Fiéis celebraram missa de reparação pelas imagens quebradas na Igreja de São Mateus do Sul

Sthefany Brandalise, com informações da Diocese de União da Vitória e da PM

Na terça-feira (11), véspera do Dia de Nossa Senhora Aparecida, um sentimento de comoção reuniu centenas de pessoas na Matriz São Mateus, em São Mateus do Sul. Fiéis paroquianos se reuniram na igreja para uma celebração da missa de reparação pelas imagens que foram danificadas, com Dom Walter Jorge, bispo diocesano de União da Vitória.

A missa teve início às 19h, e nela aconteceu a Aspersão da água benta purificando o Templo material, a igreja, o Templo Espiritual e os fiéis.

Em um clima de luto e de reflexão, com o altar desnudo, padres, bispo e diácono revestidos de paramento roxo celebraram a Missa de Reparação pelos pecados cometidos no interior da igreja, com a quebra de 28 imagens de santos, de Jesus e de Nossa Senhora. A imagem de Nossa Senhora da Assunção, também padroeira da Paróquia, posta para veneração dos fiéis no lado direito do presbitério, também foi jogada ao chão. As únicas imagens preservadas foram a dos dois anjos no Altar Mor, atrás do bispo, que ladeiam o Sacrário, que guarda Jesus na Eucaristia, indicado pela luminária vermelha.

Durante a celebração, Dom Walter Jorge, bispo da Diocese de União da Vitória, expressou profunda tristeza quanto ao fato, dizendo que pela primeira vez celebrava uma missa em reparação à ofensa de uma igreja. “É a primeira vez que eu celebro uma missa com esta, pedindo a Deus o perdão pelo que aconteceu na Casa de Deus. Confesso a vocês que é um momento bastante triste para mim. Que bom que temos a água benta, que jorra do lado aberto de Cristo para nos purificar. Aspergimos aqui o altar e as paredes desta igreja porque o Templo foi violado, foi maculado. A religião que nos liga com Deus foi desprezada”, disse o bispo.

Estiveram presentes também o padre Emerson Gonçalves de Toledo, padre em Antonio Olinto; padre João Francisco Sieklicki, padre em Paula Freitas; os padres da Paróquia São Mateus, padre José Carlos e padre Diego Nakalski; e o Diácono Permanente Luiz Francisco Huk, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de São Mateus do Sul.

TRISTEZA

Os fiéis estiveram na celebração ainda puderam contemplar as imagens quebradas, que ficaram ao chão como foram deixadas pelo autor do delito. Antes da celebração e ao final, muitos rezaram diante delas ajoelhados, chorando, indignados com o fato.

O sentimento de comoção, tristeza e indignação tomou conta de toda a comunidade, do município, rendendo mensagens de milhares de pessoas de todo o Brasil, e também fora dele por meio das redes sociais que difundiram as imagens do ato.  Rádios, Emissoras de TV e portais de notícias entravam em contato para noticiar o vandalismo cometido.

A postagem das fotos no Facebook da Diocese gerou 12 mil compartilhamentos; 17 mil comentários; 22 mil curtidas chegando ao número de mais de 2 milhões de pessoas alcançadas pela publicação.

Na missa aconteceu a Aspersão da água benta purificando a igreja – Foto: Diocese de União da Vitória

A Paróquia irá fazer uma avaliação das imagens que ainda são possíveis terem uma restauração, e segundo o pároco, padre José Carlos, as pessoas que desejarem ajudar devem procurar a paróquia, não havendo necessidade de comprarem diretamente outras imagens, mas sim, que primeiro busquem a paróquia para saberem como ajudar.

Lembrando os fiéis da comunhão humana e divina que existe na Humanidade, Dom Walter Jorge pediu oração para o autor do delito. “Não queremos julgar, nem condenar as pessoas, mas queremos ver os sinais de Deus em todas as coisas. Esta casa de Deus foi violada. A dor da Igreja, que somos nós, é grande, mas muito maior é a nossa fé na reparação que o amor pode alcançar de Deus”, comentou o bispo.

RELEMBRE O FATO

O crime ocorreu na segunda-feira (10), no horário do almoço, quando um homem teria entrado na igreja, fechado a porta e quebrado 28 imagens sacras.

O suspeito tem 35 anos e foi preso no mesmo dia do corrido, no período da tarde. De acordo com a PM, o homem foi detido suspeito de furtar um celular, mas foi reconhecido por testemunhas como o responsável pelo ato de vandalismo.

Segundo a Polícia Civil, com informações colhidas pelo depoimento do suspeito, a ação foi de vandalismo e, a princípio, não teve cunho religioso. A PM informou que na hora da prisão, o suspeito estava sob efeitos de drogas. O autor deve responder por destruir objetos de devoção, além do furto do celular.

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