Padre Mendes, veio para cortar pedras e transformá-las em alicerces do Colégio São Vicente, comprou uma área de terra onde hoje situa-se o bairro Pedreira, devido ao grande maciço rochoso que ali existia.

Contado pela Dona Luci Fortes Adamovicz, filha do seu Cesário, eles foram os primeiros moradores daquele local, o bairro tem a denominação de Pedreira justamente por que ali existe esse grande maciço rochoso de pedras tipo diabásio, conhecida popularmente como pedra ferro, que foi explorada por muitos anos. Das pedreiras do Cesário Fortes e do Aleixo Rossot, posteriormente utilizada por Estanislau Waydzik o popular Estachinho, originaram materiais para boa parte das construções de Irati e região, quer seja pedras para alicerces da construção civil, ou paralelepípedos, meio-fios e lousinhas para pavimentação das ruas da cidade.

Seu Cesário ajudou, com seu ofício nas pedras, a fazer além da fundação do Colégio São Vicente, a fundação das seguintes obras: Grupo Escolar Duque de Caxias, Prefeitura antiga, Igreja Nossa Senhora da Luz, Colégio Nossa Senhora das Graças, da atual Casa da Cultura, Praça da Bandeira e ainda diversos bueiros, galerias e cabeceiras de pontes.

Até a década de 80, a chegada ao bairro era por uma única estrada, que saía da Avenida Vicente Machado, passava ao lado do campo de futebol denominado Palhão, cruzava o Rio das Antas sobre uma ponte de madeira e após uma encosta íngreme chegava-se ao bairro, e mais acima às pedreiras. Essas pedreiras, com material de alta qualidade, pararam de ser exploradas devido à construção das casas da cidade terem se aproximado muito das mesmas, causando assim um grande risco quando das explosões, que eram necessárias para retiradas das pedras.

No bairro, atualmente, há um espaço de grande valor para nossa sociedade: a clínica de equoterapia Petra, de propriedade do empresário Milton Ferreira, o Kiko, e proprietário da Vidraçaria Kiko.

Em 1988 o prefeito em exercício era Alfredo Van Der Neut. O mesmo tinha grande apreço pelos moradores do bairro Pedreira, pois muitos dali trabalhavam como funcionários da própria prefeitura. As casas eram feitas em madeira, assim, a Prefeitura visando melhorar as condições do local, em parceria com a Secretaria Estadual de Habitação, construiu 50 casas novas em alvenaria, num terreno que perfazia 24.804,60 metros quadrados de área.

O local, posteriormente, recebeu pavimentação asfáltica. As ruas foram denominadas por nome de minerais: Topázio, Brilhante, Diamante, Rubi, Safira, Pérola, Ametista e Água Marinha. A atual administração, do Prefeito Jorge Derbli, recuperou totalmente o centro comunitário que estava deteriorado e em desuso.

Com mais esse relato continuamos resgatando mais uma parte de um importante capítulo da história de Irati.

Salve a história de nossa cidade!

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