Pais criam máscaras de super-heróis para convencer filho pequeno a ficar com equipamento de proteção no rosto

Máscara do Batman faz sucesso no mundo todo — Foto: Reprodução RPC

Quem tem filho pequeno sabe da dificuldade que é para as crianças aceitarem usar máscaras de proteção quando precisam sair de casa. Para um casal de Curitiba essa batalha foi transformada em uma oportunidade de negócio. Eles criaram máscaras de super-heróis.

"Era choro, não queria colocar. A máscara é quente, abafa, incomoda. O Theo [com dois anos] toda hora tirava, arrancava, não ficava nem cinco minutos com ela", contou o pai Glauber da Costa Bueno.

"Apesar da gente não ficar saindo de casa com ele, porque ele é pequeno, quando precisávamos isso se tornava um choro, ele não aceitava. Para levar tomar uma vacina, a gente tinha dificuldade para colocar a máscara", explicou a mãe do Theo, Taisa da Costa Bueno.

Como pai e mãe sempre dão um jeito de salvar o dia, o desafio de fazer com que o Theo aceitasse usar máscara virou diversão.

"Surgiu a ideia de fazer uma máscara com viseira. Viu a questão pedagógica que existia , vimos com animais, e aí decidimos transformar para super-heróis para ver como seria a aceitação", disse Taisa.

Entre um desenho e outro, uma máscara do Batman foi criada para convencer o pequeno sobre a importância de estar protegido.

A foto da máscara foi parar na rede social e chegou a vários países do mundo.

Há alguns dias, a família recebeu a seguinte mensagem de fora do país: "Não sei se você sabe. Moro na França e sigo um grupo chamado Brasileiros em Paris. A foto do seu filho está circulando por lá".

Junto com a mensagem veio a publicação escrita em francês

"Ótima ideia para bebês. Isso pode dar ideias para as costureiras".

Outro dia, um outro conhecido mandou: "Uma amiga minha de São Paulo compartilhou a foto de um cara da África que tinha essa foto".

Com o tempo e a divulgação na internet eles desenvolveram vários modelos. A ideia para fazer o filho usar máscara, virou fonte de renda depois que o Glauber ficou desempregado por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Quando a gente viu que vários pais estavam com essa dificuldade, começamos a trabalhar em cima disso. Começamos a receber mensagens que a foto dele estava na França,Portugal, Argentina e por lugares do Brasil que nunca conheci", contou Glauber da Costa Bueno.

Como a aceitação foi tão boa, o Glauber e a Taísa estabeleceram uma meta: a cada 100 máscaras vendidas eles doariam dez. Para uma instituição de acolhimento de crianças, eles doaram mais de 60.

   Quando esse recurso traz uma abordagem lúdica a resistência desaparece. Traz toda uma identificação, remete a imaginação.Deixa de ser uma máscara apenas de proteção, mas passa a ser parte de uma fantasia da criança. Se torna uma brincadeira", conclui a pedagoga Rodinéia de Lima.

As máscaras de super-heróis também estão sendo mandadas para outras cidades. A ideia é continuar inovando na proteção das crianças. Afinal, depois de ter filho, pai e mãe têm que ser super-heróis.

 

Casal desenvolveu máscaras de vários super-heróis para as crianças — Foto: Reprodução/RPC

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