Curitibano que mora na Inglaterra é voluntário em testes da vacina de Oxford: ‘Uma forma de ajudar’

O curitibano Michael Strugale mora em Oxford e participou como voluntário nos testes da vacina contra o coronavírus — Foto: Reprodução/RPC

O geólogo curitibano Michael Strugale, que mora na Inglaterra, foi um dos cerca de mil voluntários que participaram das primeiras fases de testes da vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford.

"É uma forma de ajudar. A ciência está trabalhando para obter a vacina. Não interessa qual vai ser, mas está tendo um esforço de muitas partes para que ela saia logo", afirmou o voluntário.

O curitibano, que está na Inglaterra há dois anos para uma pesquisa de doutorado em Ciências da Terra, foi um dos 1077 primeiros voluntários do desenvolvimento da vacina.

Os primeiros resultados com este grupo de voluntários apontam, segundo a universidade, que a vacina é segura e induz a uma resposta imune.

No momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 140 vacinas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo. 13 delas estão em fase de teste em humanos. A da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é a mais avançada.

Segundo Michael, ele não teve nenhuma reação aparente.

Nesta fase dos testes, os cientistas observam os possíveis efeitos colaterais em diferentes grupos de pessoas.

"Não senti nada. Só realmente a região onde foi aplicada que fica um pouco sensível por uns dois dias", afirmou.

Voluntário

Além de ver no voluntariado uma forma de ajudar, Michael conseguiu participar dos primeiros testes da vacina por se enquadrar nos critérios que a universidade exigia.

Os cientistas pediam que os voluntários não usassem transporte coletivo para chegar até a universidade onde seriam realizados os primeiros exames, por exemplo.

Apesar da importância da pesquisa, o geólogo disse que sua participação como voluntário foi tranquila. "Você precisa ir várias vezes lá para colher sangue.Também faz uns testes de saúde", contou.

Desenvolvimento da vacina

A vacina de Oxford é produzida a partir de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés.

A esse imunizante foi adicionado material genético usado para produzir a a proteína spike do SARS-Cov-2 (que ele usa para invadir as células), induzindo a criação de anticorpos.

A vacina está na fase 3, ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos), e começou a ser testada no Brasil. Ao todo 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta.

Voluntário recebe injeção durante teste de vacina experimental de Covid-19 realizado pela Universidade de Oxford — Foto: University of Oxford via AP

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