Mulheres realizam manifestação como forma de apoio às vítimas de violência em Irati

Esther Kremer com reportagem de Jaqueline Lopes

No sábado (02), aconteceu em Irati uma manifestação intitulada “O Poder do Nosso Grito”, organizada por mulheres da comunidade como forma de apoiar outras que sofrem ou estão sofrendo com a violência.

A caminhada teve início em frente à Prefeitura e, no período da manhã, foi até o local onde aconteceu o crime contra a vida de Veridiana dos Anjos, na Rua Dona Noca. No período da tarde, a caminhada terminou em frente à Delegacia de Irati.

As pautas foram os últimos casos e tentativas de feminicídio que aconteceram na cidade. Assuntos como a violência doméstica, financeira, de gênero, psicológica, entre outras, também foram tratados. As organizadoras do grupo e da manifestação foram Janaina Fernanda Santos, diarista; Jaqueline Micheli dos Santos, autônoma; Maria Luiza Licoviski, auxiliar administrativa; e Larissa Kuster, estudante. Elas relataram que a ideia surgiu após receberem a notícia do assassinato de Veridiana.

Janaina explica que o objetivo é fazer com que sociedade preste mais atenção nas mulheres e que as autoridades competentes também auxiliem no problema. “Resolvemos sair às ruas e pedir este auxílio para que ajudem estas mulheres que estão sofrendo com a violência”, disse.

A auxiliar administrativa, Maria Luiza, comentou que o crime causou bastante revolta e este foi o principal motivo para realizar a manifestação. “Chocou bastante por ser uma pessoa, que no meu caso, era conhecida, era minha vizinha de bairro. Eu a via diariamente indo trabalhar, no mercado, na mercearia e saber que isto aconteceu com ela em pleno horário comercial, no Centro da cidade, causou nossa revolta e decidimos sair às ruas”.

Jaqueline explica que o intuito é ajudar todas as mulheres que, de alguma forma, estão passando por um momento de dificuldade. “O grupo foi criado para a manifestação, mas as mulheres também podem procurar a gente, contar suas experiências e saber que não estão sozinhas”, comenta.

A estudante Larissa Kuster comenta que ela confeccionou todos os cartazes da manifestação e foi uma das idealizadoras. “O meu foco foi no feminicídio, que é um assunto bem importante a ser tratado, muitas mulheres sofrem com isso, por isso estamos aqui”, disse.

A vice-prefeita de Irati, Ieda Waydzik, participou do ato e também expressou a sua solidariedade com as mulheres. “A violência não pode acontecer desta forma, sempre devemos buscar meios de prevenção e de proteção, procurar a polícia e os seus direitos. Gosto de enfatizar que não é uma luta contra os homens, é contra a violência, o machismo, ninguém tem o direito de violar ninguém”.

PATRULHA MARIA DA PENHA

Rafaela Didur é membro da Patrulha Maria da Penha e explica que as mulheres podem e devem procurar a rede de apoio que o município oferta. “A mulher que quiser denunciar pode fazer pelo telefone (42) 3132-6222, que é o da Patrulha. Caso ela não consiga ir até a sede, eu consigo me deslocar até a casa dela, acompanha-la até a delegacia, passar as informações e acionar a rede de atendimento”, disse.

A assistente social e guarda municipal, Patrícia Izaura Bonato Pedroso dos Santos, que atua na Delegacia de Irati em atendimento às mulheres, comenta que a manifestação e todo o apoio ofertado é importante para a mulher que está passando por uma situação difícil. “É uma luta legitima da mulher contra essa violência. Esperamos que este movimento traga melhorias na rede, que isso não seja momentâneo, devemos contar com esse número grande de mulheres que se manifestam”. Patrícia realiza os Boletins de Ocorrência na Delegacia para as mulheres e faz o atendimento necessário, integrado com a Patrulha.

A Patrulha Maria da Penha trabalha em conjunto com a Guarda Municipal. O atendimento acontece em horário comercial, de segunda-feira até sexta-feira, das 8h às 17h. Fora deste horário, a mulher pode contar com a própria Guarda ou com a Polícia Militar, no 153 e 190, respectivamente.  

Vídeos: Jaqueline Lopes
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