Abrigados da Cidade da Criança serão remanejados para Casa Lar Municipal

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Na semana passada, o anúncio por parte da Cidade da Criança de Irati pegou todos de surpresa, pois a instituição está em processo de fechamneto na modalidade abrigo. Os sete abrigados que residem no local serão remanejados para Casa Lar Municipal e, para isso, será alugado outro espaço.

No ano passado, foi inaugurado o prédio próprio da Casa Lar, que abriga hoje 11 crianças. Com a vinda dos demais, será aberta uma nova casa, além da adequação da equipe técnica para atender as crianças. O prazo é de 30 dias para o município se adequar e também fazer o acampamento das crianças.

A coordenadora administrativa da Cidade da Criança, Tatiane Maria Ortis Cardoso, explica como será o processo. “Nós não estamos largando as crianças. Foi feita uma notificação ao Ministério Público e com o prazo de 30 dias vai acontecer o remanejamento, que será gradativo, porque já existe uma vinculação com a equipe, não vão chegar e levar as crianças. Conversamos com a equipe de assistentência social e psicólogo do município,  e virão para começar a aproximação com as crianças, isso tende a acontecer até o dia quatro de março”.

De acordo com a secretária de Assistência Social, Sybil Dietrich, tudo será adaptado para as crianças. “Na semana passada, recebemos o comunicado oficial que realmente a Cidade da Criança fecharia a modalidade abrigo. Então, já iniciamos a conversa com a equipe técnica do Acolhimento Institucional para preparar as sete crianças que virão aos nossos espaços, e vamos adequar tudo”, disse.

MOTIVOS DO FECHAMENTO

Há 28 anos a instituição trabalha com a modalidade abrigo, onde as crianças vivem no local. Por 12 anos a Cidade da Criança recebeu apenas recursos vindos da Alemanha. Após este período, a equipe estrangeira pediu ajuda do governo brasileiro, e foi o município quem cuidou do assunto. Porém, agora, não haverá mais recursos internacionais, e assim, a instituição optou por fazer o fechamento da modalidade abrigo.

Segundo Tatiane, a Cidade da Criança trabalha com cuidador residente, que são as mães sociais, elas trabalham e moram no local, pois é uma orientação do Conselho e do Ministério Público Federal, para o bem e desenvolvimento das crianças. “Nós estávamos com  duas casas abertas tendo uma cuidadora para cada. O município já se adequou, têm nove cuidadores para uma casa. Então,  se tornou bem difícil, insustentável. A comunidade sabe que fazemos muitos eventos sociais, mas não conseguimos sanar toda essa demanda de despesas. Então, a falta de profissionais e recursos financeiros foi o fator preponderante para a diretoria tomar esta decisão. O que nos alivia é que o município já implantou a Família Acolhedora”, disse.

A coordenadora ainda explica que a mudança nos acolhimentos e a dificuldade na contratação também afetaram a decisão. “Teve uma diminuição muito grande no número de funcionários e colaboradores, as demandas quando a Cidade da Criança surgiu eram bem diferentes das de hoje, era fome, miséria e pobreza extrema. Hoje, são muito complexos, muitos problemas de saúde, acompanhamentos psiquiátricos, neurológicos, que demandam um trabalho bem amplo”, explica.

Com esta mudança as instituições precisam se adaptar, e este é um processo longo, segundo a secretária de Assistência Social. “Parece um rompimento do dia para noite, mas quem está dentro da área sabe que isso vem desde 2009, com as resoluções e o movimento de mudanças. O município nesta questão se posiciona, primeiramente, grato a instituição, que há 28 anos presta serviço a nossa população, não só na modalidade abrigo, mas a atenção básica que vai continuar. E nós vamos nos responsabilizar pela proteção especial, conforme as mudanças de legislação”.

OUTRAS ATIVIDADES CONTINUAM

Com o fechamento da modalidade abrigo a Cidade da Criança cpntinua apenas com os atendimentos às crianças e adolescentes na proteção básica no contraturno. “Nós queremos deixar bem claro que a Cidade da Criança não vai fechar, vai continuar suas atividades da proteção básica, que é o atendimento de crianças e adolescentes, e continuará sendo o nosso foco. Vamos trabalhar de segunda a sexta, das 8h às 17h”, comenta a coordenadora.

Atualmente, a instituição atende em média 80 crianças do bairro Alto da Lagoa, local em que fica a Cidade da Criança, e elas continuarão sendo atendidas. Tatiane explica que os programas políticos pedagógicos estão sendo reformulados. No próximo mês devem iniciar as oficinas dentro do programa Convívio Fraterno, que existe há 18 anos. Além das parcerias com o IFPR – em que os alunos dão aula de informática às crianças; há também as aulas de yoga e visitas com os membros do Voluntaria.

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