Professores de Inácio Martins realizam paralisação e pedem reajuste salarial

Jaqueline Lopes

Na sexta-feira (27), os professores de Inácio Martins fizeram uma paralisação e saíram às ruas para manifestar e pedir o aumento total do reajuste salarial. Segundo eles, ainda faltam 25,31% no pagamento na carreira. Os educadores também já deliberaram uma greve para o dia 1º de junho, na quarta-feira, por tempo indeterminado.

Os professores percorrem ruas do município com cartazes e som e pararam em frente à Prefeitura. O prefeito Júnior Benato estava em viagem e ficou agendado para conversar na próxima semana. A adesão à manifestação foi quase de 95% da categoria, que esperam uma posição do poder municipal.

A paralisação aconteceu por conta do não cumprimento do reajuste de 33,24% do piso salarial nacional dos professores na íntegra da carreira. De acordo com Tatiana Nanci Da Maia, Presidente do Núcleo Sindical da APP-SINDICATO Irati, que tende Inácio Martins, a Prefeitura passou esse piso apenas para o inicial, o que faz com que todos os educadores recebam o mesmo valor. ”A lei do piso estabelece o valor, mas tem um acordo, inclusive, porque o piso foi questionado judicialmente lá atrás, em que diz que tem que respeitar os percentuais estabelecidos na carreira e da carreira de cada município”, comenta Tatiana.

A categoria já teve várias reuniões com o prefeito e fizeram a solicitação. Também pediram que ele fizesse uma proposta para os professores, “a fala dele sempre foi que reconhece que tem que pagar, mas não tem como”, disse a presidente.

Professores pedem reajuste de 25,31% na carreira – Foto: Divulgação

Diante disso, a categoria mandou fazer o impacto financeiro com um contador especialista e chegou a 51.22%. Segundo Tatiana, é próximo ao número da Prefeitura. “Mas isso é algo que ele tem que ajustar. Nós temos salários muito altos aqui em Inácio, até de R$ 17 mil. E para um professor para chegar a cerca de R$ 6 mil ele tem que trabalhar por 25 anos, e o Benato precisa dar esse reajuste de 25,31%, se não ele jamais vai chegar. A diferença salarial de um e de outro é muito grande”, observa a presidente.

Os professores já declararam a greve para quarta-feira (1º), segunda e terça as aulas acontecem. Em caso de necessidade de deixar pessoas nas escolas farão um rodízio, pois quase todos estão aderindo à paralisação. Tatiana frisa que não é algo que gostariam de estar fazendo, mas tiveram que chegar a esta paralisação. “Toda a categoria está de acordo que a Prefeitura tem que fazer esse pagamento”, finaliza Tati.

POSIÇÃO DA PREFEITURA

O prefeito de Inácio Martins, Junior Benato, explica que o município, dentro das possibilidades, cumpriu tudo que a lei exige, e os professores pedem que seja feito no efeito cascata (para toda a categoria), porém não há uma legislação especifica para fazer isso e também não tem índice de folha. “Sempre valorizei a categoria e não estou em desacordo de fazer essa desvalorização, porém tenho que ter prudência de também não infringir a lei de responsabilidade fiscal, elevando o índice de gasto com o funcionalismo”, destaca Benato.

Junior ainda enfatiza que o repasse de 33,24% não seria possível, pois a inflação foi de 10,06%, o que foi pago para todos os outros funcionários. “Sou de acordo com a valorização dos professores, inclusive os mais antigos, e sempre me coloquei à disposição de fazer essa valorização, porém não tiveram paciência de esperar uma proposta, e eu tenho que ter prudência”, disse o prefeito.

Ainda, Junior destaca que a Prefeitura terá que cumprir o piso de agentes de endemias, agentes comunitários de saúde e enfermagem, além de ter sido aprovado no Congresso desoneração do combustível, que segundo ele, vai baixar a arrecadação dos municípios.

“Os professores não aceitaram que esperassem mais um pouco e fizeram a paralisação. Eles têm o direito de fazer, entrar até na justiça vendo se têm o direito ou não que seja empregado na categoria inteira. O município vai se defender em relação a greve, achamos que é ilegal, porque uma das coisas que eles colocam é que acabaram as negociações e não acabou, ainda sou solicito a atender a reivindicação quando o município tiver condições de fazer, dentro dos limites prudenciais”, finalizou.

Veja vídeo da paralisação:

Vídeo: Reprodução
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