Romão Paul – O grande benfeitor polono-brasileiro

Profª Guizelia Wronski

Nasceu em 13 de dezembro de 1875 em Młodzieszyn-Polônia e faleceu em Mallet no dia 24 de setembro de 1958.
Mallet, neste ano de 2021, comemora 130 Anos da Imigração Polonesa em suas terras, 1891- 2021. Na região de Rio Claro. E a família de Paul chega ao Brasil em março de 1891. Fixam-se em Barra Feia, hoje Fluviópolis, à margem direita do Iguaçu. Como alguns imigrantes passavam por Curitiba, Paul ficou lá para aprender o português, na escola particular da senhora Janina Kraków, gratuitamente estudou comércio, por isso, iniciou suas atividades como comerciante. Mas antes, foi ser professor numa escola de nome Santo Estanislau, em Fluviópolis. Trabalhou na firma Zawadzki& Cia. Em 1906, fundou a Sociedade Mercantil, para poder importar máquinas e ferramentas da Polônia para a agricultura no Paraná.


Patriota polonês dava importância ao coletivo. Com sua experiência e conhecedor dos problemas que o imigrante polonês tinha, sentiu a necessidade de fundar uma escola polonesa. E, em 1911, idealizou a fundação da escola polonesa, “ Kolegium Mikołaj Kopernik”, nome em homenagem ao astrônomo polonês Nicolau Copérnico, em Mallet. Paul considerava a ignorância o principal elemento depreciador do ser humano.
No Brasil, existia a Associação Profissional de Professores das Escolas Polonesas Particulares, que contava com 56 sócios, havia também três sócios honorários: O cônsul Kazimierz Głuchowski, o cônsul Zbigniew Miszke e o Sr. Roman Paul.

Quandoo Kolegium Mikołaj Kopernik foi fechado, por ocasião da corrente nacionalista, Paul não descansou enquanto não conseguiu, junto ao governo do estado, a transformação dessa escola para o “Ginásio Malletense” e posteriormente passou a ser o “Ginásio Estadual Nicolau Copérnico”, depois “ Escola Estadual Nicolau Copérnico “. E hoje, em 2021, passou a ser “Escola Estadual Cívico Militar Nicolau Copérnico”.
Por ter contatos importantes na Polônia, de lá recebia livros e revistas, que distribuía pelas bibliotecas. Até hoje, na biblioteca da antiga Escola Polonesa Nicolau Copérnico, há muito desse material. Foi responsável pela construção do Hospital São Pedro, que até os dias de hoje atende a população malletense. Além de presidente do Hospital por 11 anos. Membro honorário da Sociedade Kultura e sócio de uma grande firma polonesa no Paraná: Sociedade Comercial Ltda, comercializando erva-mate e madeira.


Em Mallet, comercializou os seguintes artigos: tecidos, cereais, ferramentas para a agricultura, erva-mate, esta exportava para a Argentina em grande quantidade. Fornecia cobras para o Instituto Butantan para a produção de soro antiofídico. Trabalhou também no campo de olaria e serraria, por curto período.
Pelo seu auxílio, executado em várias atividades culturais, patrióticas ( durante a I Guerra Mundial auxiliou as legiões de Piłsudski, herói polonês, em defesa da liberdade da Polônia), e governamentais recebeu como prêmio do governo polonês a “Medalha Polônia Restituta”, “Medalha da Legião Polonesa- 1914-1918”, “Medalha do “Combatente Pela Independência da Polônia”.
Em Dorizon,também deixou suas marcas. Construiu a igreja Santa Margarida, nome em homenagem a sua esposa Margarida. Doou terrenos para o cemitério e uma praça.

Escola Polonesa Nicolau Copérnico (Kolegium Mikołaj Kopernik) – Foto: Acervo familiar

Recordações Necrológicas – Jornal “Siewca” “O Semeador” de 1958 (Trecho) “Em 24 de setembro do corrente, partiu das nossas fileiras o inesquecível ROMAN PAUL, um dos cidadãos de maior mérito e um dos pioneiros da terra malletense, extraordinário membro da Polônia brasileira, com tão bons méritos, tanto para o Brasil como para a Polônia, através de sua atividade caritativa e altruísta, no campo social-cultural-econômico e político. Porque a miséria intelecto-cultural de nossos primeiros colonos, era como preâmbulo de sua teimosia e consequente luta pelo dia de amanhã melhor, pelo nível social mais elevado destas vastas massas dos próprios conterrâneos, indo de encontro dos mesmos, através da época de mais de 60 anos- trabalho penoso, portando em sua bandeira desfraldada seu entusiasmo e abnegação de seu trabalho penoso, grandes ideais, próprios à grandes almas, os homens, assinalados com estigmas de grandeza, destinados e criados para grandes feitos. Enquanto a rádio Malletense irradiava incessantemente a imortal marcha fúnebre de Chopin, o cortejo se deteve diante das portas do “ Colégio Nicolau Copérnico”, onde, em nome de velhos amigos, da mocidade e ex-alunos, o Presidente da Sociedade despedia o falecido”. Fontes: Perfis Polônicos no Brasil – Ruy C Zdisław MalczewskiSChre Material de Arquivo.

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