Psicóloga conta dicas para conversar com crianças sobre presentes de Natal

Daniela Valenga

Após quase dois anos de pandemia e crise econômica, nem todos os pais, mães e responsáveis irão conseguir presentear os filhos com pedido feito para o Papai Noel. Alguns deles precisarão substituir o presente por algo mais simples. Isso pode gerar frustrações entre as crianças. Para a psicóloga Giulia Pavoski, que trabalha com crianças e adolescentes, é importante que os pais conversem com os filhos sobre os valores do natal e que existem questões para além dos presentes nessa época.
“Para a nossa sociedade, que funciona sob a lógica do consumo, a questão dos presentes fica cada vez mais intensa, mas é importante mostrarmos que além disso, tem outros valores que o Natal representa”, defende. Para isso, Pavoski sugere que os pais e responsáveis conversem previamente com os filhos sobre a data. “É responsabilidade dos adultos relembrar que, para além de presentes, o Natal é uma época de gratidão, esperança, amor e solidariedade”, expõe.
Uma das formas dos pais e responsáveis conversarem sobre isso com as crianças é através de histórias e filmes sobre o Natal. Giulia recomenda dois filmes natalinos, Klaus e Um Menino Chamado Natal, que são histórias que relembram os valores da época para além dos presentes. Outro filme, que apesar de não ser sobre o Natal, é recomendado para conversar sobre sentimentos e frustrações com as crianças, é o Divertidamente.
Giulia também sugere, como forma de conversar sobre os valores da época, que os pais incentivem as crianças a escreverem duas cartas. Uma delas com o presente que o filho quer e a segunda com algo que ele deseja e não pode ser comprado com dinheiro. “As vezes é difícil até para nós adultos pensarmos nisso, para a criança mais ainda. Então é uma oportunidade de refletirmos”, aponta.
Outra dica é pensar com as crianças o que elas podem fazer e brincar a partir do presente que ganhou. “Pode ser que a criança não tenha ganhado uma casa de bonecas como gostaria, mas ela pode montar uma casa a partir de uma caixa de papelão, ou a família pode fazer um jogo juntos no dia do Natal”, exemplifica.
A psicóloga esclarece que as crianças podem ter emoções desagradáveis, como desapontamentos e frustrações, mas elas fazem parte do crescimento. “Precisamos acolher esses sentimentos e direcionar para um treinamento da tolerância e frustração, para que no futuro, a criança lide melhor com essas emoções”, defende. Ela também fala que é necessário antecipar com a criança que nem sempre as coisas acontecem como se espera. “Não vamos conseguir evitar o desapontamento, mas podemos tentar fazer com que eles não se machuquem”, finaliza.

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