Fake news sobre álcool gel colocam saúde em risco

A grande procura por álcool gel para prevenir a contaminação do novo coronavírus (Covid-19) fez com que o produto sumisse do mercado. Com isso, receitas caseiras, produtos não confiáveis e notícias falsas também chegam aos montes para o público.

De acordo com o professor de Química do Colégio Marista Paranaense, Paulo Christoff, é importante sempre utilizar produtos de procedência confiável.

 

Produtos caseiros ou falsificados não são confiáveis, pois não podemos saber qual é a proporção de álcool contido ao certo, nem das outras substâncias que fazem parte do suposto álcool gel”, explica. Apenas profissionais com formação técnica, como químicos ou farmacêuticos, por exemplo, podem ser os responsáveis técnicos pela produção de álcool gel realmente seguro e eficaz”, completa.

A versão em gel é mais segura por ser mais suave na pele e menos inflamável, apesar da concentração alta, de 70% de álcool, que é o que garante a eficácia do produto. Sobre isso, Christoff esclarece que, apesar de seguro, é preciso manipular o álcool gel de maneira correta.

“Recomenda-se passar álcool gel para higienizar as mãos, pois o produto não evapora tão rapidamente da pele quanto o álcool líquido, com isso o vírus é destruído e a superfície é higienizada. No entanto, é preciso esperar que o álcool das mãos seja evaporado, para só então chegar perto de chamas ou faíscas”. Ou seja, o excesso de aplicação pode acabar tornando o produto perigoso, especialmente para quem está na cozinha, perto do fogão, por exemplo.

Já o professor de Química do Colégio Marista Paranaense, José Rivellino Rocha, alerta que a criatividade não combina com saúde e as receitas caseiras além de não serem eficazes, também podem prejudicar a pele. “Há quem diga que basta misturar álcool ao gel de cabelo ou gelatina para conseguir álcool gel, mas não é verdade. O etanol pode reagir com algum componente do gel de cabelo, por exemplo, e pode acabar trazendo danos para a saúde, ao invés de proteger”, afirma o professor Riva, como é conhecido.

Ele chama a atenção também para o uso do álcool vendido em postos de gasolina. “Definitivamente não pode ser usado para limpeza das mãos, pois é altamente inflamável e nocivo à pele e à saúde. Mesmo receitas caseiras que indicam misturas e combinações não devem ser feitas com o combustível em nenhuma hipótese”. Usar água e sabão para higienizar as mãos é a melhor opção. O álcool gel pode ser usado para ocasiões em que se está fora de casa, por exemplo, conclui Riva.

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