Estados do Sul querem que BNDES amplie créditos para a região

Os três estados do Sul do País reivindicam mais recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a região. O porta-voz do pedido foi o governador Carlos Massa Ratinho Junior, representando também os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Carlos Moisés (Santa Catarina).

Ratinho Junior se reuniu na quinta-feira (30) com o presidente do banco, Gustavo Montezano, no Rio de Janeiro, para levar a demanda do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que pede o aumento de pelo menos 50% no valor destinado para os três estados neste primeiro semestre do ano.

O BNDES reservou R$ 695 milhões para ser dividido por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul nos primeiros seis meses de 2020. Para o BRDE, os recursos são insuficientes. O banco deseja um montante mínimo de R$ 1 bilhão.

“Somos três estados com um agronegócio muito forte e desenvolvido, que gera muitos empregos para o País. Esses recursos são justamente para ampliar o crédito rural, principal demanda dos clientes do BRDE”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. Segundo ele, o presidente do banco entendeu o pedido e ficou de analisar as possibilidades.

Diretor de operações do BRDE, Wilson Bley Lipski também participou do encontro. Para ele, o valor ofertado ao Sul do País em 2020 é consideravelmente inferior ao repassado no mesmo período do ano passado. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ficaram com R$ 1,8 bilhão em 2019. No segundo semestre foram mais R$ 900 milhões liberados pelo BNDES. “O BRDE avalia que este montante não é suficiente para a demanda que tem se apresentado”, afirmou.

Ainda de acordo com o diretor, boa parte desses recursos é destinado pelo BRDE para oferta de crédito rural, colaborando com o fomento do agronegócio na região. Outra parcela, ressaltou, vai para projetos de geração de energia. “É algo muito importante para os três estados”, disse.

INVESTIMENTOS – Somente no último trimestre de 2019 o BRDE investiu cerca de R$ 79 milhões no setor do agronegócio. Além disso, acreditando na tendência da produção alternativa de energia, projetos de eficiência energética e de energias renováveis receberam em torno de R$ 103 milhões do banco, o que representa 42% do total investido no quarto trimestre de 2019.

“O agronegócio é responsável por mais de 65% de toda a carteira do BRDE. Investir em projetos de energias renováveis ajuda a aumentar a diversificação da matriz energética do Estado, além de promover um futuro cada vez mais sustentável e orientado ao uso de energias não poluentes”, destaca Lipski.

Em 2019, o BRDE também colaborou com o cooperativismo. Foram investidos R$ 390 milhões em projetos prioritariamente voltados à melhoria de infraestrutura das cooperativas agroindustriais ou investimentos dos cooperados. Com relação aos produtores rurais, pelo menos R$ 177 milhões em operações de crédito foram aprovadas em 1.104 contratos, mostrando a pulverização do crédito.

PRESENÇAS – Participaram também da reunião a Procuradora-Geral do Estado, Letícia Ferreira; o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero; e o deputado federal e coordenador da bancada do Paraná na Câmara, Toninho Wandscheer.

Comentários estão fechados.