Em um mês, Irati registra mais de 400 focos do Aedes aegypti

Jaqueline Lopes

Irati teve um aumento significativo de focos e casos da dengue. Em um mês, o município registrou 419 focos, e tem quatro casos confirmados. Dois autóctones (contraído na zona de residência, em Irati) e dois importados. Além disso, sete casos estão em investigação. O Centro continua com a maior incidência de focos do Aedes aegypti.

A quantidade de focos e casos preocupa os agentes de endemias. Em uma semana, mais de 100 focos foram encontrados. Na semana passada, foram registrados 312, e nesta contabilizaram 419. “Nunca tivemos tantas notificações em um ano inteiro como tivemos no mês de abril”, comenta a supervisora de endemias de Irati, Marissol Esmanhotto.

Como evitar a dengue?

Para evitar que o mosquito crie larvas é necessário que qualquer reservatório de água parada tenha proteção. Caixas d'água e piscinas abertas, até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta são locais possíveis.  Por isso, é preciso se prevenir. “A gente pede que a população colabore, limpando o quintal, porque até uma tampinha de garrafa junta água, depois de uma chuva dar uma olhadinha, tomar cuidado, achamos focos em vários locais, até casa de ovo. Se a população ajudar, vai diminuir muito, vai fazer diferença”, disse Marissol. 

As ações para o controle do mosquito Aedes aegypti estão sendo realizadas pelos agentes. As visitas voltaram a acontecer, e estão fazendo a passagem de bomba de veneno, onde as pessoas com suspeita moram, em um raio de 150 metros, e quando há notificação em tempo hábil. Também, depende do clima para realizar o procedimento. No mês passado, foram realizadas nos bairros Canisianas e Dallegrave, e nesta semana foi feita no Rio Bonito.

O fiscal de endemias, Giovani Alessi, comenta que não e possível fazer em toda a cidade, pois pode haver uma seleção natural e vão ficar aqueles mosquitos resistentes ao veneno. Além disso, o setor segue um protocolo para realizar a passagem da bomba.

Passagem da bomba de veneno passou por bairros de Irati | Foto: Jaqueline Lopes

Durante os dois anos graves da pandemia da Covid-19, os 19 agentes fizeram um trabalho mais voltado para a prevenção, pois não conseguiram realizar as visitas devido as medidas de prevenção contra a doença. Neste período, não foram encontrados focos, mas agora com o retorno, a situação preocupa. “Para nós foi bem difícil, porque o povo se preocupou com a Covid, e a dengue ficou esquecida, mas tivemos menos casos que neste último mês. Tenho medo que vire uma epidemia de dengue aqui, porque Irati é pequeno. Não será fácil”, comenta Marissol.

Ainda, Alessi destaca que as pessoas se preocupam com o cemitério, ferro velho, obras abandonadas, mas os agentes fazem visitas a cada 15 dias. Porém, a maior parte dos focos encontrados é nas residências. “Se for encontrado algum foco é feito o tratamento. Mas nesses locais, geralmente, não têm tanto ocorrência, porque o mosquito precisa de pessoas para poder se proliferar. A maioria dos focos encontrados é nas residências”, destaca Giovani.

Principais sintomas

•	Febre alta > 38°C;
•	Dor no corpo e articulações;
•	Dor atrás dos olhos;
•	Mal estar;
•	Falta de apetite;
•	Dor de cabeça;
•	Manchas vermelhas no corpo.

Quando aparecem alguns desses sintomas a pessoa já deve procurar atendimento. Apesar de ser parecido com os da Covid-19 e outras doenças tem algumas diferenciações, mas em Irati estão sendo estudadas as possibilidades. “Muitas vezes os sintomas se confundem mesmo, o pessoal pode ficar na dúvida, mas os profissionais de saúde de Irati estão investigando as duas situações. É feita a testagem para Covid e dengue”, afirma a enfermeira de epidemiologia de Irati, Denise Homiak Fernandes. 

Ação no Teatro

O corpo de bombeiros auxiliou nos trabalhos dos agentes de endemias em relação aos acumulo de água na obra parada do Centro Cultural Denise Stoklos, pois algumas imagens que circularam nas redes sociais mostram que na parte de cima acumula água. Os agentes fizeram o ofício e pediram o auxilio.

O acompanhamento foi feito por pelo setor de endemias para jogar larvicidas em alguns locais, pois são espaços de difícil acesso. Na parte interna foram encontrados alguns pontos com água parada, e coletado larvas que serão analisadas pelo setor. Porém, na parte de cima, não foi possível passar o material devido não conseguir chegar até o local, são 12 metros de altura. Agora, será necessário um andaime, que a endemias irá providenciar com a Secretaria de Obras ou uma empresa privada, para poder jogar o veneno.

Região

Dos municípios da região da Amcespar, os mais preocupantes são Mallet e Guamiranga, que apresentam uma incidência alta. Mallet tem seis casos confirmados e Guamiranga tem um, porém a incidência teve aumento. De acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), todos os municípios juntos apresentam 12 casos confirmados, com sete autóctones e quatro importados. A quantidades de suspeitas é alta, de 65 casos, e prováveis são cerca de 39. O número parece baixo, mas com a epidemia do estado pode se tornar algo preocupante para uma população de quase 175 mil habitantes de toda a região. Os municípios de Fernandes Pinheiro, Inácio Martins, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares não têm casos confirmados e Prudentópolis tem uma confirmação.

“Cada um cuidando do seu quintal ajuda bastante no combate à dengue” – Giovani Alessi

Paraná

De agosto de 2021, até o momento, o Paraná contabilizou mais de 100 mil notificações de dengue e nove mortes pela doença. Com o aumento dos casos, a Secretaria de Estado da Saúde declarou situação de epidemia da doença desde 19 de abril.

“Entramos em epidemia de dengue. Em cada boletim semanal os números apontavam para este desfecho. Apesar do nosso constante monitoramento, por parte da Vigilância Ambiental, os números aumentaram e agora precisamos reverter a situação. Convocamos a população novamente para este enfrentamento”, alerta o secretário de Estado da Saúde, César Neves.

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