Imagem de Nossa Senhora das Graças em Irati completa 65 anos

Jaqueline Lopes

Dia 27 de novembro, é comemorado o Dia de Nossa Senhora das Graças, e, para celebrar este dia, nós vamos contar a história da construção da imagem que fica em Irati, que leva o nome da santa, foi idealizada há 65 anos, e atrai muitos turistas e devotos ao município. Foi considerada pela comunidade católica, por muitos anos, a maior imagem da Santa do mundo.
O professor e historiador, Jose Maria Araujo, o Zeca Araujo, é quem conta essa história. Segundo ele, a ideia nasceu em um café das 10h, no Colégio São Vicente, provavelmente, em 1956. O padre Rui Pereira, junto com Jorge Garzuze, diretor do jornal Correio do Sul, sugeriu a criação de um monumento para o cinquentenário de Irati, de fazer uma imagem que marcasse o evento dos 50 anos, “que fosse bombástico para criar um episódio muito importante para essa ocasião”, disse Araujo.
O local era um morro comum, com vegetação em que os jovens iam curtir a vista e também caçar passarinho, relembra Araujo. E do Colégio é possível ver o morro, foi olhando a paisagem que decidiram fazer uma imagem de uma Santa em um dos morros fronteiriço da cidade. E logo isso foi publicado no jornal. A escolha foi para Nossa Senhora das Graças, segundo Araujo, por ser uma imagem fácil de ser conhecida e elaborada.
Após isso, Padre Rui foi de ônibus para São Paulo a procura de quem pudesse fazer imagem. Em Campinas, encontrou com o escultor Otaviano Papaiz, que já tinha experiência com imagens grandes e aceitou a proposta. Foi discutido sobre o assunto e decidido que seria Rs 500 contos de réis (moeda da época).
Em seguida, começou a campanha para arrecadar dinheiro e fazer a construção. “Logo que foi publicado no jornal apareceram voluntários para doações aos montes, no próprio jornal saia a relação, todas as semanas, cada vez maior de doações”, observa Araujo.


CONSTRUÇÃO
A data específica do início da construção não tem registro, mas o historiador acredita que foi ainda em 1956. José Jacob Wasilewski foi o escolhido para assumir a responsabilidade da obra do pedestal. De acordo com Zeca, abaixo do pedestal tem a mesma quantidade de alicerces e cimentos do pedestal inteiro para suportar a santa e os ventos.
Depois, houve a operação de buscar a imagens em Campinas/SP, pois foi feita na cidade paulista. “Foi outra maravilhosa participação do povo de Irati”, destaca Zeca. Os caminhoneiros do município se responsabilizaram por trazer as 15 peças da Santa, cada um trazia uma. Erguia-se uma peça com guindastes, soldavam com cimento, e assim foram erigindo a Santa. Ao todo, são 10 mil quilos só o monumento, e tem 22 metros de altura.
Apesar de ser construída para celebrar o aniversário de 50 anos de Irati, comemorado em 15 de julho de 1957, só foi inaugurada em setembro do mesmo, pois tiveram algumas dificuldades na época para a construção, como para erguer as peças, montar, além do pedestal.

DEVOÇÃO
Desde que começou a construção, os fiéis vão visitar o local. No início, não havia a escadaria atual, e as pessoas subiam a pé pelas estradas que não eram asfaltadas. Depois, foi feita uma escadaria de terra. Somente anos mais tarde foi construída a que tem hoje, além do mirante e outras melhorias no espaço, o que contribuiu para que os fiéis deixem lembranças de graças recebidas. Zeca, que é devoto, contribuiu com um marco rotariano que fica no espaço e deu a ideia de colocar os outdoors que estão às margens da BR-277.

CURIOSIDADES
Zeca conta que no local onde foi construído o monumento, ele e os amigos encontraram uma pedra petrificada exatamente no ponto onde está a construção. Segundo Araujo, “é uma consciência de duas coisas que mexem com a nossa imaginação religiosa, essas lendas de petrificação e a imagem de Nossa Senhora das Graças”.
Outra curiosidade sobre a construção é em relação às mãos da Santa. Elas vieram levantadas para cima, mas a ideia era como está, espargindo graças para a cidade. Desta forma, foi feito um buraco em cada punho, serraram os ferros e a mão desceu, depois foram soldadas.
Além disso, Zeca conta que houve um temporal durante a construção, todos ficaram preocupados e o Padre Rui foi ver a obra. Os andaimes caíram, mas foram sustentados só pelo dedo indicador da mão direita da Santa. Ainda era recente a concretagem feita, mas segurou todos os andaimes pesados. “Todo mundo disse ‘o primeiro milagre da Santa’”, conta.

MATERIAL ATUALIZADA

Na matéria inicial, publicada na sexta-feira (25), foi informado que o local é um Santuário, porém ainda não é considerado. A comissão da Santa busca para que isso aconteça.

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