Leilão do pedágio inicia com R$ 0,10 centavos o KM rodado

Kauana Neitzel e AEN

O leilão do Lote 1 da nova concessão rodoviária do Paraná será nesta sexta-feira (25), as propostas vão ser apresentadas na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A disputa envolve 473 quilômetros de rodovias federais e estaduais que passam pelo Centro-Sul do Paraná, como em Irati, Imbituva e Prudentópolis. A empresa ou consórcio vencedor deverá investir pelo menos R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427. O contrato será de 30 anos.


De acordo com o Governador Ratinho Junior, duas empresas se habilitaram para leilão do primeiro lote de rodovias. O nome das concorrentes não foi divulgado, porque as propostas foram apresentadas em envelopes fechados que só serão abertos no momento do leilão.


Segundo o edital, 344 quilômetros serão duplicados e 210 quilômetros receberão faixas adicionais (terceiras faixas). Também estão previstos 44 quilômetros de novos acostamentos, 31 quilômetros de novas vias marginais, 27 quilômetros de ciclovias e 86 viadutos, trincheiras e passarelas. A concessionária contratada também deverá arcar com, aproximadamente, R$ 5,2 bilhões em custos operacionais durante o período, o que inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.


O valor máximo estipulado para o quilômetro rodado do Lote 1 é de R$ 0,10673. Essa é a tarifa-base que será disputada, cujos descontos terão impacto sobre as tarifas estabelecidas no edital para cada uma das cinco praças de pedágio: São Luiz do Purunã (BR-277), Lapa (BR-476), Porto Amazonas (BR-277), Imbituva (BR-373) e Irati (BR-277).


A média da tarifa por quilômetro rodado do antigo Anel de Integração era de R$ 0,19/km (vigente em novembro de 2021), ou seja, na largada da disputa o preço já será 47,3% menor, mesmo com um grande pacote de novas obras.

Foto: AEN


O custo estabelecido para quilômetro rodado envolve uma série de condicionantes apontadas no estudo da nova concessão: volume de tráfego, quantidade de obras, taxa de retorno financeiro, quilometragem do contrato, etc. Além disso, essa conta permite uma composição das praças de pedágio que muitas vezes não é uniforme. Diante dos estudos de tráfego, por exemplo, uma praça mais movimentada ajuda a compensar a arrecadação de uma menos movimentada, tornando o negócio atrativo para o investidor e viável para uma disputa por menor preço.


O governador Ratinho Junior (PSD) afirmou que “não se paga infraestrutura” com uma tarifa de pedágio “a R$ 2, R$ 3”. “Infraestrutura é cara no mundo todo. O poder público não tem a velocidade que a iniciativa privada tem para fazer a manutenção necessária”, completou. O Governador ainda diz que “se chegarmos a um desconto de mais 10%, já será uma vitória. Mais importante que o preço é a realização de obras. Caro é aquilo que não é eficiente. Temos que ter rodovias eficientes com preço justo”.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, comenta que esta é uma semana importante, “toda a região central do Paraná está na expectativa, assim com o Paraná, por que as concessões envolvem o lote 1. Envolve Prudentópolis, Irati, Teixeira Soares, Fernandes Pinheiro, Palmeira, Balsa Nova, Curitiba, Ponta Grossa, Ipiranga, Ivaí, Imbituva, Guamiranga, Lapa, Porto Amazonas. Sexta-feira (25), na Bolsa de Valores, 14h da tarde, vocês vão acompanhar, pois é muito importante as duplicações, as obras e uma tarifa justa. Nós acreditamos que vamos entregar um compromisso com o paranaense, com muita transparência, com o menor preço e obras”, disse.

“Nós acreditamos que vamos entregar um compromisso com o paranaense, com muita transparência, com o menor preço e obras”

Sandro Alex


Deputado Hussein Bakri (PSD), Líder do Governo na Assembléia Legislativa, diz que o Governo Federal é o principal ator nesse processo, “concordou e ainda melhorou a modelagem definida pelo poder público e pela sociedade do Paraná. Houve uma construção para melhor, reconhecida pelo próprio Ministério dos Transportes como referência para o restante do país. Todos nós sabemos a vergonha que foi o antigo pedágio, em que a não realização das obras, infelizmente, custou centenas de vidas. Nesse primeiro lote, a tarifa máxima por quilômetro rodado já irá para o leilão quase 50% menor em relação ao valor anterior e, evidentemente, esperamos que caia ainda mais com a disputa na Bolsa de Valores. Tão importante quanto o preço será a garantia de obras e investimentos nas nossas estradas”, conta.


“O município de Prudentópolis é cortado por duas BRs, a 277 e a 373, incluídas no primeiro lote que esta sendo leiloado na B3. As obras que virão com o pedágio ajudaram o município tanto na arrecadação do ISS, como na geração de serviços na cidade. Apostamos no governador Ratinho Junior em trazer uma tarifa justa de pedágio para nossa população. São mais de R$ 5 milhões que voltam ao caixa da Prefeitura ao ano”, destaca Alex Garcia, Secretário de Finanças de Prudentópolis.
Destacamos aqui que a Folha de Irati estará presencialmente na B3 acompanhando e noticiando em tempo real o leilão pelas redes sociais.


Tarifas das praças – definição após o leilão
O lote terá cinco praças de pedágio. As tarifas do edital para veículos de passeio são R$ 9,19 (São Luiz do Purunã), R$ 12,11 (Lapa), R$ 11,57 (Porto Amazonas), R$ 10,60 (Imbituva) e R$ 10,80 (Irati). Com os descontos sobre a tarifa-base, no entanto, esses valores devem ser reduzidos, uma vez que o leilão foi programado para livre concorrência sobre desconto em cima da tarifa de R$ 0,10673 por quilômetro.


Obras previstas
Estão previstos 344 km de duplicações, 210 km de faixas adicionais (terceiras faixas), 27 km de ciclovias e 41 km em vias marginais, além de 11 passarelas, 86 viadutos e 60 paradas de ônibus. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR) informou que a concessionária contratada deverá arcar com, aproximadamente, R$ 5,2 bilhões em custos operacionais no período da concessão.


A ANTT afirmou que as rodovias deverão ter nove bases de Serviços Operacionais e de Atendimento ao Usuário (SAU). Estas bases terão 10 ambulâncias, sendo três de suporte avançado. O edital prevê, ainda, a disponibilização de pontos de parada para descanso de caminhoneiros.


De acordo com o Governo do Paraná, as obras estão divididas da seguinte forma: duplicação da BR-277 entre São Luiz do Purunã e o Trevo do Relógio, em Prudentópolis; duplicação da BR-373 entre Ponta Grossa e o Trevo do Relógio; duplicação da Rodovia do Xisto entre Araucária e a Lapa; duplicação da PR-423 entre Araucária e Campo Largo; duplicação do Contorno Norte de Curitiba; faixas adicionais na BR-277, entre Curitiba e o entroncamento da BR-277 com a BR-376; faixas adicionais e vias marginais no Contorno Sul de Curitiba.


Empregos
As obras e serviços previstos nos contratos dos dois primeiros lotes de concessões rodoviárias do Paraná devem gerar cerca de 190 mil empregos, segundo as estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A previsão é que o Lote 1 crie, entre empregos diretos e indiretos, 81,7 mil postos de trabalho. Para o Lote 2, a expectativa é que sejam 110 mil empregos.

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