Entenda quais são os seis sintomas do desvio de septo nasal

Esta condição é causada pelo desalinhamento das cartilagens do septo nasal

Dr. Bruno L. Alencar
Otorrinolaringologista
CRM 18299 RQE 13511

Sempre que o ar encontra dificuldade para chegar aos pulmões e oxigenar o sangue, nosso corpo sofre e manda um recado de que algo não está certo. Essa mensagem pode se manifestar em diversos sintomas, como os enumerados a seguir.
Conheça os principais sintomas do desvio de septo nasal:
• Obstrução nasal: nariz trancado com frequência;
• Respiração bucal: respirar mais pela boca do que pelo nariz;
• Roncopatia: episódios constantes e excessivos de ronco durante a noite;
• Rinosinusite Crônica: episódios de sinusite aguda, mais de 4x ao ano e com duração superior a 12 semanas;
• Apneia do Sono: parada respiratória durante o sono;
• Cefaléia Rinogênica: dor de cabeça na região da face (região nasal, ao redor dos olhos e frontal).
Pense bem, você tem ou já teve algum desses sintomas, mas apesar de tratar eles voltam a se repetir? Bom, pode ser então que você faça parte dos 80% de brasileiros que possuem desvio de septo. Lembrando que caso seus sintomas sejam recorrentes e atrapalhem sua qualidade de vida, você deve buscar ajuda de Otorrinolaringologista.
Causas
Lesões traumáticas geralmente causam danos assimétricos à cartilagem, resultando no domínio de um lado sobre o outro. Se o paciente ainda estiver em fase de crescimento, a tendência é o desvio se acentuar com o tempo.
A força do trauma necessária para gerar um desvio de septo significativo é inversamente proporcional à idade do paciente. Na infância e particularmente durante os anos de estirão da adolescência, até mesmo traumas bem leves no nariz podem produzir microfraturas unilaterais, alterando de forma relevante o padrão de crescimento da cartilagem septal.
O desvio também pode surgir antes do nascimento, por alteração durante o desenvolvimento uterino ou traumas do parto. Microfraturas repetidas durante a parte final da vida intra-uterina e durante o nascimento podem causar fraqueza no lado danificado da cartilagem, resultando em crescimento anormal da mesma.
Pacientes nos quais a cartilagem septal foi danificada nesse período inicial da vida podem apresentar desvio septal grave, mesmo não havendo histórico conhecido de trauma nasal.
Sintomas
na maioria dos casos, a deformidade septal é leve é não provoca sintomas relevantes. Muitas vezes, o paciente nem sequer sabe que tem desvio de septo.
Nas pessoas com desvio de septo mais pronunciado, uma das cavidades do nariz é mais larga e a outra mais estreita. Isso altera o padrão do fluxo de ar no nariz e frequentemente provoca obstrução à passagem de ar no lado estreitado.
Em alguns casos, as aberturas dos seios da face podem ficar bloqueadas, provocando quadros de sinusite de repetição. O padrão de fluxo de ar alterado dentro do nariz também pode fazer com que a mucosa do septo nasal fique ressecada, o que favorece o surgimento de sangramento nasal frequente.
Diagnóstico
O diagnóstico do desvio de septo é feito através da avaliação do histórico de traumas e doenças, dos sintomas e do exame da cavidade nasal. O médico mais indicado para essa avaliação é o otorrinolaringologista.
O exame da cavidade nasal é feito com luz e um espéculo nasal, instrumento utilizado para manter a narina aberta durante a inspeção da superfície interna do nariz. O desvio do septo é facilmente percebido durante o exame. Em alguns casos, uma microcâmera de fibra óptica é inserida no nariz para que o médico possa olhar diretamente o septo posterior.
Tratamento
Nos pacientes com desvio leve a moderado, cujos sintomas só surgem durante quadros de infecção respiratória, o tratamento pode ser feito pontualmente com medicamentos para aliviar os sintomas, como corticoides intra-nasais, anti-histamínicos e lavagens com soro fisiológico.
Nos casos mais graves, uma cirurgia para correção do desvio, chamada septoplastia, costuma ser indicada. A septoplastia é um procedimento cirúrgico realizado pelas narinas, com anestesia geral ou local. O tempo necessário para a operação é, em média, de 60 a 90 minutos, variando de acordo com a gravidade e o tipo de deformidade.
A septoplastia não é realizada em crianças pequenas, a menos que o problema seja grave, porque o crescimento e desenvolvimento facial ainda estão ocorrendo. O ideal é esperar pelo menos até os 15 ou 16 anos.

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