Município quer transformar Cachoeira do Pinho em Parque Ecológico

Neste último verão, a Cachoeira do Pinho, que fica a cerca de 12 km do centro de Irati, recebeu grande visitação em relação aos anos anteriores. A atração tem se tornado, cada vez mais, popular na região. E para fazer o uso correto da área, que é de propriedade da União (Eletrobrás) sob administração da Copel Geração e Transmissão S/A, o município de Irati está organizando ações para tentar assumir o espaço e transformá-lo em um Parque Ecológico.

Não é de hoje que a Cachoeira é procurada para visitação. Há muito tempo, o local é utilizado pela comunidade e por praticantes de esportes de aventura. “Creio que tem uns 20 anos que a gente visita aqui”, conta o turismólogo e mestre em Desenvolvimento Econômico, Ricardo Barby. “E, há cerca de um ano e meio, eu e o amigo, professor da Unicentro, Claudio Suzuki, decidimos dar mais acesso à população, pensando, principalmente, na acessibilidade de portadores de necessidades especiais e pessoas que não têm muita aptidão em andar na trilha”, conta ele. A ideia surgiu por saberem que o local é um atrativo com grande potencial turístico.

O projeto                                

O projeto que visa a possibilidade de transformar a área foi iniciado no ano passado com o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Luis Antonio Andreassa (Ico). “Em uma conversa com o Edson Rios, que é um representante da comunidade do Pinho nos aspectos culturais e históricos, nossa secretaria fez um ofício que foi protocolado no dia 31 de agosto de 2018, e eu levei à Curitiba na Copel. Soubemos que havia interesse, por parte da empresa, em passar este terreno para o município e, então, agimos. O retorno foi que este assunto deveria ser tratado com a União no Rio de Janeiro”, conta ele, que hoje é chefe de gabinete da Prefeitura de Irati.

Neste ano, uma das ações que estão sendo realizadas para somar esforços é a petição online, que colhe assinaturas da comunidade, e está disponível desde 14 de março na internet. “São 150 mil metros de área que pertence à União e o papel da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que compreende o departamento de Turismo, é tentar fazer a reversão deste espaço para o município”, salienta Emiliano Gomes, secretário da pasta.

“Fazendo isto, a gente tem a força da sociedade e do poder público em conjunto com os Conselhos de Meio Ambiente e de Turismo para desenvolver um projeto do Parque”. Gomes lembra que tudo será embasado respeitando as normas ambientais. Ele acredita que a petição, que busca assinaturas, é o primeiro passo para, futuramente, ser realizada a concepção do projeto para ser apresentado à Eletrobrás. “A gente vai fazer essa sensibilização para que a União ceda este bem precioso do nosso município”. Ele solicita que a população auxilie nesta petição, acessando o site www.secure.avaaz.org, e procurando o assunto: ‘Ajude a transformar a CACHOEIRA do PINHO em um Parque Ecológico’.

Link para assinatura: Ajude a transformar a CACHOEIRA do PINHO em um Parque Ecológico

Além disso, o secretário destaca que, desta forma, o município poderá receber o ICMS Ecológico, que é um instrumento de política pública, criado no Paraná, para o repasse de recursos financeiros aos municípios que abrigam em seus territórios Unidades de Conservação ou áreas protegidas, ou ainda, mananciais para abastecimento de municípios vizinhos. É possível obter mais informações sobre a petição pelo telefone (42) 3907-3030 e pelo e-mail [email protected].

Apoiando a iniciativa, Barby diz que seria adequado colocar em prática um plano de manejo para viabilizar a estrutura física apta neste local, que é uma unidade de conservação. “Creio que tem que ter essa integração entre todos: poder público, população e a interdisciplinaridade que pode ser obtida por meio das instituições de ensino da região”.

Unicentro realiza ações na área

A Unicentro, que conta com o curso de Turismo em Irati, desenvolve projetos na área há algum tempo. O professor do curso, doutor Ronaldo Maganhotto, que tem experiência nos campos naturais, atuando principalmente nas áreas de planejamento turístico, conservação da natureza e geoprocessamento, conta que já havia tomado conhecimento e assinado a petição.

“Já tem algum tempo que a universidade tem participação em algumas ações, não só na cachoeira, como na comunidade do Pinho de Baixo. Das minhas ações, nos anos 2007 e 2008, tivemos um projeto de extensão vinculado ao programa estadual Universidade Sem Fronteiras em que conseguimos desenvolver um material cartográfico com os alunos, instalar algumas placas de sinalização, e por aí em diante. De lá pra cá, sei que houve algumas ações de outros departamentos da universidade na Cachoeira”, diz Maganhotto. Ele disse que foram feitos Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs) e outras ações voluntárias.

O professor analisa que a área e a comunidade do Pinho, como um todo, são muito interessantes, pois elas vêm a ser um ponto, um objeto de estudo para a universidade e os alunos desenvolverem suas pesquisas, tomarem conhecimento da realidade da colonização italiana e da importância de espaços preservados no município, como esta cachoeira, que é tão próxima ao centro da cidade.

Além do aspecto turístico, Maganhotto ressalta que é necessário um cuidado com a área, que seja voltado para a educação ambiental com escolas municipais e estaduais da região. “Vejo a Cachoeira como um elemento, um espaço crucial para o município que a gente tem que desenvolver e trabalhar com ações pensadas em um bom desenvolvimento para o local. Se resolvendo esta situação de propriedade e uso ordenado da área, se abre espaço para futuras ações, não só pelo departamento de turismo, mas pelos demais da Unicentro”, enfatiza.

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