Família de homem que morreu em ponte entra com processo contra Prefeitura de Irati

A família de Airton Pereira de Faria, que faleceu quando ficou preso em uma ponte que estava em reforma, na localidade de Cadeadinho, área rural de Irati, entrou com um processo indenizatório contra a Prefeitura. Nesta semana, aconteceu a primeira audiência do caso, em que foram ouvidas duas testemunhas.

A família alega que a Prefeitura já estava há 20 dias com a obra inacabada, e não havia sinalização que não era possível transitar pela ponte, o que ocasionou no acidente. O advogado da família, Edson Gonçalves, diz que o mais importante é que isso seja resolvido para que não aconteça novamente.

“Fizemos um pedido em valor extensivo, para todos os herdeiros. A esposa veio a falecer durante o processo, porque foi uma comoção muito grande. A família vem sofrendo ao longo desses anos, mas qualquer valor não trará o seu Airton de volta. O que a gente espera é que seja uma punição para o município, para que outros munícipes não venham a ser vítimas em uma situação que a Prefeitura deixou a desejar”, conclui o advogado.

PREFEITURA

O procurador jurídico da Prefeitura, Robson Krupeizaki, informou que primeiro é preciso ouvir o ex-secretário de Obras da época, que poderá esclarecer como aconteceu tudo. Segundo ele, a fonte está morando em Guaratuba, no litoral paranaense, e já foi enviado Carta Precatória para que pudesse comparecer na audiência, porém ainda não foi localizado. Um novo endereço foi enviado para que ele possa ser notificado.

A procuradoria ainda enfatiza que, segundo os testemunhos, na época, havia uma passagem paralela, há uns 50 metros, e também barreiras dos dois lados da ponte, nas cabeceiras, a princípio, que sinalizavam que o local estava intransitável.

Em relação à reforma que estava acontecendo, documentos sobre a obra são desconhecidos pela procuradoria. “Não conhecemos nenhum projeto especifico. O que temos são as matérias que foram publicadas na época. Detalhes sobre a obra serão explicados pelo ex-secretário da pasta, como prazos e o que tinha sido feito, ele é uma peça chave no processo”, finaliza o procurador.

O CASO

Airton Pereira de Faria foi encontrado morto no dia 1º de maio de 2016, na localidade de Cadeadinho, na área rural de Irati. Segundo a Polícia Civil, a filha da vítima saiu à procura do pai e encontrou o corpo pendurado de cabeça para baixo, em uma das vigas que sustentava a ponte. Airton enroscou o pé em um buraco que havia entre as vigas de madeira.

A causa da morte de Airton foi cardiomiopatia, hipertrófica, seção bioquímica, acredita-se que seja em decorrência do frio intenso que fazia naquela época em Irati.

 Após todas as testemunhas serem ouvidas, o processo irá para as alegações finais. Depois disso, o juiz deve decidir se houve ou não negligência por parte da Prefeitura. Ainda não há prazos para a conclusão do processo.

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