Livro “Cine Central: entre imagens e amores” reúne memórias do antigo cinema de Irati

Amanda Borges

O antigo Cine Theatro Central de Irati foi eternizado nas páginas da obra “Cine Central: entre imagens e amores”, autoria do jornalista e mestre em história, Pedro Henrique Wasilewski Almeida. O livro, lançado na sexta (22), no Centro Cultural Clube do Comércio, retrata as memórias de um espaço que marcou a trajetória histórica e cultural da cidade, além das vivências de muitos iratienses. A obra também homenageia João Wasilewski, fundador do espaço e bisavô do autor.

O mais antigo cinema de rua do Brasil, estava localizado na Rua XV de Novembro, em Irati. Fundado em 1920, foi o ponto de encontro de toda uma geração, seja para um divertimento entre amigos, ou para uma paquera com aquele ou aquela em que não se passava um dia sem pensar. Ali, se conheceram, firmaram e concretizaram amores e amigos, tudo harmonizado com a deliciosa pipoca vendida pelo Seu Herculano antes da sessão iniciar.

“As pessoas lembram do Cinema como lembram também da sua própria vida. Foi um importante capítulo da história de Irati” – Pedro Henrique Wasilewski

João Wasilewski, fundador do cinema e o grande responsável por tantas memórias, sempre foi a referência e inspiração de vida de Pedro. E não é pra menos. Além do Cine Central, João fundou o Clube do Comércio de Irati e o cinema marcou a vida cultural do município, já que, além da exibição dos filmes, também ocorriam apresentações artísticas de todos os tipos no local. Graças ao trabalho, ganhou o título do mais antigo exibidor de cinema do mundo a permanecer com a mesma sala de espetáculos com exibições ininterruptas,período que durou 62 anos.

“O meu avô é o meu herói, gosto muito da história dele, da pessoa boa que ele foi, e de como ele ajudou a desenvolver o município”, conta Pedro. Toda essa admiração se traduziu em conteúdo. Além do livro, a história do Cine Central já foi retratada em um documentário, também produzido por Pedro, que foi apresentado durante o evento de lançamento.

De acordo o autor, apenas a obra cinematográfica não conseguiu relatar tudo sobre o cinema e sua importância. Por conta disso, uma análise história e detalhada foi necessária para honrar ainda mais a memória de seu bisavô. Pedro, que até então era somente jornalista, procurou a especialização histórica e, assim, pôde compor com propriedade os capítulos do livro. “As pessoas lembram do Cinema e também da sua própria vida. Foi um importante capítulo da história de Irati”, conclui.

O livro realiza uma análise crítica sobre a importância do Cine Theatro Central de Irati/ Foto: Amanda Borges

O secretário de Cultura de Irati, Alfredo Van der Neut, afirmou que o lançamento de livro contribui para perpetuar uma saudosa parte da história do município. “Todos aqueles que têm um pouco mais de idade viveram momentos no Cine Theatro Central de Irati. E o Pedro traz esse relato no livro, que muitos conhecem e  quem não conhece por causa da idade, vai conhecer através das escritas”, explica Van der Neut. Ainda, ele afirma que com a criação do livro, “a cultura de Irati agradece, de todas as formas, por guardar memórias importantes da vida de Irati”.

Herculano Batista Neto, presidente da Academia de Letras, Artes e Ciências da Região Centro-Sul (ALACS), conduziu a cerimônia e elogiou o trabalho de Pedro. “Falar do nosso Cine Theatro Central, que foi o nosso centro cultural da época, por muitos anos, é voltar no tempo. Lembrar das imagens, do movimento cultural, do que aquele espaço abrigou, dos amores, quantos que ali se iniciaram, quantas famílias começaram por ali”, pontua o presidente. “A academia fica feliz porque, agora, ela abriga mais uma grande obra que vai ficar para a memória e para a história”, conclui.

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