Mônika Gryczysnska: a literata de seus antecedentes

Monika Gryczynska (Mônica Grechinski Filipak) nasceu no dia 12 de dezembro de 1922, em Irati, no Paraná. É neta de imigrantes vindos da região da Polônia ocupada pela Rússia, no ano de 1890, e filha de Pedro Grechinski e Casemira Wasilewska Grechinski. Órfã de mãe aos cinco anos de idade, foi criada por seus tios Maria Wasilewska, prima de sua mãe, e João Gryczynski, irmão do seu pai.

Frequentou a Escola Primária local, na colônia Alto da Serra dos Nogueiras, fundada em 1914 pelos imigrantes poloneses com o nome de “Sociedade Henryk Sienkewicz”. Terminado o curso primário, estudou no Grupo Escolar Duque de Caxias, em Irati, onde fez o Curso Complementar, e durante quatro anos frequentou as aulas na Escola Polonesa “Wolnosc”, também em Irati. Os tios deram-lhe uma educação esmerada, dentro dos padrões da época, ensinaram-lhe, principalmente, o amor ao trabalho, lição que cultivou por toda a vida. Ajudava seus tios no trabalho diário e, nas horas de folga, estudava ou ocupava-se com a leitura dos livros que seu tio trazia, pois também adorava ler.

Aos 17 anos casou-se com Alberto Filipak. O casal foi pioneiro no desbravamento do Norte do Paraná, na cidade de Terra Rica, onde Alberto foi comerciante, pecuarista, industrial, político atuante e prefeito municipal. Em 1972, transferiu sua residência para a cidade de Curitiba. Viúva, com 76 anos de idade e tendo levado uma vida dinâmica, não se sujeitava a ficar na ociosidade, precisando de algo que lhe ocupasse os dias. Tendo adquirido muitos conhecimentos, pela leitura, pelas pesquisas e viagens que fez pelo Brasil e exterior, principalmente a Polônia, terra dos seus ancestrais, resolveu tentar documentar os fatos e as experiências vividas. Dessa maneira, poderia deixar alguma referência para a posteridade.

Começou escrever inicialmente a mão, no caderno. Depois, para facilitar o trabalho – e não se intimidando com a idade, matriculou–se no Curso de Informática para Maturidade, no SENAC. Aprendeu desde a digitação até como lidar com o computador. Ficou fascinada pela máquina e não deixou mais de escrever.

Na ânsia de resgatar a história da família e do seu país de origem, trabalhou durante três anos no romance “O Colar de Âmbar Amarelo”, livro cuja publicação, em 2001, foi a sua maior satisfação pessoal, no limiar dos seus oitenta anos.

Monika não descansou, passando a escrever o seu segundo livro. “O Casarão da Serra”, (2004), é a continuação de “O Colar de Âmbar Amarelo”, a saga das famílias Gryczynski e Wasilewski, imigrantes poloneses e seus descendentes, em solo brasileiro. Ainda escreveu “A Gaivota Solitária” (2007), “Os Cinco Continentes de Gondwana” (2009) e “Um Olhar Sobre o Mundo” (2012).

Mônica foi acolhida pela ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná, onde ocupou a cadeira nº 26, tendo como patrona Olga Grychinski Zeni. Foi digna representante dos literatos iratienses, tratando da comunidade e costumes poloneses em seu trabalho.

Monika faleceu em 26 de maio de 2019, em Curitiba, aos 97 anos.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.