Igreja celebra 800 anos do Presépio criado por São Francisco de Assis

Representação do nascimento de Jesus existe desde 1223

Sthefany Brandalise

Foi no Natal de 1223 que São Francisco de Assis criou o primeiro presépio da história, em Greccio, na Itália, uma tradição que ganha destaque e ilumina os corações dos fiéis há oito séculos.  A Igreja considera que com a simplicidade daquele gesto, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização.

Símbolo do cristianismo, o presépio representa o Menino Jesus nascido em Belém. Naquela época, a ação de São Francisco tinha um propósito didático, visando facilitar a compreensão das pessoas sobre o nascimento de Jesus.

Vanderlei Kawa, franciscano secular a 40 anos e profésso da OFS Brasil, conta que “São Francisco de Assis, através de um teatro, quis reviver a emoção e a humildade do Salvador ao nascer em um coxo de feno numa estrebaria rodeada de animais e diante de seus pais. A encenação foi uma inspiração divina e, em uma gruta em Greccio, o evento aconteceu juntamente com seus irmãos frades.  Hoje, a igreja celebra e festeja o nascimento do menino Jesus em todos os cantos do mundo. Para São Francisco o Natal é Jesus, e ele queria com esta encenação que as pessoas que possuem grandes riquezas saciassem os pobres e que dessem comidas aos animais”, conta.

A celebração dos 800 anos do presépio é uma oportunidade para toda a humanidade renovar com a família franciscana a dedicação ao seguimento dos ensinamentos e exemplos de vida de São Francisco de Assis, para viver o evangelho de Jesus Cristo e difundir a paz, o bem, a justiça e a fraternidade em todas as partes do mundo.

Vanderlei comenta sobre a importância do ato de São Francisco. “A importância de São Francisco de Assis para nosso mundo é valiosa demais e ressoa através desses 800 anos o seu amor por tudo e por todos. A natureza divina de Deus clama para humanidade cuidar do planeta, nosso berço, o útero de Deus no qual fomos gestados”.

Frei Davi, assistente espiritual da OFS PR, comenta quais são os elementos do presépio. “São Francisco levou para a representação apenas o burro e o boi e, lá, montou o coxo onde colocou o feno, e ali foi celebrado aquele mistério. E nós, com o tempo, fomos acrescentando a mãe de Jesus, a imagem de São José, os pastores, os reis magos, os animais e tudo aquilo que presenta a vida do dia a dia”, disse.

“O presépio é um grande elemento mistagógico, ou seja, um elemento catequético, pois as pessoas vão diante do presépio e dão de cara com o mistério, com Deus que se tornou pequenino para vir ao nosso encontro, para nos libertar e para nos trazer a felicidade”, finaliza Frei Davi.

Padre Álvaro, pároco da Igreja São Miguel, diz que o presépio representa o mistério da encarnação. “São Francisco de Assis deu vida para o presépio, o que possibilitou com que as pessoas presentes mergulhassem no mistério da encarnação de uma maneira extraordinária. O amor de Deus se revela na simplicidade de uma criança, que se apresenta em uma simples manjedoura, que é o próprio presépio”.

NATAL SEM FOME E SEM ARMAS

O natal é uma celebração da família, é um convite para contemplar o mistério da encarnação, para compreender a grandeza do amor divino pela humanidade. Através da fé, somos chamados a encontrar as sementes da humanidade em todas as culturas e na sociedade, e a promover a vida e a humanidade nas famílias e fraternidades. A família franciscana deseja que neste natal nenhuma pessoa passe fome, assumindo um compromisso com a paz. Por isso está promovendo a campanha “Natal sem Fome e sem Armas”. A campanha visa alertar as famílias sobre os brinquedos, jogos digitais e games com conteúdo que despertam à violência e a destruição.

“Diante desta celebração dos 800 anos lançamos através do jpic – OFS PR o projeto “Natal sem Fome e sem Armas”. O pouco que podemos doar e presentear alguém que necessita será uma benção de Deus para celebrar o natal de Jesus. As paroquias, catedrais, santuários e capelas onde os freis Franciscanos estão na direção estão desenvolvendo esse projeto. Em Irati, o projeto está sendo desenvolvido na capela São Francisco”, completa Vanderlei Kawa.

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