Em alerta: região contabiliza 14 casos de dengue, sendo oito em Irati

Último boletim da Secretaria da Saúde registrou 7.238 novos casos e mais dois óbitos pela doença no Paraná

Karina Ludvichak, com informações AEN e Secom Irati

Na última semana, alguns municípios do Paraná decretaram estado de emergência por conta do aumento nos casos de dengue. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já é bastante conhecida pela população, mas durante os períodos de calor intenso e chuvas torrenciais, a prevenção é essencial.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no dia 06 de fevereiro, foram registrados 7.238 novos casos da dengue e dois óbitos pela doença no Paraná, o que soma 29.075 casos confirmados durante o período sazonal 2023/2024.
Em Irati, até a quinta-feira (08), oito novos casos da doença foram confirmados.
Desde o início do período sazonal da doença, em julho de 2023, o Setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde de Irati, junto aos 21 agentes, vem promovendo mutirões para combater o mosquito transmissor da doença e orientando a população sobre os cuidados necessários para evitar a proliferação do mesmo.
Na última terça-feira (06), em uma entrevista à Folha de Irati, o secretário de Saúde, João Almeida Junior, atualizou o boletim municipal, no qual haviam sido registrados dois casos positivos da dengue no município, ambos autóctones. E apenas dois dias depois, o município recebeu a confirmação de mais seis casos. Do total de oito casos positivos, cinco deles são importados.


O secretário explica que pelo fato do último inverno não ter sido tão rigoroso na região de Irati e outros municípios, os ovos das fêmeas transmissoras da doença conseguiram sobreviver. Esse fator, junto às altas temperaturas da região durante o verão e os períodos de chuva, tornou o ambiente da cidade propício para a reprodução do Aedes aegypti. “Nós temos, na Secretaria, na nossa administração, todo o aparato preventivo esperando caso tenha as doenças. Estamos preparados! Mas não podemos baixar a guarda, é uma doença que debilita muito as pessoas e pode até matar”, alerta João, que diz que apesar dos poucos casos registrados na região, é necessário a realização do trabalho preventivo.
Atualmente, o Paraná ocupa o 3º lugar no ranking nacional de estados com mais casos de dengue do período sazonal 2023/2024.
Já existe a vacina para a doença, mas o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, explica que o número de vacinas adquiridas pelo Paraná ainda é muito pequeno para cobrir todos os municípios, “entre um e 2% da nossa população será vacinada, iniciantes entre 10 e 14 anos, apenas em duas regionais de saúde, sendo 30 municípios, de Londrina e Foz do Iguaçu. Essas vacinas vão ter uma boa utilização, porém, nós temos outras regiões que precisam também”, destaca.
PREVENÇÃO
Com o intuito de reduzir o índice de contaminação pela doença na região, os agentes vêm trabalhando com ações preventivas, visitando diversos bairros das cidades, vistoriando possíveis focos do mosquito e orientando os moradores sobre os cuidados que devem ter.
Agente do Setor de Endemias há 15 anos, Solange Aparecida de Quadros, conta que os principais focos do mosquito são recipientes com água parada como tambores, ralos, calhas, canos, vasos de plantas, pneus, garrafas, vasilhames, lixeiras, tampinhas de garrafas, lonas plásticas, vasos de banheiros não utilizados ou qualquer outro objeto que possa acumular água.


A fêmea se alimenta do sangue humano para obter os nutrientes necessários para a procriação e após picar uma pessoa contaminada, transmite o vírus para outra pessoa ao se alimentar novamente. Já os ovos são depositados em locais onde, possivelmente, possa acumular água, por isso é importante olhar nas bordas dos recipientes.
Além da vistoria e informes a população, na quinta-feira (08), a equipe de Irati passou com o fumasse em diversos pontos da cidade. Solange destaca que o fumasse é o inseticida aplicado com bomba costal, que tem um alcance de até sete metros do local de aplicação. “É avisado nas casas que o inseticida vai ser aplicado após as 18h, que é o período que o mosquito gosta de sair para se alimentar do nosso sangue. Às vezes a pessoa nos vê e corre fechar as portas e janelas, mas é para deixar aberto porque o mosquito gosta de se esconder dentro da residência. Nossa intenção é que as gotículas do inseticida cheguem até esse mosquito”, alerta a agente.
A coordenadora dos agentes de Endemias de Irati, Vilma Rebesco, destaca a importância que não deixar águas paradas em recipientes no quintal, além de fazer a vistoria dia sim e dia não na residência, já que o período de crescimento do mosquito pode variar de quatro à sete dias. “Nós temos que estar com a população junto com a gente nessa luta contra o mosquito. Eles têm acesso a nós pelos canais de atendimento”, ressalta Vilma, que disponibiliza também no número (42) 9 9148-0931 para que a população entre em contato com equipe para vistoriar possíveis focos do Aedes aegypti.
Vale destacar que o mosquito voa apenas 200 metros longe do local onde nasceu, por isso, “Quando a pessoa é diagnosticada com a doença, nós temos que fazer um bloqueio com o fumasse em torno da sua residência e seu local de trabalho”, observa João.

Aplicação o fumasse em áreas com registro de casos positivos – Vídeo: Setor de Endemias de Irati

SINTOMAS
Os sintomas da dengue são febres, entre 2 e 7 dias, seguida de duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro-orbital (atrás dos olhos). Criança com quadro febril de início súbito, entre 2 e 7 dias, e sem motivo aparente.

Desde setembro de 2023, a Secretaria de Saúde também está promovendo uma ação junto aos colégios do município, disponibilizando um material didático voltado ao público infantil que aborda de forma lúdica a importância da prevenção à dengue e quais os cuidados que se deve ter. “Nós precisamos do poder público junto com a população”, finaliza o secretário de Saúde.



Além da dengue, o Aedes aegypti também é transmissor das doenças zika e chikungunya. Com relação a essas duas doenças, o novo boletim da Secretaria estadual de Saúde confirmou 12 novos casos da chikungunya, somando 71 confirmações da doença no estado, no período sazonal 2023/2024, sendo 52 autóctones.
Dos municípios da região da Amcespar, apenas em Irati houve um paciente com suspeita de estar com a chikungunya, hipótese que foi descartado após exames laboratoriais. A Sesa informa, ainda, que desde o início do período sazonal das doenças, foram registradas 60 notificações por suspeita de zika vírus, mas não houve confirmação de nenhum caso em todo o estado.
REGIÃO
A Secretaria de Saúde de Fernandes Pinheiro informou que neste período houve apenas uma notificação da Dengue, com resultado positivo para um caso importado. Em nota, a Vigilância em Saúde informa que vem tomando as medidas necessárias para a prevenção da doença.
Até o fechamento desta edição, o boletim da Sesa registrou o seguinte cenário nos municípios da região: em Mallet dois casos, sendo um importado e um autóctone; Rebouças com dois casos positivos importados; um caso importado em Prudentópolis; um caso importado em São Mateus; Guamiranga com quatro casos confirmados, mas sem descrição da origem; os municípios de Teixeira Soares e Rio Azul não registraram nenhum caso positivo neste período.

Confira o que diz o secretário estadual de Saúde a respeito do assunto:

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