Aulas a distância geram dificuldades e superações para alunos e professores

Devido à pandemia causada pelo coronavírus, as aulas presenciais estão suspensas por período indeterminado, e agora retornaram na modalidade a distância. Alunos de educação especial estadual, assim como, professores e diretores estão enfrentando grandes desafios.

Um deles é evidenciado pelo aluno Márcio dos Santos Filho, de 13 anos, que é autista e para fazer suas atividades escolares faz o uso do uniforme, conforme relatos da mãe Sandra Aparecida Costa, ele sente muita falta do ambiente escolar.

Márcio estuda na Escola Andrea Cristina Cabral, na modalidade Educação Especial, no município de Fernandes Pinheiro. De acordo com os relatos da mãe, seu filho precisa de rotina diária e quando se quebra é difícil para ele entender. “Com o regime especial de aulas devido ao coronavírus foi difícil a aceitação, pois ele adora ir para escola gosta muito dos professores, eles ensinam meu filho com muito amor”, conta Sandra.

“Para eu ter sucesso com ele nas atividades enviadas pelos professores o Márcio se arruma, coloca o uniforme como se fosse para escola, olha para a rua ver se o ônibus está vindo. Ele tira a mochila e começa a realizar as atividades. Mesmo eu sendo professora da rede municipal eu jamais substituirei as professoras dele”, explica a mãe.

Sandra enquanto mãe e professora, afirma que estas aulas a distância, apesar das dificuldades, são de extrema importância para os alunos manterem seu aprendizado. Com as explicações referente a situação do isolamento social, Márcio está mais adepto e aceitando com maior facilidade a escola a distância.

Outro relato foi de Laís Oconoski da Silva que é mãe do Marcos André da Silva aluno da Escola Nossa Senhora das Graças, ela conta que tem participado mais da aprendizagem do filho, mas Marcos, por ser filho único, sente saudade, principalmente, dos amigos.

“Ainda ontem tinha uma atividade de língua portuguesa que falava sobre aula a distância e presencial, ele disse que prefere presencial. Para quem tem internet de boa qualidade, smartphone, computador e impressora, fica bem fácil, mas acredito que para quem não dispõe de tudo isso é muito difícil conseguir acompanhar”, comenta Laís.

A diretora da Escola Andrea Cristina Cabral, Noeli Elisabete Filus, conta como tem sido esta experiência desde o início da suspensão das aulas e que surgiram muitas dúvidas em relação ao isolamento social.

“Buscamos sempre fazer o melhor, seguindo os critérios da Secretaria Estadual de Educação e a Federação das Apaes. Dispensamos os alunos e sabíamos que os primeiros 15 dias, seriam a antecipação do recesso, mas já tínhamos uma previsão de que a quarentena seria estendida. Teríamos que encontrar um jeito novo de ser escola e presença na vida dos nossos alunos”, explica a diretora.

A vida social dos alunos está totalmente vinculada à escola, inicialmente, as aulas foram pensadas por meio de vídeos online, porém muitos alunos não têm esse acesso. Professores e equipe técnica (fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional) formularam as atividades impressas em conjunto para que pudessem ser realizadas com a ajuda da família.

A escola, em contato com as famílias, explica que, além de muitas não terem acesso à internet, havia ainda a falta de materiais para a realização das atividades, pois o que os alunos usam na escola é de forma coletiva.

“A escola comprou, com recursos próprios, diversos materiais e enviou para os alunos. Também foram disponibilizados materiais que os alunos já usavam na escola, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Educação e demais convênios”, conta Noeli.

A diretora e todos os professores tiveram a surpresa de saber que os alunos ficaram muito contentes com os materiais, as atividades e também com os vídeos e áudios enviados pela equipe escolar.

“Saber que alguns vestem seus uniformes para assistir as aulas e realizar as atividades, chega a emocionar porque sabemos a falta que a escola está fazendo para eles, porém também sabemos que é muito importante esse isolamento, porque a maioria deles têm problemas de saúde que os colocam no grupo de risco”, finaliza a diretora.

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