Audiência Pública debate destino do Centro Cultural Denise Stoklos

Ideia da administração pública é doar cinco mil m2 para construção de novo Fórum no terreno

Esther Kremer

A Câmara de Vereadores de Irati foi palco de uma Audiência Pública, na última quarta-feira (08), que reuniu diversas pessoas com opiniões divergentes em torno do destino do terreno do Centro Cultural Denise Stoklos. O debate teve como objetivo discutir a proposta da administração pública de doar uma parcela do terreno, cinco mil m2, para a construção de um novo Fórum, visto que o terreno total é de pouco mais de 11 mil m2. A ideia é unir forças para impulsionar o término da obra do teatro que se encontra paralisada há mais de 10 anos.


A obra do Centro Cultural permanece estagnada, sendo estimado que, atualmente, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 24 milhões para conclusão. Segundo o projeto original, “se trata de um teatro completo com capacidade de 517 lugares para apresentações, dança, música e eventos educacionais (palestras e seminários), além de uma concha acústica acoplada que receberá shows ao ar livre, com vistas a atender o público da Amcespar”.

Legenda: Na foto, o projeto original do Centro Cultural Denise Stoklos – Foto: Secretaria do Estado de Obras Públicas


A audiência contou com a participação de advogados, autoridades municipais, membros de entidades culturais e a população em geral interessada no destino do teatro. O debate contou com divergências de opiniões entre os que defendem a proposta de doação e os membros da classe cultural, que reivindicam a preservação do projeto original e que o terreno deve ser destinado para a cultura, conforme previsto em lei.


O juiz de Direito titular da Segunda Vara Cível da comarca de Irati, Carlos Eduardo Nahas, comentou que “há uma necessidade de um novo Fórum para atender a necessidade da população, pois há também uma carência de espaço adequado no Fórum atual. Em relação ao terreno do Centro Cultural, é uma decisão que cabe a Câmara de Vereadores e o que podemos fazer, enquanto Poder Judiciário, é atuar com todas as forças para contribuir para que a obra do teatro seja terminada”.


Atualmente, o terreno é de propriedade do município de Irati, mas a obra é de responsabilidade do Governo do Estado, a paralisação prolongada gerou frustração no meio cultural, o que complica ainda mais a situação, pois a reinvindicação da comunidade é para que se pressione o Governo para o término da obra, assunto muito discutido, mas pouco resolvido.

O prefeito de Irati, Jorge Derbli, descreveu o momento como “eu nunca vi a Casa de Leis tão cheia como esteve. Houve oportunidades de todos darem suas opiniões, vamos analisar e levar em conta a fala de todos para tomar a melhor decisão”.


Herculano Batista Neto, presidente da ALACS, expressou indignação e disse que “apreciamos o que o Poder Executivo trouxe de proposta, junto com o Judiciário, mas eu represento uma entidade que visa a união, fomento e a divulgação da cultura. Não temos nenhuma garantia de que o Centro Cultural será terminado, espero que possamos chegar a um termo onde tenham garantias de que será feito de fato e, talvez, ambas as obras possam ser concluídas. Mas construir o Fórum e fazer tudo isso sem ouvir o lado da sociedade cultural, não é certo”.


O presidente da subseção da OAB de Irati, Mario Cezar Pianaro Angelo, também, comentou que “é importante ouvir todos os setores envolvidos. Muitas ideias vieram para somar e fica a sensação de que todos estão sendo ouvidos para poder se tomar a melhor decisão. A OAB entende que a construção de um Fórum é muito necessário”, finaliza.

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