Livro “Vindas”, que reúne memórias da imigração paranaense, é lançado em Irati

Amanda Borges

Na sexta-feira (27), na Casa da Cultura de Irati, ocorreu o lançamento do segundo volume do livro “Vindas: memórias da imigração”, de autoria dos jornalistas Alessandra Perrinchelli Bucholdz, Diego Antonelli e Jefferson Luiz Schneider Dittrich. O livro tem como objetivo narrar, a partir de relatos pessoais, a história da imigração paranaense de seis diferentes países. Dois dos voluntários moram em Irati.
De acordo com a autora e idealizadora Alessandra, a partir da trajetória de pessoas anônimas,o livro conta a história do Paraná a partir de uma perspectiva diferente. “Eles ajudaram a construir o que a gente tem hoje no Paraná em termos de identidade cultural, representação, economia, cultura”, explica a jornalista.Complementando, Antonelli conta que a obra é um resgate que visa colaborar com a disseminação da história social do estado.
Os moradores de Irati que marcaram presença na obra foram Pedro Choma Neto, ascendente ucraniano, e Edison Moro Rios, ascendente italiano. Jefferson, autor da obra, explica que além dos dois foram entrevistadas Zofia Brzegow, imigrante polonesa, Haidar Omar, imigrante libanês, Saturnino Hernando, imigrante espanhol, e Alice Hoffmann, ascendente alemã.Os colaboradores de outras cidades residem em Ponta Grossa, Castro e Curitiba.
A obra é a segunda edição do projeto, sendo que a primeira parte do mesmo princípio narrativo, com base nas experiências pessoais dos entrevistados, e abrange outras etnias. Além disso, os autores explicam que, caso o projeto continue ocorrendo, as próximas edições devem seguir tratando de novas vivências. “Mesmo as etnias que se repetem entre os livros, são de períodos de imigração diferentes. Como exemplo, os ucranianos tiveram três levas de imigração, então é possível contar três histórias diferentes através da mesma etnia”, explica Diego.
Nesse sentido, a iniciativa para a escrita do próximo Vindas já existe. “O Paraná é muito rico, a gente tem muita história para contar”, explica Alessandra. Ainda, Irati também deve voltar a ser citado nos próximos volumes, já que é considerado um polo de imigração do estado.
A secretária de Cultura, Patrimônio Histórico e Legado Étnico de Irati, Samanta Regina dos Santos Ferreira, prestigiou o lançamento do livro e reconhece a importância dele para a vida artística da cidade. “A obra é muito importante para o nosso município, principalmente para as nossas etnias, para contar um pouco das histórias de como foi e como surgiram”, explica.
Rios, um dos entrevistados de Irati, foi convidado a participar do livro pois procurou por de suas origens italianas. “Desde os meus doze anos de idade sempre me interessei pelas histórias da minha família, porque sempre houve um grande abismo entre as nossas origens na Itália e aqui no Brasil”, conta Edison. Assim, buscou em livros, documentos e entrou em contato com familiares do Brasil e da Itália para montar o quebra-cabeça de sua história.
Por isso, ele afirma que contribuir com o livro foi um presente. “Eu me senti lisonjeado por poder participar e realmente fazer parte desse trabalho, eu me senti muito feliz. É como se fosse coroado todo o trabalho e história da minha vida”, finaliza o imigrante.

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