Polícia Civil afirma que homem cometeu feminicídio e tentativa de homicídio

Ivanilda Kanarski, 30 anos, foi morta com dois tiros. Ela estava com seus filhos e irmão no Parque Aquático, em Irati. Foto: Reprodução/Facebook

O inquérito da Polícia Civil de Irati concluiu que o agricultor, de 36 anos, cometeu um feminicídio (crime de ódio contra a mulher), que tirou a vida da sua esposa Ivanilda Kanarski, 30. Além disso, que praticou uma tentativa de homicídio qualificado contra o irmão da vítima. O caso de extrema violência aconteceu no dia 26 de julho, próximo ao horário de almoço, no Parque Aquático e foi testemunhado por várias pessoas.

De acordo com o delegado Paulo Ribeiro, além de causar a morte da sua mulher, o homem também tentou matar a tiros o irmão dela, que a acompanhava na oportunidade. Além da tentativa de homicídio, ele foi indiciado pelo crime de feminicídio, com a qualificadora da dificuldade de defesa da vítima. Ainda deve aumentar a sua pena os filhos terem presenciado tudo, explica.

O delegado comenta que o acusado se negou a relatar o que o motivou a atirar contra a sua esposa. Ele afirmou que não disparou contra o seu cunhado, mas confessou a autoria do delito que vitimou Ivanilda. Pelo o que apuramos em depoimentos e câmeras, aparentemente não houve discussão prévia entre o casal que gerasse o feminicídio, foi tudo muito espontâneo. Ele foi até o carro, pegou a arma e atirou, expõe Ribeiro.

Desde o dia do crime, o homem permanece preso na Delegacia de Irati, onde permanece à disposição da Justiça. O inquérito, que foi concluído na última sexta-feira, foi encaminhado para o Ministério Público do Paraná, que pode solicitar que o caso vá a júri popular.

O CASO

Ivanilda estava brincando com os dois filhos, acompanhada pelo seu irmão, quando o marido chegou de carro, desceu e começou a atirar. A mulher foi atingida por dois tiros, chegou a ser socorrida com vida e levada para a Santa Casa de Irati, mas não resistiu e morreu poucos instantes depois.

O irmão da vítima tentou conter o atirador, e os dois entraram em luta corporal. Um policial que estava de folga, próximo ao Parque Aquático, ouviu os disparos e conseguiu prender o suspeito com a arma.

LEI MARIA DA PENHA

Casos recentes de feminicídio chocaram o Paraná. Além do assassinato de Ivanilda, ocorrido em Irati, a recente morte da advogada de Guarapuava, Tatiane Spitzner, de 29 anos, que tem como principal suspeito o seu marido, Luís Felipe Manvailer, 32, chamam a atenção para situações de violência contra a mulher, muitas vezes silenciosa, mas que mata.

O delegado Paulo Ribeiro conta que aumentou o número de mulheres que estão procurando a Polícia Civil solicitando medidas protetivas, que são encaminhadas para a Justiça. A lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, confere esse direito a mulher que sinta agredida fisicamente ou psicologicamente por uma pessoa que teve convivência, união estável ou até mesmo que seja membro da própria família, explica.

As medidas protetivas podem ser o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima, a fixação de limite mínimo de distância de que o agressor fica proibido de ultrapassar em relação à vítima e a suspensão da posse ou restrição do porte de armas, se for o caso. O agressor também pode ser proibido de entrar em contato com a vítima, seus familiares e testemunhas por qualquer meio.

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