Fiéis realizam manifestação pedindo afastamento do Pastor da Igreja Assembleia de Deus de Irati

Kauana Neitzel

“Queremos novo presidente e novo estatuto”, esta é uma das frases escritas nos cartazes que dezenas de manifestantes carregavam no último domingo (02), em frente à sede da Igreja Assembleia de Deus de Irati. Os fiéis se organizaram para promover uma manifestação pedindo uma Assembleia Geral para a saída do Pastor Gilberto, atual presidente das igrejas do município.

O caso teve inicio no dia 18 de dezembro do ano passado, onde, de acordo com o Pastor Isaias de Castro, a Convenção do Estado do Paraná veio em Irati para pedir a destituição do Pastor Gilberto, que está como atual presidente, e a substituição por outro presidente. “Por que quem colocou ele como presidente nesta igreja foi a Convenção, mas devido a algumas divergências do presidente e a Convenção, foi realizadas alterações no estatuto buscando desligamento da Convenção e desta maneira, quando a Convenção afastou ele do cargo e colocou um interino, começou toda está divergência”, explicou o Pastor Isaias.

O que os manifestantes desejam é apenas uma Assembleia Geral para substituição do presidente da igreja. “Uma vez que a Convenção que colocou ele e observamos, agora, que pelos caminhos normais está difícil ‘tirar’ ele”, disse Isaias. A Convenção do Paraná determina quem é o presidente que vai assumir, assim foi há sete anos atrás com o Pastor Gilberto, estatutariamente é necessário uma Assembleia Geral para efetuar a troca de presidência, que está sendo vedada. “Por isso a manifestação, ele não permite fazer a Assembleia para a destituição e colocação de outro presidente”, conta o Pastor Isaias.

A reclamação do público quanto ao atual presidente é a forma enérgica de trabalho dele e a “manipulação” para trabalhar as próprias ideias, os projetos dentro da igreja para a aprovação e do próprio estatuto vigente. “Foram realizadas séries de estratégias para que ele [Gilberto] venha a ter este poder, para isso estar acontecendo agora, pois não tem ninguém que possa pedir uma Assembleia Geral, a não ser ele, no nosso estatuto”, comenta Isaias.

Estatutariamente apenas o Pastor, que é o presente, pode convocar a Assembleia, então mesmo que todos os Pastores se reúnam ou se toda a comunidade pedir não tem força para convocar tal ação. O Pastor Isaias completa: “O estatuto coloca o Pastor como o ‘todo poderoso’, ele contrata, dispensa, consagra, destitui, ele é soberano. Já é algo que vem se arrastando por um ano e meio, mas é algo mais notável desde novembro para cá”.

“As bocas falam por aí que o Pastor Gilberto inauguraria o templo central e acabaria pedindo a aposentadoria ou se mudando, coisa que não aconteceu. Acredito que a partir de então o povo se revoltou. A Convenção veio no final do ano de maneira pacífica tentar acertar com ele [Gilberto], neste mesmo dia os Pastores se reuniram na frente da igreja para tentar conversar com ele, mas o Pastor acabou chamando a polícia e não quis aceitar. A partir do dia 23 de dezembro ele entrou com um processo judicial contra a Comissão e resultou nisso”, finaliza Pastor Isaias.

A reportagem entrou em contato com o Pastor Gilberto para saber o posicionamento referente ao acontecimento, o qual disse: “Eu acho que o manifesto é de direito de qualquer pessoa, porém eles dizem que ‘queremos a nossa igreja de volta’, jamais pedi que alguém saísse da igreja, pelo contrário. A igreja tem o dever de agregar e não de desagregar. O outro sim, ele está querendo uma Assembleia Geral e isso obviamente, mais cedo ou mais tarde, vai acontecer, nós não somos eternos. Eu batalho em prol da obra de Deus e às vezes à pessoas que não tem informação, ou incentivadas por alguém. Mas creio que logo Deus nosso senhor, eu creio que as coisas vão se acalmar”.

Foto: Nilton Pabis

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