Fazenda Derbli é 2º lugar Geral na criação de cavalos Percheron

Jaqueline Lopes e Nilton Pabis

Irati volta a chamar a atenção na criação de animais. Desta vez é a raça Percheron que participou da 44ª Expointer, que aconteceu de 4 a 12 de setembro em esteio no Rio Grande do Sul. O evento é maior da América Latina. Os animais são da raça Percheron de propriedade do empresário Jorge Derbli, e ficaram em segundo lugar na categoria.

Derbli já cria cavalos há mais de 40 anos, e pela primeira vez foi convidado a participar do evento. O cavalo, chamado Chumbo, ficou em terceiro lugar no melhor macho, já as éguas conseguiram a terceira e quarta colocação.

O Percheron é uma raça de origem francesa conhecida pela docilidade, resistência, inteligência, agilidade e seu espírito trabalhador. De porte vigoroso e bom tamanho, é ao mesmo tempo dócil, manso e fácil de domar. Jorge explica que comprou o cavalo em uma exposição em Londrina há cinco anos. Ele sempre gostou dos cavalos grandes. A característica do cavalo se alinha com a coleção de charretes e troles que Derbli possui na fazenda. O cavalo Chumbo pesa, aproximadamente, 950 kg e tem mais de 1,60 de altura.

Na Expointer, os grandes campeões e reservados machos e fêmeas da raça Percheron foram julgados por Jean-Jaques Leon que, além de juiz e criador, é presidente da Associação da raça e veio para o Brasil para avaliar os 16 animais que participaram da competição. Jorge explica que como são cavalos de força e que, atualmente, eles são criados mais para manutenção da raça do que para o serviço. Segundo ele, esta foi a maior participação da raça na Expointer, o que traz grande aprendizado entre os criadores e se percebe que há novas perspectivas para os criadores.

A Fazenda Derbli conquistou o terceiro grande campeão da Expointer com o cavalo Chumbo e a quarta grande campeã fêmea com a égua Fanou do Córrego. A fazenda ainda conquistou o segundo lugar geral da categoria.

Égua da Fazenda Derbli ficou na quarta colocação da raça Pecheron. Foto: Divulgação.

O grande campeão foi o cavalo Van Dick Stalone da criadora Tatiana Groszewicz de Cordova Basso de Soledade.  Chumbo, do criador Jorge Derbli ficou em segundo lugar nesta categoria. O Reservado Grande Campeão foi WB BAC de Edgar Mayer de Oliveira. Irati foi a única cidade que representou o Paraná entre os criadores da raça, tendo competidores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Uruguai.

A Fazenda Derbli expandiu a criação de cavalos Quarto de Milha e tem grande  visibilidade no Brasil pela genética e porte dos cavalos apresentados. “Este é um projeto que é gerido pelo Rafael e tem exposto animais em vários leilões pelo Brasil”.

Jorge conta que é a primeira vez que participa da Expointer a convite da Associação Brasileira de Percheron (ABP). “Fiquei empolgado por ter o trabalho da criação de cavalos reconhecida numa exposição a nível internacional como a Expointer”,observa. “Mas levar o nome de Irati foi o mais importante. Nossa cidade já foi marcada na Expointer com a excelência na criação de carneiros e, agora, depois de muito tempo, voltamos a ser premiados com outros animais”, completa.

Para chegar a este patamar, Derbli conta que existe muito empenho de todos, principalmente da equipe que trabalha no aras. “Nós investimos na alimentação na genética de alto nível, nos profissionais que cuidam dos animais para que possamos ir aos poucos oferecendo melhores produtos para outros criadores”, comenta. “Nós criamos muito mais do que cavalos. Tem criações de gado de corte, gado de leite, carneiros. Mas são os cavalos onde estamos realizando os maiores investimentos. Apostamos muito na genética para ter animais cada vez mais promissores no mercado”, completa.   

O criador ainda explica que participar de um leilão de alto nível ou uma exposição como a Expointer e ser premiado faz com que o sêmem do animal seja valorizado no mercado e no caso das éguas a procura pelas crias seja maior. Após a participação em esteio, Derbli conta que houve uma grande procura por animais da fazenda. Inclusive, durante a entrevista, presenciamos uma negociação de uma das éguas que estiveram em Esteio.

Sobre o Percheron

A elegância do Percheron, surpreendentemente numa raça tão pesada, faz com que ele se pareça mais um Árabe exageradamente crescido, e certamente alguns de seus ancestrais eram Árabes. Ele deriva de cavalos orientais e normandos, misturados há muitos séculos e posteriormente cruzados novamente com poucos Árabes.

É um animal bem proporcionado, com ossos duros e de pé firme e forte, utilizado para carruagens e trabalho.

Características

  • Altura

Sua altura, na cernelha, vai de 1,50 a 1,62 m, no caso das éguas, e até 1,75 m no caso dos machos. Em geral costumam ser de pelagem torda ou castanha escuro. A raça é conhecida por seu bom carácter, sua docilidade e seu espírito trabalhador. Têm força e são rápidos de movimento. As tarefas que desempenha são normalmente a tração, a agricultura, o transporte e a reprodução.

  • Corpo

Pescoço curto, largo e musculoso, ligeiramente arqueado. Crina abundante. Costas inclinadas e musculosas. Peito largo e profundo. Dorso firme. Garupa ampla e arredondada (pode ser dupla). Extremidades curtas e muito musculosas, e cascos grandes e resistentes.

  • Cabeça

Bastante alongada, mas harmoniosa e expressiva. Bochechas robustas e pequenas em comparação com as dimensões do animal. Frente larga e orelhas muito móveis e curtas, dirigidas para adiante. Olhos grandes. Perfil reto ou obtuso.

  • Pelagem

Aceitam-se todas as variações de negro ou cinza. A cinza tordo e a negra azeviche são muito apreciadas. O negro avermelhado e o ruão são ocasionalmente encontrados.

  • Peso

Entre 500 e 800 kg para os pequenos, e entre 700 e 1.200 kg para os grandes.

  • Caráter

Resistente, enérgico, inteligente, dócil e trabalhador

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