Casos ativos de Covid-19 diminuem em Rio Azul

Jaqueline Lopes

Os moradores de Rio Azul já observam a baixa dos casos ativos de Covid-19 no município. Depois de um mês crítico, com muitas pessoas com a doença, sem leitos nos hospitais de referência, a situação começou a melhorar, e os casos novos não chegam a dez por dia.
Em um mês, a Secretaria de Saúde de Rio Azul precisou reestruturar-se para tratar dos pacientes e viu os casos aumentarem rapidamente. No dia 27 de abril, 30 casos ativos eram monitorados. Já em 17 de maio veio o crescimento descontrolado e passou para 312 pessoas com o vírus ativo, o que preocupou a equipe, pois sabe que de acordo com as bioestatísticas da doença muitas delas poderiam evoluir para quadros graves e precisariam de UTI, o que não tinha naquele momento. Em um único dia, o município chegou a registrar 73 novos casos.


De acordo com a secretária da pasta, Cristiana Maria Schvaidak, a união da equipe no alinhamento das ações e planejamento das estratégias foi fundamental para diminuir os casos. Muitas pessoas pediram para fechar a cidade, mas sabiam que não era a solução, por isso, adotaram o lockdown reverso, que é manter as pessoas isoladas em casa, o que é uma tarefa difícil, mas deu certo.
A Secretaria fez todo um acompanhamento das pessoas isoladas. Evaldo Dorocinski, responsável pelo monitoramento, explica que esse trabalho conta com vários setores da Prefeitura, e estão de alguma forma envolvidos, e teve colaboração. Este atendimento tem a participação de enfermeiros, técnicos de enfermagem, motorista específico, agentes de saúde, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros.

As informações do sistema são colocadas em uma planilha em que passavam os dados em tempo real. Sempre tem alguém para atender aos pacientes, seja por ligação ou visitas domiciliares. Além disso, também tem o suporte de médicos que já informam o que deve ser feito naquele caso. “Foi organizado para trabalhar com toda a família, não apenas com o paciente positivo, tem esse contato e suporte com todos os envolvidos no problema”, destaca Dorocinski.
Os profissionais que atuam neste setor foram treinados e capacitados para os atendimentos e estão prontos para as dúvidas dos pacientes, assim conseguem repassar. Os agentes comunitários, que já conhecem muitos pacientes, são fundamentais para este processo.


Além dessas estratégias, a Secretaria adotou o teste rápido. No início, muitos foram doados por alguns empresários do município, e a equipe começou a testagem, isso ajudou porque a pessoa pode saber já de imediato o resultado, e se isolar. O atendimento é feito por médico e indica o medicamento e o teste que precisa ser feito até três dias depois do primeiro sintoma. A equipe encontrou certa dificuldade em repassar a população, mas foi ajustado.
As ações tiveram apoio da população e do comércio. A quantidade de pacientes positivados não é o preocupante, mas o quanto de pessoas que podem evoluir para um quadro mais grave. “O problema não é a lotação, mas, sim, o quantitativo de gente que morre, eu penso que parece que começou a virar número, mas não são, é um pai de família, uma mãe, irmãos, filhos de alguém, e tudo isso acaba com uma estrutura familiar. Todas as pessoas são importantes para nós, e não queremos perder mais ninguém”, Keytch Mehret, enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica.

“Acho que este é o caminho: identificar no primeiro sintoma, isolar para quebrar a cadeia de transmissão, medicar, testar, monitorar e acompanhar até a alta. É isso que fazemos e tem dado certo. Nós cuidamos da nossa população porque não queremos perder mais ninguém para este vírus”. Cristiana Maria Schvaidak


Outra ação que também deu certo foi o apoio das farmácias do município, pois muitas pessoas não querem ir à unidade Sentinela, e procuram na farmácia a medicação. Agora, estes estabelecimentos notificam todos os pacientes que aparecem com sintomas gripais à epidemiologia para que eles sejam atendidos e inicie o monitoramento.
Na próxima semana, devem chegar ao município as pulseiras de identificação, do projeto de Lei do Executivo, aprovado pela Câmara. Os pacientes com suspeita da Covid-19 usarão uma na cor amarela, e quem positiva usará a cor vermelha. Esta ação visa ajudar no controle e exigir que a pessoa cumpra o isolamento.

Situação dos casos na região Todos os municípios da região tiveram uma baixa nos casos ativos. A nossa reportagem fez o cálculo de acordo com o dia de maior pico dos casos ativos, que foi entre 18 de maio a 6 de junho. Ao todo, os municípios da Amcespar tiveram 56% de diminuição. Rebouças registrou a maior queda de casos ativos foram 82%. Logo em seguida aparece Rio Azul com uma diminuição de 78%, seguindo de Guamiranga com 75%, Teixeira Soares com 66%, Mallet com 63%, Irati com 58%, Fernandes Pinheiro com 57% e Prudentópolis com 46%. Imbituva 28% e Inácio Martins 20%. Apesar da baixa nos casos ativos, os cuidados devem continuar para não haver uma terceira onda da pandemia. O uso da máscara, do álcool gel e, principalmente o distanciamento social, são medidas que permanecem válidas para evitar a proliferação do vírus. Inácio Martins registrou uma queda menor, porém o pico foi no início de junho, em 10 dias, o município teve uma baixa nos casos ativos.

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