Transiratiense pode encerrar o serviço de transporte público em Irati

A Transiratiense pode encerrar as atividades no serviço de transporte coletivo em Irati, os problemas financeiros que a empresa vem enfrentando, que se agravou no último ano, são os principais motivos do fechamento nesta modalidade. A Prefeitura diz que vai resolver a situação.

O gerente administrativo da Transiratiense, Sérgio Ricardo Zwar, explica que houve uma grande baixa no número de usuários pagantes, com a aprovação de uma lei municipal de maio de 2019, em que garante gratuidade para os idosos acima de 60 anos. Segundo ele, em novembro último, foi feita uma avaliação e cerca de 5.600 pessoas, entre 60 a 64 anos, utilizaram o transporte público e, segundo seus funcionários, este número aumentou.

Zwar explica que com o desequilíbrio provocado pela aprovação da lei não será possível a empresa seguir com este serviço. “Não houve nenhuma contrapartida disso, eu deixei de arrecadar um valor, e ele está fazendo falta e isso tornou o transporte inviável. Hoje, eu estou gastando mais do que estou arrecadando e não tem como prosseguir da forma que está. Não temos interesse em parar, só que a situação econômica está impondo isso”.

Cerca de 50 mil usuários utilizam o serviço público em Irati, em meses de férias este número baixa de 35 a 40 mil, e como não há nenhum subsídio a empresa não consegue se manter. “É uma receita que nós perdemos que está fazendo falta. E a Prefeitura não nos deu nenhum subsídio para cobrir isso, em outras cidades, onde há essa Lei, existe subsídio que torna viável o sistema de transporte, mas não acontece em Irati”, comenta o gerente.

A empresa precisou buscar recursos com bancos para pagar os funcionários no fim de ano. E dos 50 que trabalham na Transiratiense, 35 estão em aviso prévio. Os demais serviços, como o fretamento, que é um contrato particular, vão continuar no município, apenas o transporte público será afetado.

PREFEITURA DIZ QUE NÃO IRÁ PARAR

O prefeito Jorge Derbli diz que o transporte público não irá parar, e que será encontrada uma resolução. “Nós estivemos conversando com o proprietário da empresa para achar uma solução viável, para que não pare, e não vai parar o transporte em Irati. Já estamos estudando algumas formas. Até o final do mês esperamos ter uma solução para este caso. Porque nós já havíamos liberado um aumento de passagem, que está no teto”, disse.

O valor da passagem em Irati, de R$ 4,40, é uma das mais caras do Paraná, e o prefeito ainda enfatiza que o valor não será aumentado. “Não sobe mais, já está no limite, não tem como subir, independente de qualquer coisa que aconteça. Nós vamos fazer um trabalho em conjunto com a empresa para resolver essa situação. Vamos achar uma forma legal para repor esse custo que a empresa está tendo a mais com a gratuidade dessas pessoas”.

Derbli comenta que é o momento de conversar e resolver o caso, e que fará o possível para que a empresa não saia de Irati.“Nós temos que ver o lado empresarial desta empresa que dá emprego para tanta gente em Irati. Temos que ver o lado do equilíbrio financeiro, porque eu vejo, muitas vezes, em horário não de pico, os ônibus rodando praticamente vazios, e isso inviabiliza. Vamos sentar esta semana com as pessoas que têm conhecimento deste assunto para que não precise fazer uma nova licitação, porque a Transiratiense faz este trabalho há muito tempo, e eu quero que ela permaneça”.

NOVOS PROJETOS

A Transiratiense tem novos projetos viários para Irati, porém, neste momento, não há como proceder devido aos problemas financeiros que enfrenta. “A passagem está neste preço porque não recebemos nenhum tipo de subsídio, tudo é custeado pelo passageiro pagante. Nós temos ideias, além de melhorar o transporte, temos outros projetos. Só que isso demanda investimentos, que momento não temos capital para investir”, completa Sérgio.

O prefeito também destaca que o transporte público precisa se transformar, devido a cidade estar crescendo. “Acho que é o momento de mudança. Eu recebo muitas reivindicações das pessoas pedindo para aumentar as rotas e horários de ônibus. A cidade cresceu. Sabemos que vem mudando o conceito e tem menos gente usando o transporte coletivo, precisamos nos reinventar”.

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