Mãe relata alegria de levar o filho para casa após 126 dias internado

Jaqueline Lopes

O dia 03 de maio de 2021 está marcado na vida da mãe de Irati, Dilly Stresser, que pôde levar o filho Lucca para casa depois de passar 126 dias com ele internado em um hospital, devido a um parto prematuro. Há um ano, ela comemorou o primeiro Dia das Mães com o menino nos braços, o momento mais feliz na vida da mãe de primeira viagem.
Dilly sempre quis ser mãe, estava casada há 10 anos e tentou várias vezes, mas não podia ter filhos. Descobriu um tumor na hipófise (glândula localizada no cérebro), e no início do tratamento soube que estava grávida de quatro meses. Não tinha sintomas e não aparecia a barriga. Assustada, começou a cuidar da gestação, que, segundo ela, foi tranquila. Mas com 27 semanas a alegria do casal virou preocupação. Dilly começou a inchar, sentiu falta de ar e a pressão estava alta. Foi internada na Santa Casa de Irati, e teve que fazer o parto. O marido, Lucas Lima, assinou um termo porque era de risco.
“Falei o tempo todo que se tivesse que escolher entre o meu filho e eu, que escolhesse ele. No outro dia, à tarde, fui pra UTI. Uma equipe de profissionais estava preparada pra mim e pra ele. A médica disse que se ele nascesse vivo, teria 1% de chance de sobreviver. Nunca imaginei que 1% era tanto”, conta a mãe.

“A médica disse que se ele nascesse vivo, teria 1% de chance de sobreviver. Nunca imaginei que 1% era tanto” – Dilly Stresser


No dia 28 de dezembro de 2020, Lucca nasceu com 38 centímetros e pesando 995 gramas. Dilly teve uma parada cardíaca por alguns minutos e não viu o momento, e o bebê logo foi entubado. Depois, quando a mãe pensou que o pior já teria passado, com 10 dias de vida, o filho teve uma parada cardiorrespiratória de quase 1h, após três injeções de adrenalina no coração, ele voltou.
Mas isso causou um AVC em Lucca. “Pensei que ia perder ele. Mas sempre orei muito e sabia que Deus ia cumprir o que tinha me prometido”. O recém-nascido teve várias intercorrências, fez várias transfusões de sangue. Após 30 dias na UTI, Dilly pegou o filho no colo pela primeira vez. “Ali eu senti que ele ia vencer essa batalha”, disse a mãe.
Lucca ficou 74 dias internado na UTI da Santa Casa e foi transferido para Campo Largo. Lá, ficou mais 52. “Todos os dias eu vivia como se fosse o último. Mas ele é guerreiro e todos os diagnósticos dados pelos médicos, ele superou e Deus mudou”, comenta.
No dia 03 de maio veio a alegria da família. Lucca foi para casa. A mãe não acreditou e para ela foi o momento mais feliz da vida. “Acredito que ele veio ao mundo pra me ensinar, mais do que aprender comigo. Lucca Hebron é luz, é cura, é amor e alegria. Confesso que foram os dias mais difíceis da minha vida, mas o propósito de Deus é outro. Ele veio para preencher minha vida e o Dia das Mães com ele ao meu lado é mais incrível que ver um cometa passando na Terra”, relata a mãe.
Cada dia é uma vitória para Lucca. O menino leva uma vida normal e continua com acompanhamento de fisioterapeuta especializado em neuropediatria e fonoaudiólogia. Toda a família se adaptou para cuidar dele. Dylli voltou a trabalhar e deixa-o com os avós, a irmã também ajuda. E a conexão com todos é muito forte, segundo conta a mãe.
Agora, eles comemoram várias datas para celebrar toda a luta que enfrentaram: do nascimento, o dia previsto para sair do hospital (17/03), e o dia 03 de maio, quando o filho foi para casa. Uma família cheia de festas para o pequeno Lucca. “Ele é tudo pra mim, eu dou a vida por ele se preciso for. Cada movimento dele é como se tivesse ganhado uma Copa do Mundo. Ser mãe de prematuro é aprender a descansar e confiar em Deus. Sem dúvidas, ele é o melhor e maior presente que Deus me deu”, afirma a mãe Dilly.

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