Atleta de Irati ganha bolsa integral para jogar e estudar nos EUA

Sthefany Brandalise

Nicole Gartner Custódio é uma jogadora de vôlei iratiense de 18 anos e, atualmente, está jogando em Otero College, no estado de Colorado, nos Estados Unidos. Nicole vem se destacando no esporte, e de uma lista de, aproximadamente 900 atletas das faculdades, ela aparece como a 7° melhor bloqueadora do país.

A iratiense iniciou no vôlei em 2015 quando o professor de Educação Física da Unicentro, Paulo Roberto Machinski, a viu em uma passeata da Unicentro, junto com sua mãe, e a convidou para participar do projeto da universidade.

Nicole conta que sempre gostou de esportes, e desde muito nova sua mãe já a incentivava para jogar vôlei ou basquete. “Um dia minha mãe chegou e falou‘você é muito grande para a sua idade, você precisa fazer um esporte de gente grande’. E aí ela me tirou da dança e da ginástica, e eu comecei no basquete, e depois de alguns meses mudei para o vôlei”, relata.

Ela jogou também na Liga Paranaense de Voleibol, representando Irati nos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018, disputando pela escola Nossa Senhora das Graças e depois pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Foto: Reprodução WhatsApp

Em 2018, jogou a Taça PR por Irati e foi observada pelo técnico Miro dos Santos, que também é técnico da Seleção Paranaense Sub 19 do Marechal, e ficou jogando em seu time por 3 anos.

A atleta conquistou vários títulos paranaenses de 2019 a 2021, entre eles: Campeã Paranaense Sub 17, Campeã Paranaense Sub 18, Campeã Paranaense Sub 19 e, em 2021, Campeã Paranaense dos jogos Escolares Grupo A, quando estava no Ensino Médio.

No ano de 2022, Nicole foi convocada para a seleção paranaense sub 19, e em maio do mesmo ano, disputou o campeonato brasileiro, onde seu time ficou em segundo lugar. E esse foi o campeonato decisivo para ela ir jogar nos Estados Unidos.

Em julho de 2022, com 17 anos, Nicole foi aprovada para estudar e jogar em Otero College, no estado do Colorado. Ela foi para os EUA através de uma agência de intercâmbio, e explica como é a seleção para ir jogar fora do Brasil. “Cada atleta tem vídeos de suas jogadas e a agência envia conforme o que cada técnico precisa. Mas para jogar você não precisa só dos vídeos, você precisa ser fluente no inglês e tirar notas boas”, disse.

Em Otero, Nicole divide o quarto com uma colega brasileira e o banheiro com mais duas colegas. Segundo ela, tudo é de ótima qualidade e eles oferecem café, almoço e janta, todos os dias e sem nenhum custo. Também, possui o acompanhamento de um técnico, fisioterapeuta, psicóloga e nutricionista.

A iratiense conta que a adaptação foi difícil, por ser uma nova língua e um país novo, mas no momento já está mais adaptada e se dando bem com os colegas.

“No começo foi muito difícil a adaptação, por ser um novo lugar e uma nova língua, mas, agora, está mais tranquilo, já fiz amigos e estou conseguindo me comunicar com outras pessoas”, comenta.

Nicole relata que não acreditou quando estava no top 10 de melhores bloqueadoras do país, e seu objetivo é ir para top 5. “Nós temos websites que fazem essa lista com todas as jogadoras das universidades. Na primeira vez eu estava em 14º lugar, o que já era uma conquista enorme para mim, depois vi que estava em 7º e quase não acreditei. Estou muito feliz com isso, só me motiva mais”, disse.

A atleta ainda não decidiu se jogar profissionalmente é o seu sonho, mas gosta muito do que faz e, se tudo der certo, vai continuar. “Virando atleta você vira nômade, você depende de quem quer você, qual time vai querer te contratar, é uma decisão muito difícil. Tenho sim muita vontade, mas vou deixar o tempo levar, vou dar o meu máximo para ser profissional”, relata.

Paulo Machinski, professor do Projeto de Voleibol e Coordenador do Programa de Extensão Permanente “Irati Universidade Olímpica”, comenta sobre o projeto, e diz que se sente muito orgulhoso com a conquista da aluna. “O programa é gratuito, e funciona desde 1997.  O vôlei é o maior projeto dentro deste programa, ele atende a partir dos nove anos de idade, e depois tem o adulto também. Eu sinto um orgulho enorme da Nicole, é muito bom ver uma ex-aluna minha indo tão longe”, disse.

Marielia Gartner, mãe da atleta, conta que está muito feliz e emocionada com o rendimento da filha, mas sente muita saudade. “É uma mistura de felicidade com coração apertado. O sentimento que fica é uma mistura de felicidade com saudade, ao mesmo tempo que eu sou feliz em ter uma filha jogadora, eu tenho saudades dela”, disse.

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