O sábio

Em uma dessas aventuras que já aconteceram neste mundo, um sábio e seu fiel companheiro estavam em sua aventura de chegar onde haviam se proposto. O caminho muito longo eximiu a reserva de alimentos e de água, deixando-os debilitados e exautos. O sábio desenergizado e muita sede, pediu para seu companheiro voltasse e pegasse água limpa e fresca somente daquele rio que haviam passado a cerca a uns quilômetros,
Com todo respeito e consideração que tinha pelo sábio, este dirigiu-se até o rio distante e quando lá chegou, observou que a água outrora limpa por ocasião da passagem deles, estava enlameada pela passagem de animais e não parecia se tratar do mesmo rio. Sem poder coletar a água, voltou até o sábio e lhe disse sobre o ocorrido.
Ocorre que o sábio apenas lhe disse, volte até o rio e somente retorne com a água limpa. Visualmente contrariado e cansado, voltou e é claro que água continuava turva. Ficou ali com o pensamento resignado a se perguntar que loucura era essa que o sábio o submeti, como poderia lhe trazer água limpa diante da realidade.
Sentou-se e seus pensamentos o incendiavam, passou a alimentá-los, como estavam cheios de contrariedade, foi pensando nas atitudes do sábio e em seu julgamento concluiu que o sábio era um velho louco, atribuindo outros predicados diante da situação.
Enquanto tudo isso se passava em sua mente, percebeu que água começou a clarear, observou que todas as impurezas se assentavam delicadamente até o ponto da água estar totalmente límpida, pura e pode finalmente encher os cantis.
De volta até o sábio se encontrava em delírio, lhe serviu da água e instantes depois confessou todos os seus sentimentos nutridos e as transformações sutis que se permitiu ver o estado da água.
Ao que o sábio, na condição de sábio, lhe disse, que assim é a vida e as nossas passagens,. Quando as tempestades nos assolam por conta do momento que nos encontramos, quando estamos diante das tempestades que provocamos ou aceitamos , é preciso esse momento de baixar poeira e permitir que tudo se realinhe.
É preciso deixar que o tempo, senhor de todos os sábios serene a seu tempo e por inteiro. É o tempo, aquele que exerce toda sua capacidade de acomodar, reparar, recriar, reorganizar e reconstruir um novo ambiente a partir das mesmas condições.
É preciso tempo para ver que tudo é passagem, por mais que uma dia se apresente cinza, , quando se vê o sol reaparece, por mais nuvens encubram a lua cheia, as estrelas, quando nos damos contas, lá estão a lua e as estrelas cintilando.
É preciso ter clareza que muitas vezes as situações se apresentam cheio de melindres, nós e pontos de escuridão, de memórias e histórias mal resolvidas, onde precisamos daquele tempo de purificação, do afastamento consciente em relação aos fatos, do cultivo de atitudes serenas e equilibradas, sem subterfúgios e auto pressão infrutíferos. Porque é no ponto de equilíbrio das emoções cultivadas no dia a dia, é que construímos a paz, a liberdade, a felicidade e o bem estar, “ se afastando de vez de tudo aquilo que não serve mais”.
Que sejamos todos os dias, seres conscientes das escolhas, nos elevando por inteiro na condição de humanos para o sim incondicional pra vida.

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