De Irati para a Marquês de Sapucaí

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Ana Maria Gadens Bora, 60 anos, iratiense com orgulho, nascida e criada em Engenheiro Gutierrez, e apaixonada por artesanato desde muito pequena, quando assistia a mãe fazendo trabalhos manuais.

Formada em Letras, Ana Maria foi professora de Educação Artística, secretária da Escola Cenecista Sagrado Coração, que ficava em Engenheiro Gutierrez, e também professora de Literatura Brasileira na então Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Irati (Fecli) – que, após a fusão com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guarapuava (Fafig), tornou-se Unicentro. Casou, teve dois filhos e migrou da sala de aula para a área de estética e, depois, para a culinária. Ana Maria teve até mesmo uma loja. Porém, com problemas de saúde, teve de fechar o negócio.

Sempre gostei de artesanato, fui me apaixonando, e procurando coisas novas. Amo fazer trabalhos manuais

Ainda assim, ela sempre encontrava tempo para suas produções em casa. “Eu estava sempre fazendo artesanato, pintando telas, fazendo tricô, crochê, lembrancinhas, arranjos, caixinhas. De tudo um pouco”, conta.

Em cada canto da casa é possível ver as artes de Ana, na sala há quadros pintados por ela. Com uma alegria no olhar mostra seus últimos trabalhos, lembrancinhas e de roupas que está fazendo para a primeira neta, que vai nascer em julho.

Ana Maria é mãe de Luiz Fernando, médico veterinário, e Leonardo, professor e carnavalesco da escola de samba Grande Rio. O samba, inclusive, é uma das alegrias de Ana Maria. “Eu sempre ajudo o Leonardo na confecção de fantasias e alegorias, e neste ano fui contratada pela Grande Rio para ficar dois meses em Duque de Caxias-RJ trabalhando na execução de várias técnicas para alegorias e alas”, relembra com orgulho. O tricô de mão, o crochê e o macramê de Ana Maria apareceram na Marquês de Sapucaí na comissão de frente, no abre-alas, e em outras duas alas da Grande Rio, vice-campeã do Carnaval do Rio 2020.

Este é o quarto ano que Ana participa do Carnaval no Rio de Janeiro, sua paixão pelo artesanato e a dedicação naquilo que faz em cada detalhe, a levaram para a terra da estátua do Cristo Redentor, e ela pretende continuar e mostrar sua arte ao povo brasileiro.

Para ela, participar do carnaval carioca bem de perto foi uma experiência muito válida. “Amo tudo o que está envolvido no carnaval. Gosto muito do clima do barracão de escola de samba, que, se for preciso, até durmo no barracão”, diz. “Ficamos muito felizes, porque o trabalho foi muito elogiado. Nem sempre o trabalho manual é valorizado como deveria. Mas lá eles valorizaram muito, e isso é muito importante pra mim. O trabalho manual é amor, é um pouco da sua vida ali, é doação”.

Ana Maria é uma pessoa que gosta muito do contato humano, no Carnaval pôde presenciar fortemente isso, pois havia afeto no convívio com as pessoas. Ressalta a importância da interação, e valorização das coisas pequenas da vida.

Inspirando muitas pessoas pela determinação e amor pelo que faz, Ana Maria é protagonista da própria história. “Mulheres, corram atrás dos seus sonhos. Somos guerreiras, temos o direito de ser felizes. Nós conseguimos o que quisermos, porque somos poderosas”.

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