Transfusão de sangue em pets – O seu pet pode ajudar a salvar uma vida!

A transfusão de sangue em cães e gatos é uma forma de terapia para manutenção da vida, que age por meio da correção de deficiências sanguíneas individuais de cada paciente, até que a causa da disfunção possa ser tratada. O sangue, após ser coletado do doador, pode ser processado e ter seus componentes separados em diferentes frações com funções terapêuticas distintas.

Na atualidade, existem bancos de sangue especializados em fornecer sangue e hemoderivados de uso veterinário conservados em condições específicas para que não percam a sua utilidade, porém, na rotina clínica da medicina veterinária de pequenos animais, principalmente em cidades distantes de onde se localizam os bancos de sangue, é mais comum a utilização do sangue total fresco, – sangue que, logo após ser coletado do doador, é transfundido ao paciente receptor – devido ao caráter emergencial dos atendimentos que necessitam desse procedimento.

Os animais doadores de sangue devem cumprir alguns pré-requisitos, como possuir temperamento dócil e calmo, ter entre um e oito anos de idade, não portar doenças crônicas ou que possam ser transmitidas pela transfusão, estar com vacinas, controle de vermes, pulgas e carrapatos em dia e passar por avaliação veterinária e exames laboratoriais pelo menos uma vez ao ano. Além disso, os felinos devem pesar no mínimo 5 kg e os caninos não devem estar abaixo dos 25 kg. Fêmeas gestantes ou lactantes também não devem doar sangue. Um cão acima do peso mínimo solicitado pode doar, com segurança, 450 ml de sangue a cada dois meses. Animais de rua não são considerados doadores seguros, já que seu histórico médico e estado de saúde são desconhecidos.

Usualmente, existem duas grandes razões que justificam a transfusão sanguínea: elevar a capacidade de transportar oxigênio para o organismo e melhorar a coagulação. A necessidade de transfundir é baseada, principalmente, na história clínica do paciente, na gravidade dos sinais clínicos e no resultado dos exames laboratoriais. Cães e gatos com a concentração de hemácias, tecnicamente denominada de hematócrito, inferior a 10% no exame de sangue, ou que sofram queda repentina do hematócrito ou, ainda, que tenham perdido mais de 30% do volume sanguíneo devem receber a hemoterapia. A quantidade de sangue a ser transfundido varia conforme a gravidade do caso.

Há possibilidade de o paciente apresentar reação imune ao sangue transfundido. Por esse motivo, é recomendado que o animal seja monitorado por médico veterinário durante todo o procedimento, e que se conheça a tipagem sanguínea tanto de doadores quanto de receptores, o que, infelizmente, nem sempre é possível na prática, considerando que grande parte das transfusões necessita ser realizada com urgência. Os felinos possuem apenas três grupos sanguíneos e os caninos podem variar entre oito grupos. O tipo de sangue de ambas as espécies pode ser identificado por meio de análises laboratoriais ou de testes rápidos realizados na própria clínica veterinária.

Recomenda-se que o volume de sangue total fresco que o paciente necessita receber seja transfundido em um período máximo de quatro horas depois de ser coletado do doador, a fim de evitar a contaminação e proliferação bacteriana. Devido a essa curta validade, é de extrema importância que os médicos veterinários tenham animais aptos e disponíveis a doar sangue em qualquer momento, aumentando, assim, as chances de um bom prognóstico. E você, conhece a tipagem sanguínea do seu pet? Ele é um potencial doador? Converse com o médico veterinário de sua confiança, seu amigo pode nos ajudar a salvar uma vida!

Médica Veterinária Rosana Pianaro Angelo

CRMV – PR 13.360

 

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