Roque Sponholz: “Sou uma porção do que já fui e outras tantas que pretendo ser”

Kauana Neitzel

Roque Sponholz é colaborador da Folha desde a década de 90 e vem ao longo do tempo buscando a reflexão dos leitores em reação a assuntos de relevância social. Ele, que é arquiteto, para além do talento, tem consigo uma dose certa de revolta em relação à corrupção que ainda contamina alguns que têm em suas mãos o futuro da nação.

A Folha foi um dos primeiros jornais para o qual Sponholz disponibilizou charges. Ele passou a ser colaborador a pedido do amigo e jornalista Osni Gomes, que era um dos redatores da época. Crítico, o chargista preza por liberdade nas criações. Para isso não cobra pelo trabalho, mas em contrapartida não aceita muitos ‘pitacos’.

Sponholz vê a charge como um editorial sem palavras e algo que leva as pessoas à reflexão. A forma em que se descreve é peculiar, em uma breve autobiografia, o chargista conta um pouco das experiências vividas e como ele vê a vida. “Pai me registrou como Roque Sponholz. Portando este é meu nome. Sou uma porção do que já fui e outras tantas de pretendo ser e continuar sendo. Já fui piá de andar descalço, estilingue no pescoço, na minha pequena grande Imbituva. Já mijei em vidro, que meu vô Eduardo mandou para o laboratório de análises, como se fosse o mijo dele. (Claro que os médicos não o proibiram de continuar bebendo e comendo tudo o que lhe aprazia)”, comentou

“Gosto de estudar. Ainda não consegui me livrar de universidades. Numa delas, a Federal do Paraná, em arquitetura e urbanismo me formei. E desde então, em outra, a Estadual de Ponta Grossa, ministro aulas de planejamento urbano para o curso de engenharia civil, e d e d e s e n h o técnico para o curso de engenharia de alimentos. Já ganhei concursos de logomarcas, símbolos, cartazes, pinturas, cartuns, arquitetura e até de frases. Milito na Política, (com “P” maiúsculo), com mandato ou sem mandato, desde a infância. Atuei em diretórios acadêmicos, fui vereador, presidente de autarquias de habitação popular e urbanismo, e de pesquisa e planejamento urbano

Roque foi, ainda, duas vezes presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa. “Tive a satisfação de ser eleito por duas vezes presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa, a qual vi nascer, forte crescer e para a qual, criei sua logomarca, fiz seu projeto e construí sua sede. Em dezembro de 2023, completo 48 anos de exercício profissional, e nestes trinta, já projetei quase de tudo em arquitetura e urbanismo, com obras espalhadas por alguns estados. Exalto o traço do Loredano, o cérebro do Millôr, o trabalho e o caráter do mestre Niemeyer”, disse

“Acho o automóvel à praga deste e do passado século. O transporte individual é o cancro de nossas cidades. Abomino áulicos e covardes. Sou criativo: Crio brigas, confusões e não fujo dele… Enfim, não tenho nada. Só tenho o que me falta. E o que me falta, é o que me basta. Sem lenço e sem documento, nada nos bolsos e só grafite nas mãos, eu quero seguir vivendo pelos campos, cidades, em pequenas ou grandes construções, caminhando, desenhando, projetando e seguindo a canção”, retrata Sponholz.

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