Aluno iratiense pode ser o melhor do Brasil em Astronomia

Esther Kremer

Ryan Demetrius de Oliveira Borges, aluno do Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira, de Irati, está entre os 364 alunos selecionados para participar da seletiva da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA). Ryan, juntamente do aluno Erán Martinez Ramos, de Curitiba, são os únicos alunos de escola pública do Paraná que vão participar da competição.

Devido ao bom desempenho na prova teórica da Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) 2022, o aluno foi convocado para disputar a seletiva internacional. O exame aconteceu em maio e contou com quase 1,2 milhões de participações de estudantes do ensino médio e fundamental do país.

O processo para a seletiva começou entre outubro e dezembro de 2022 e contou com três provas online, destas, apenas 364 alunos foram selecionados, com as maiores médias. A prova final vai acontecer em março, presencialmente, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Nela, será preciso resolver questões teóricas de física e matemática, além de observação real do céu.

O estudante confecciona foguetes para participar de competições – Foto: Arquivo Pessoal


Ryan disse, em entrevista para a Folha de Irati, que está estudando bastante e empenhado para a prova. Ainda, segundo o mesmo, o gosto pela astronomia surgiu quando observava as estrelas em casa, pois o mesmo mora em uma chácara afastada do Centro da cidade. “É mais fácil de observar as constelações e os planetas pois é um lugar mais afastado, poucas luzes e meu pai tinha um telescópio, eu ficava observando os anéis de Saturno e isso fez com que o meu gosto aumentasse bastante”, comenta.


A mãe de Ryan, Rose Borges, falou sobre o orgulho em ver o filho se destacar em diversos assuntos na aérea do conhecimento. “É uma sensação de dever cumprido, tudo o que ele conseguiu foi por mérito todo dele e é mais uma prova de que a genialidade é desenvolvida, não somos obrigados a nascer e morrer da mesma forma, podemos nos destacar”, disse.


O pai de Ryan, Rodrigo Borges, explica que o acompanhamento dos pais e o incentivo é essencial para o desenvolvimento dos filhos. “Nós sempre acompanhamos ele na escola, fornecemos o apoio em todas as atividades que ele faz e isto o ajudou muito a desenvolver o interesse e o gosto para continuar, querer alcançar os seus objetivos ainda mais”.


APÓS A SELETIVA
Com o patrocínio ofertado pelo Governo do Estado, Ryan vai participar da seletiva em Barra do Piraí e, caso consiga passar na prova, vai se juntar a 40 estudantes de todo o Brasil que vão iniciar o treinamento para a Olímpiada. Após este momento, serão escolhidos apenas 10 estudantes que serão divididos em duas equipes, uma com cinco alunos para competir na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, na Polônia. E a outra equipe com cinco alunos para a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, que vai acontecer no Panamá.


PROJETO NA ESCOLA

Ryan também é aluno monitor em um projeto na escola onde estuda, ajudando outros colegas a confeccionar foguetes e participar de competições como o OBA e a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). No último ano, o colégio teve 19 alunos medalhistas de ouro que produziram os foguetes a fim de obter o maior alcance horizontal através de uma reação química de vinagre e bicarbonato de sódio.

Estudantes no projeto do colégio onde Ryan é aluno monitor – Foto: Arquivo Pessoal


Na prova teórica do OBA o colégio obteve dois alunos que gabaritaram a prova, um deles é o Ryan e a outra é Bruna de Souza.


CAÇA ASTERÓIDES
O Colégio onde Ryan estuda também se destacou pela participação no programa Caça aos Asteroides MCTI, uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o International Astronomical Search Collaboration (IASC). Os alunos puderam analisar e buscar, através do telescópio do projeto Pan-STARRS (do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí) objetos celestes.


Ryan foi um dos estudantes que achou um asteroide e poderá dar nome ao mesmo quando for liberado pela NASA, ele recebeu um certificado pelo feito.

PARA O FUTURO
O estudante comentou sobre o que almeja para o futuro e apesar de gostar muito de astronomia, não deve seguir na área. “Eu adoraria fazer uma faculdade de astronomia, mas como o mercado é pequeno e mesmo eu gostando muito, vou deixar isto como um hobbie, um passatempo e, como gosto muito de tecnologia, quero fazer uma faculdade nesta área, na parte de ciência de dados. Quero fazer a graduação fora do Brasil”, finaliza.

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