No lançamento, Banco do Agricultor Paranaense formaliza primeiros financiamentos

O Banco do Agricultor Paranaense já começou a funcionar oficialmente. Os primeiros contratos foram assinados nesta terça-feria (27) durante o lançamento do programa no Palácio Iguaçu. Joice Kasiano, de Candói, na Região Centro-Sul do Paraná, viabilizou o empréstimo de R$ 28 mil para melhorar o rendimento da sua pequena propriedade leiteira. Terá sete anos para quitar o financiamento, com juros subsidiados pelo Governo do Estado. O alcance do programa é estimado em R$ 500 milhões.

"É mais melhorias e investimentos dentro das propriedades. Conseguirei matrizes melhores para o meu rebanho, aumentando a captação de leite”, afirmou Joice, que, com as atuais 30 vacas, consegue um volume diário de 600 litros de leite, produção encaminhada para os laticínios da região.

Já a agricultora Lídia Pastore Michelon, de Maripá, no Oeste do Paraná, se enquadrou em uma das linhas oferecidas pelo banco para instalar placas fotovoltaicas na chácara e captar energia solar. O foco é diminuir os custos e ganhar competitividade com as produções de frango, peixe e morango. Terá taxa zero durante o financiamento. “Sou mulher, agricultora e mãe. Um programa como esse permite aumentar o engajamento das mulheres no campo”, disse.

A proposta do Banco do Agricultor Paranaense, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior, é alavancar investimentos por meio da equalização de taxa de juros em diversas atividades agropecuárias, além de promover inovação tecnológica, sustentabilidade, geração de emprego e melhoria da competitividade do produto paranaense.

Banco do Agricultor Paranaense marca nova aposta no agronegócio

Para isso, o Estado vai compensar o agricultor, por meio da Fomento Paraná, com o reembolso de até 3 pontos porcentuais do juro contratado junto às instituições financeiras que trabalham com crédito rural – neste primeiro momento estão credenciados o Banco do Brasil, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e cooperativas de crédito.

“Agora o agricultor do Paraná passa a contar com um banco especializado. É um dia de muita alegria porque conseguimos fortalecer o agronegócio paranaense, especialmente aquelas micro e pequenas propriedades, aliando o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento social. O Banco do Agricultor Paranaense vai impulsionar ainda mais o que o Estado já faz muito bem”, destacou Ratinho Junior.

Ele ressaltou que, dependendo do enquadramento dentro do programa e das condições do empréstimo, o financiamento será a juro zero para o agricultor, com os encargos ficando sob responsabilidade do Governo. Há, ainda, carência mínima para o pagamento da primeira prestação, variável de acordo com cada linha de crédito. “É algo inovador”, disse.

De acordo com a lei aprovada pela Assembleia Legislativa, a subvenção está autorizada para cooperativas e associações de produção, comercialização e reciclagem, e a agroindústrias familiares, além de projetos que utilizem fontes renováveis de geração de energia ou destinados à irrigação, entre outros. O financiamento será operado no âmbito do Programa Paraná Mais Empregos.

“Esse programa é um compromisso de campanha, assumido ainda em 2018. Um movimento a favor do que fazemos de melhor do Paraná, com o Estado atuando para baratear custos”, explicou Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, pasta responsável pela execução do projeto.

Transferência de renda melhora a produção de agricultores familiares

LIDERANÇAS – A iniciativa do Governo do Estado de viabilizar investimentos com o subsídio de juros recebeu apoio e respaldo do setor produtivo paranaense. Presidente do Sistema FAEP – Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette lembrou que o projeto era um pedido antigo dos produtores. “Algo que vai resultar em mais empregos, renda e sustentabilidade em todo o Paraná”, afirmou.

“O programa vai transformar a vida no campo”, completou o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), Marcos Brambilla.

Presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luís Lourenço ressaltou que a medida terá impacto direto na melhoria da qualidade de vida na região do Arenito Caiuá, área composta por 107 municípios que convivem com problemas de solo e irrigação. “É mais riqueza e renda para uma extensão importante do Paraná”, disse.

Uma das linhas oferecidas, lembrou ele, é justamente para projetos de irrigação, com subvenção para financiamento de até R$ 850 mil. Nesse caso, os agricultores familiares, de forma geral, e os médios e grandes produtores da região poderão equalizar até 3% de taxas de juros ao ano. Para médios e grandes produtores até 2%. Serão beneficiados projetos para a produção de grãos, pastagens, forragens, mandioca, café, frutícolas, flores e olerícolas.

“Queremos mudar a paisagem da região e criar um oásis no Paraná”, acrescentou Ortigara.

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