Patrulha Maria da Penha inaugura sede própria e inicia os serviços em Irati

A partir desta semana as mulheres em Irati terão mais segurança, devido a criação da Patrulha Maria da Penha no município. Nesta quinta-feira (23), foi inaugurada a sede que atenderá as vítimas de violência doméstica e familiar.

A implantação da Patrulha se deu devido ao alto índice de violência contra a mulher de Irati. De acordo com o prefeito Jorge Derbli, no município existem 375 medidas protetivas. O trabalho será feito pela Guarda Municipal, que se especializou dentro da Lei para operar o serviço.

A iniciativa tomou força devido a um ato feito pelas mulheres na Rua da Cidadania no ano passado. Diante disso, a administração municipal abraçou a causa e começaram os preparativos com a readequação de uma sede, treinamento aos guardas municipais, além de todos os trâmites legais para a implantação da Patrulha.

“Está é uma conquista para as mulheres de Irati. Nos nós sensibilizamos e fizemos um trabalho em rede, junto da OAB, da Câmara da Mulher, Poder Judiciário, Polícia Civil e Militar. E nós, com a estrutura que temos hoje, a Guarda Municipal, em que temos 11 veículos operando, os treinamentos, os coletes, o armamento, fizemos muitos investimentos. E nós queremos ver com essa medida, que vai ser uma prevenção, conseguimos diminuir esses casos de agressão em Irati e, principalmente, dar apoio às vítimas”, disse o prefeito.

Segundo o secretário de Segurança, Cláudio Adão, a casa servirá para acompanhamento das vítimas de violência doméstica, e terá uma equipe do efetivo trabalhando, além de continuar com os serviços já prestados. “Este é um trabalho que a Guarda já realizava, mas não tínhamos um local, uma casa. Então a Guarda terá uma equipe exclusiva para atendimento da Patrulha Maria da Penha, eles vão atender aqui e as ocorrências normalmente, vai haver uma viatura disponível caracterizada, porque a nossa preocupação é resguardar a segurança”.

O juiz diretor do Fórum, Henrique Kurscheidt, disse que “a proteção da vítima de violência doméstica já existe, a Polícia Militar, a Guarda Municipal e toda a estrutura de segurança pública desempenha esse papel. Mas, a partir de agora, nós teremos este serviço especializado e específico para atender essas mulheres. Então, evidentemente vai ser feito de forma mais cuidadosa e atenta as especificidades que uma mulher nessa situação precisa”.

Para a presidente da Ordem dos Advogados (OAB) de Irati, Sonia Mara Gerchevski, esta conquista vai mudar a vida das mulheres vítimas de violência. “Este é o primeiro e um grande passo para corrermos atrás de uma Delegacia da Mulher, de uma mudança neste sentido. O que eu posso dizer é que vai ser outra realidade, porque agora ela tem um canal para chamar a Patrulha Maria da Penha. As meninas vão acompanhar, se tiver filhos eles vêm junto para casa, vai ter um atendimento de assistente social, psicológico. É outra vida para essas mulheres”. A OAB terá advogados voluntários atuando no atendimento às vítimas, junto a Patrulha.

COMO IRÁ FUNCIONAR

A sala, que fica no Centro Administrativo Municipal (CAM), à Rua Coronel Pires, 826 – fundos, terá uma assistente social e uma secretária que farão o atendimento e auxílio. No local, a vítima poderá relatar o ocorrido e receber o apoio que precisa, com o encaminhamento necessário.

Os serviços serão feitos pelos guardas municipais. A Patrulha fará o acompanhamento da vítima até a delegacia ou Fórum e, também, se necessário, visitas na residência. Todas as mulheres vítimas de violência doméstica poderão solicitar atendimento da Patrulha.

O atendimento da Patrulha será 24 horas, sendo pelo telefone (42) 9 9117 5939 e, também, o 153 da Guarda Municipal e o 190 da Polícia Militar. Em horário normal de expediente o telefone fixo é 3422 6117.

Conforme estabelece a Lei, para garantir a efetividade dos serviços, as ações serão desenvolvidas de forma integrada entre as secretarias municipais, as autoridades e a sociedade civil organizada.

CAPACITAÇÃO

Todos os 34 guardas municipais de Irati realizaram o Curso de Formação sobre a Lei Maria da Penha, ministrado por oficiais da Polícia Militar do Estado do Paraná. “O treinamento foi feito para que nós possamos dar esse atendimento a altura à pessoa que já está fragilizada”, enfatiza o secretário de Segurança.

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