Casarão do século XX está em processo de restauração em Teixeira Soares

Esther Kremer

Localizada em frente a antiga Praça Manoel Ribas, atual Fidelis Rotta, o casarão de 1925 pertence a historiadora e agropecuarista, Ana Silvia Marchinski. Ela comprou a propriedade com o objetivo de restaurá-la exatamente como era na década de 20 e, para isto, está utilizando fotos e relatos de moradores antigos.

“Eu quis fazer a restauração por causa do meu amor por coisas históricas, objetos antigos, construções antigas, principalmente, casarões. Como estava para a venda e eu tive a possibilidade de fazer a compra, pensei logo na restauração para deixar para a posteridade”, disse Ana.

Breve relato histórico

Ernesto Gubert foi o primeiro dono do casarão, ele chegou em Teixeira Soares por volta do ano de 1915, era madeireiro e um morador influente na cidade. Em 1925, a residência foi inaugurada e a Igreja Matriz, em frente à casa, ainda estava no início da construção. Hoje, a Igreja é patrimônio tombado do município, ou seja, patrimônio histórico.

Posteriormente, a família foi embora para Curitiba e a casa foi vendida para Felipe Gubert Sobrinho, que era da família, e mais tarde foi para Danilo Marquardt, de quem Ana Silvia comprou a residência.

Residência em 2020, antes do processo de restauração | Foto: Daiane LessiIaciuk

Por relatos dos moradores e fotos antigas, a casa está sendo restaurada sem sinais de modernidade. “Não teria sentido comprar um casarão desse e deixar moderno. Como por exemplo, no banheiro não existia chuveiro, posteriormente, foi colocado, mas não vou mantê-lo pois quero deixar a banheira como era antigamente. Ainda no banheiro, tinham lajotas da década de 40 ou 50, foi retirado para deixar a pintura original”, comenta Ana.

O casarão conta com uma extensão de 217,60 m², jardim com características da década, um fogão a lenha importado da Europa, que tinha como uma das funções esquentar a água da casa para banhos por um sistema de serpentinas. Uma dispensa que fica no porão, com paredes reforçadas para manter o ambiente gelado e conservar os alimentos. Um lustre em cobre na sala principal e diversas peças trabalhadas na madeira das portas e janelas.

A restauração está sendo feita há um ano e a proprietária pretende terminar ainda em 2022. De acordo com ela, algumas partes foram difíceis de restaurar, mas que, agora, falta pouco. “O teto foi a primeira parte a ser mexida. Quando foram tiradas todas as telhas, foi visto que as pontas das tesouras estavam todas podres, o teto cedeu cerca de 10 ou 15 centímetros e corria o risco de desabamento. Isso fez as trincas nas portas e nas janelas da casa, faltava pouco para cair tudo, mas ainda bem que deu tempo de salvar a casa”, comenta a historiadora.

Ana explica que o casarão pode se tornar um ponto turístico da cidade, visto que muitas pessoas passam em frente e tem curiosidade sobre a história da residência. “Eu acho que o município precisa dar valor ao patrimônio histórico e cultural. Temos a Igreja Matriz, que é tombada, a Câmara de Vereadores que é uma construção antiga, este casarão de 1925 e também está sendo feito o restauro da Prefeitura Velha, como é conhecida, um casarão muito antigo e que eu estou dando o total apoio no trabalho. São todos pontos turísticos”, finaliza Ana. 

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