Entenda o que é a paralisia do sono, como acontece e qual a forma de tratar

Dr. Bruno L. Alencar
Otorrinolaringologista
CRM18299 RQE 13511

A paralisia do sono é uma impossibilidade temporária de se mexer ou falar na transição entre o sono e a vigília. Trata-se de um estado de desconexão temporária ou descontinuidade de funções motoras, perceptivas, emocionais ou cognitivas. Com isso, quem está quase dormindo ou acordando, de repente, não consegue realizar movimentos voluntários, falar ou gritar. Mas, sente um aperto no peito e pode ter alucinações.
É uma experiência que mistura a sensação de estar desperto e sonhando ao mesmo tempo, como se a pessoa estivesse tendo um pesadelo, acordada.
Dessa forma, a paralisia do sono pode ser traumática. Pessoas que experimentam episódios frequentes de paralisia do sono podem entrar em estado persistente de ansiedade e medo do sono, com alguns efeitos, como:


Diminuição da qualidade de sono
• Insônia;
• Cansaço;
• Sonolência diurna;
• Falta de concentração e memória;
• Piora no desempenho escolar ou laboral;
• Desmotivação;
• Isolamento e até afastamento do grupo social.
Nem sempre esse estado está associado a essas consequências ou outras doenças, mas a experiência em si pode ser assustadora. Inclusive, há lendas folclóricas referentes a ele em várias culturas. Já foram inventadas explicações para a paralisia do sono relativas a fenômenos paranormais, bruxaria, assalto demoníaco, abdução por alienígenas e por aí vai.


Como é a paralisia do sono?

Para muitas pessoas a paralisia do sono parece uma experiência típica de filme de terror. O tema das imagens, sons e sensações táteis que cada pessoa experimenta durante o fenômeno varia. Mas, observa-se um padrão nos efeitos que elas causam e no significado que parecem ter para quem passa por isso. O terror que a pessoa pode experimentar num episódio de paralisia do sono pode ser classificado em três tipos:
Experiência corporal incomum: a pessoa tem a sensação de flutuar, sair do corpo e ver o próprio corpo na cama, como se estivesse acima dele; pode ter ilusões de movimento.


O que está realmente acontecendo, segundo a Ciência?
Nos episódios de paralisia do sono, acontece o seguinte: na passagem do estado de sono para a vigília, ou vice-versa, os movimentos musculares voluntários são inibidos. Os movimentos oculares e respiratórios permanecem inalterados e a percepção do ambiente imediato é clara.
Estudos neurológicos associam a experiência de estar fora do corpo a um processamento neural alterado na região lateral e no topo do cérebro que participam da integração de informações visuais, auditivas, vestibulares e proprioceptivas para codificar as imagens corporais e a noção de “si”.
As alucinações, por sua vez, foram associadas a um entrar e sair abrupto da fase REM do sono, que é aquela em que ocorrem os sonhos. Tanto os sonhos quanto as alucinações são formados por eventos visuais vívidos e ricamente emocionais. Nessa fase, o corpo fica normalmente paralisado, com exceção dos órgãos vitais, como coração e pulmões, e genitais.
Por que a paralisia do sono acontece?
Embora a paralisia do sono seja um fenômeno relativamente comum, ele ainda é pouco estudado. Há vários estudos sobre os fatores de risco potenciais, mas as causas ainda não são claras.


Já foram investigadas associações da paralisia do sono com:
• Uso de substâncias;
• Estresse e trauma;
• Influências genéticas;
• Crenças anômalas.


Com quem acontece?
A partir dos estudos disponíveis, os pesquisadores britânicos estimam que a paralisia do sono aconteça para 8% da população mundial. Eles não encontraram uma relação consistente do fenômeno com a idade nem com o sexo, embora alguns estudos individuais observem maior prevalência em mulheres.


O que fazer quando se tem paralisia do sono?
A maioria das pessoas raramente experimenta a paralisia do sono e não precisa se preocupar com episódios eventuais. Tudo volta ao normal, naturalmente, depois de alguns minutos após o despertar completo.
Se sentir alguns dos sintomas da paralisia do sono que citamos acima, é muito importante que consulte um profissional da saúde. Dessa forma, você terá o diagnóstico adequado e conseguirá seguir um tratamento que irá ajudá-lo.

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