Salário mínimo: valor ideal deveria ser bem maior que o pago, em abril

Lucas Machado

Não é de hoje que salário mínimo é um dos temas mais discutidos entre os cidadãos brasileiros, até porque o valor do piso é a base da remuneração de milhares de pessoas, incluindo trabalhadores e beneficiários do INSS. 

Em janeiro de 2022, o Governo Federal reajustou o piso nacional para R$ 1.212,  acompanhando o acúmulo da inflação medido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no último ano.  

Vale lembrar que constitucionalmente o salário mínimo deve ser reajustado anualmente, de modo a, pelo menos, acompanhar o avanço inflacionário. Isto é,  conforme o preço de serviços e produtos básicos (alimentos, medicamentos, etc.) aumente, o piso pago aos trabalhadores deve subir proporcionalmente aos valores inflacionados.

Nesta linha, a medida de reajuste na base salarial do trabalhador, tem como principal intuito, evitar a perda do poder de compra do cidadão. Ou seja, a ideia é que a pessoa consiga manter o seu padrão de vida. 

Contudo, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o atual salário mínimo está bem abaixo do ideal. A projeção afirma que os atuais R$ 1.212, não chegam nem perto de cobrir as despesas da família brasileira. 

Valor do salário mínimo ideal

 De acordo com a projeção do Dieese, o piso pago aos trabalhadores deveria ser bem superior ao valor vigente. Considerando uma família de 4 pessoas, o ideal seria uma base salarial de, ao menos, R$ 6,7 mil, ou seja, ao menos, 5 vezes maior que os atuais R$ 1.212. 

Tal projeção é alcançada pelo Dieese, visando que este valor seria o mínimo necessário para atender às necessidades básicas do brasileiro, tais como  como alimentação, saúde, educação, moradia e transporte. Isto considerando uma família composta por dois adultos e duas crianças. 

Para calcular o valor ideal, o Dieese leva muito em conta o preço cobrado em cestas básicas, Isto porque, os produtos alimentícios reunidos na cesta, se atrelam a necessidade básica destinada ao consumo mensal de uma família de quatro pessoas. 

Preço da cesta básica

Neste mês de abril, o custo da cesta básica em todas as 17 capitais, onde o Dieese realiza a pesquisa de apuração referente ao preço do produto. 

Segundo os dados, em São Paulo é onde mais se paga para se alimentar, hoje, os paulistanos devem desembolsar R$ 803 para adquirir a cesta, o que já compromete 71% do salário mínimo, somente em alimentação. 

Confira os valores mais altos cobrados pelo produto, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Dieese:

  1. São Paulo: 803,39
  2. Florianópolis: R$ 788,00; 
  3. Porto Alegre: R$ 780,86;  
  4. Rio de Janeiro: R$ 768,42; 
  5. Campo Grande: R$ 761,73;
  6. Brasília: R$ 741,55; 
  7. Curitiba: R$ 739,28
  8. Vitória: R$ 729,31
  9. Belo Horizonte: R$ 693,41
  10. Goiânia: R$ 682,87

Fonte: https://www.jornalcontabil.com.br/salario-minimo-valor-ideal-deveria-ser-bem-maior-que-o-pago-em-abril/#.YnqTWfPMIdU

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