Outubro Rosa Pet – Campanha de prevenção, diagnóstico e tratamento do Câncer de Mama em Animais

Há mais de 20 anos, surgia, nos Estados Unidos, um movimento popular para conscientização das mulheres sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Tendo como símbolo um laço cor de rosa e, considerando o mês em que se realiza, a mobilização ficou mundialmente conhecida como Outubro Rosa. Anos mais tarde, a campanha se estendeu, alertando quanto à relevância da prevenção, diagnóstico e tratamento dos tumores mamários em fêmeas caninas e felinas.

O câncer de mama é a segunda neoplasia mais diagnosticada em cadelas e a terceira em gatas. A faixa etária comumente afetada varia entre 7 a 12 anos, para ambas as espécies. Machos também podem desenvolver esse tipo de tumor, ainda que numa incidência muito menor do que nas fêmeas.

Muitos elementos contribuem para o desenvolvimento e crescimento de nódulos nas mamas de gatas e cadelas. Fatores como genética, nutrição, ambiente e, principalmente, hormonais, podem estar envolvidos. Os hormônios estimulam a proliferação de células, predispondo a alterações genéticas responsáveis pela formação da célula cancerígina. Hormônios femininos, principalmente o estrógeno, são citados como promotores de crescimento tumoral. Por esse motivo, a castração de fêmeas caninas e felinas é indicada antes que o primeiro cio aconteça.

Estudos demonstram que cadelas castradas após o segundo e terceiro cio, apresentam chance de 8 a 26%, respectivamente, de desenvolver câncer de mama no futuro, enquanto que, nas fêmeas submetidas ao procedimento antes do primeiro cio, o risco diminui para 0,5%. Após atingir dois anos e meio de idade, a castração não é mais considerada uma maneira de prevenir a ocorrência de tumores mamários. O uso de anticoncepcionais é altamente contraindicado, já que são compostos por hormônios femininos que estimulam o crescimento dos nódulos, além de ocasionar outros efeitos colaterais graves.

Neoplasias mamárias podem apresentar comportamento benigno ou maligno, e, nos dois casos, devem ser removidas por meio de cirurgia. Crescimento rápido, coceira, secreções, feridas na superfície e formato irregular do tumor são fatores sugestivos de malignidade, porém, o diagnóstico definitivo só é obtido pelo exame histopatológico, que identifica o tipo de câncer, auxiliando o médico veterinário a estabelecer o tratamento adequado e o prognóstico.

Sistema linfático, pulmões, fígado, rins e baço são frequentemente afetados pelas metástases. Por esse motivo, exames complementares, como o ultrassom abdominal, a radiografia de tórax e análises sanguíneas, são fundamentais para avaliar o estado geral do paciente. Se houver metástase, é indicado que o animal seja submetido à quimioterapia. Embora ainda não seja usual na veterinária, a radioterapia pode ser utilizada quando a remoção cirúrgica não for possível.

Consultar o médico veterinário regularmente, estar atento ao aparecimento de nódulos nas mamas e tratamento imediato elevam a chance de cura e preservam a qualidade de vida do seu animal. Lembre-se que a prevenção é sempre o melhor remédio! Outubro Rosa Pet: participe dessa campanha você também!

 

Médica Veterinária Rosana Pianaro Angelo

CRMV – PR 13.360

 

 

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